More on this book
Community
Kindle Notes & Highlights
by
Seneca
Read between
February 25 - March 1, 2023
Não dispomos de pouco tempo, mas desperdiçamos muito. A vida é longa o bastante e nos foi generosamente concedida para a execução de ações as mais importantes, caso toda ela seja bem aplicada. Porém, quando se dilui no luxo e na preguiça, quando não é despendida em nada de bom, somente então, compelidos pela necessidade derradeira, aquela que não havíamos [4] percebido passar, sentimos que já passou. É assim que acontece: não recebemos uma vida breve, mas a fazemos; dela não somos carentes, mas pródigos.
Necmi Çoban and 1 other person liked this
Tendes medo de tudo [5] como mortais, desejais tudo como imortais.
Nada é menos peculiar do homem ocupado do que viver. Não há coisa mais difícil de saber do que viver.
Cada um apressa sua vida e sofre a ânsia do [9] futuro e o tédio do presente.
não há motivo para pensares que alguém viveu longamente só por causa dos cabelos brancos ou das rugas: ele não viveu longo tempo, mas existiu longo tempo. É como se pensasses que navegou muito quem uma terrível tempestade surpreendera na saída do porto, impelindo-o para um lado e outro sob ventos furiosos de diversas direções, e fazendo-o deslocar-se em círculo pelos mesmos lugares. Ele não nevegou muito, mas foi muito fustigado.
transcorrerá do modo como foi determinada desde seu primeiro dia, não sofrerá nenhum desvio, nenhum retardo. O que irá acontecer? Tu estás ocupado, a vida se apressa; nesse ínterim, a morte irá chegar, para a qual, querendo ou não, terás de ter tempo.
O maior obstáculo à vida é a expectativa, que fica na dependência do amanhã e perde o momento presente.
Assim como uma conversa, uma leitura ou uma reflexão mais profunda distrai os que estão em viagem, e eles se dão conta de que chegaram antes de ter notado que se aproximavam, assim também este trajeto de nossa vida, contínuo e tão rápido, que percorremos com o mesmo passo, em vigília ou dormindo, não é aparente para as pessoas ocupadas, exceto no fim.
Brevíssima e demasiado angustiosa é a vida daqueles que se esquecem do passado, negligenciam o presente e temem o futuro.
Novas ocupações substituem-se às antigas, uma esperança desperta outra, uma ambição, outra ambição. Não se busca o fim da infelicidade, muda-se-lhe a fonte.
“O ócio sem estudos é a morte e a sepultura de um homem em vida”