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imaginar o mundo deve ser mais bonito mesmo.
quando vamos muito aos lugares, eles começam a gostar da gente ao ponto de sentir saudade se ficarmos um tempo sem aparecer.
pensei que a carla voltaria quando cansasse de morrer e imitaria as borboletas no pátio pro meu medo passar.
fogo como coisa bonita que dança sem ninguém pedir.
minha mãe me disse que a carla mora morta embaixo da terra que é a casa dos mortos ao mesmo tempo que o céu também, mas o céu guarda a parte viva da pessoa, aquela coisa que não morre nunca, não a saudade, a saudade é amor e é dos vivos, estou falando da coisa viva que fica nos mortos, minha mãe chama de: – alma. eu prefiro chamar de: – quando o deusinho teimoso mora na gente.
o problema foi a perda da parte de mim que acreditava, vazou no banho um dia pelo ralo, escorreu e a água rápida mandou pro cano que levou pro rio.
Carta era um ótimo jeito de dizer que se amava alguém porque às vezes falando a pessoa não entende nada ou escuta pouco pensando em outras coisas.
ser novo é bem mais chato do que ser velho, as cobranças, o colégio, os pais, o Futuro, espero que não estejam contando com a gente pra salvar o mundo.
tenho amigos que não morreram mas é como se eles tivessem morrido, ninguém se fala apesar de ser possível. até com meus pais eu falo cada vez menos e nada dói no meu corpo a ponto de chamar de saudade, com as pessoas vivas eu me sinto mais à vontade pra esquecer. lembro quando olho no espelho e vejo entre as sobrancelhas 1 ruga que parece um rio. o que eu estaria fazendo se eu pudesse ter escolhido fazer alguma coisa?