o meu sistema de alarme desgastou-se, até se desactivar. Ou, sei lá, esbateu-se, com os anos, a marca do homem com quem não se faz farinha, um olhar, um trejeito da boca. Ou, mais simplesmente, como que me ofuscara, perdera a elasticidade vigilante que no decurso da existência me permitira sair da miséria das origens, criar os filhos, impor-me em ambientes difíceis, conquistar um pouco de bem-estar, adaptar-me às circunstâncias boas e más. Não sabia ao certo como e em que medida teria mudado, mas parecia-me agora que acontecera sem dúvida.