Céu sem estrelas

by Iris Figueiredo

Eu não me sentia forte. Demorei muito tempo até encontrar minha própria força.

Era como me afogar em águas rasas, sem perceber que podia simplesmente colocar os pés no chão.

Me sentia muito melhor mergulhando em problemas da ficção e esquecendo os meus.

Eram muitas perguntas, e eu não queria descobrir as respostas. Era cansativo viver com um cérebro que pensava demais.

Mas você não precisa entender as pessoas sempre. Ninguém consegue, por mais que tente. Mais do que compreensão, as pessoas buscam apoio, ou às vezes só alguém disposto a ouvir.

Quando nos importamos com alguém que vive uma luta tão profunda contra seus próprios monstros, o medo de que algo esteja fora do lugar sempre bate à porta.

Não existe um céu sem estrelas, Cecília. Mesmo quando estão cobertas pelas nuvens, ainda estão lá. A gente só não consegue enxergar.

O amor é paciente. Ele é feito de respeito e apoio mútuos. Ainda tenho medo do abandono, mas procuro pensar todos os dias que aqueles que importam estarão sempre comigo. Que uns chegam e outros vão, mas que não posso aceitar menos do que eu mereço.

Há muitas estrelas no céu, não deixe que as nuvens te façam se esquecer disso.