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Aos meus pais e ao meu marido, porque, quando eu disse que queria tocar a lua, vocês seguraram a minha mão, me abraçaram apertado e me ensinaram a voar
Uma estrada se bifurcava em um bosque e eu… segui pela estrada menos percorrida, e isso fez toda a diferença.
A única existência que conheço agora é aquela que me foi dada. Um eco do que um dia foi.
Pressiono a palma contra o pequeno painel de vidro e sinto o frio agarrar minha mão com um toque familiar. Estamos os dois sozinhos, os dois existindo como a ausência de alguma coisa.
Pingos de chuva são o único lembrete de que as nuvens têm um coração batendo. De que eu também tenho um.
Sempre questiono os pingos de chuva. Questiono o modo como sempre caem, tropeçando em seus próprios pés, quebrando as pernas e se esquecendo do paraquedas ao se desprenderem do céu a caminho de um fim incerto.
Aperto os olhos graças à luz do começo da manhã. Alguém pegou o sol e o pregou outra vez no céu, mas a cada dia ele fica um pouco mais baixo do que no dia anterior. É como um pai ou uma mãe negligente, que só conhece metade de quem você é. Ele nunca percebe que sua ausência transforma as pessoas. Que somos diferentes no escuro.
Foco no quadrado transparente encravado entre mim e minha liberdade. Quero quebrar esse mundo de concreto e jogá-lo no esquecimento. Quero ser maior, melhor, mais forte.
Quero ser o pássaro que voa para longe.
Não consigo me lembrar do calor de nenhum tipo de abraço. Meus braços doem com o frio inescapável do isolamento.
Ele ainda não foi danificado pelo mundo. Tanta liberdade na ignorância…
Não se dá conta de como sua ignorância o torna vulnerável.
O verão é como um fogão lento que faz tudo o que existe no mundo ferver um grau de cada vez. Promete um milhão de adjetivos felizes somente para jogar fedor e esgoto em nosso nariz no jantar. Odeio o calor e a bagunça pegajosa e suada que ele deixa para trás. Odeio a indiferença e o tédio de um sol preocupado demais consigo mesmo para notar as infinitas horas que passamos em sua presença.
O sol é uma coisa arrogante, sempre deixa o mundo para trás quando se cansa de nós.
A lua é uma companhia leal. Nunca vai embora. Está sempre lá, vigiando, firme, conhecendo-nos em nossos momentos de luz e escuridão, sempre mudando, como acontece conosco. Todo dia mostra um lado diferente. Às vez...
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A lua entende o que é ser humano. Incerta. Sozinha. Com crate...
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Os elementos da natureza entraram em guerra uns com os outros porque abusamos do nosso ecossistema. Abusamos da nossa atmosfera. Abusamos dos nossos animais. Abusamos dos nossos irmãos humanos.
Eu queria poder encher a boca de gotas de chuva e os bolsos de flocos de neve. Queria poder traçar as veias de uma folha caída e sentir o vento beliscar meu nariz.
Sonho com o mesmo pássaro voando pelo mesmo céu há exatos 10 anos. Branco, com riscas douradas no topo da cabeça, como uma coroa.
A verdade é uma amante ciumenta e violenta que nunca dorme,
Convicções pessoais, foi isso que quase matou a todos nós, era o que diziam.
Convicções prioridades preferências preconceitos e ideologias nos dividiram. Nos iludiram. Nos destruíram.
As pessoas nunca perceberam que estavam entregando suas almas a um grupo que planejava tirar vantagem de sua ignorância. De seu medo.
Encheram nosso mundo de armas apontadas para nossas testas e sorriram enquanto atiravam 16 balas em nosso futuro. Mataram aqueles fortes o suficiente para reagir e trancafiaram os loucos que fracassaram em superar suas expectativas utópicas.
Na ausência de relacionamentos humanos, formei laços com personagens no papel. Vivi amor e perda por meio de histórias gravadas na História; vivi a adolescência por associação. Meu mundo é uma rede entrelaçada de palavras, membros costurados a membros, osso a tendão, pensamentos e imagens juntos. Sou um ser composto de letras, um personagem criado por meio de frases, uma imaginação formada por ficção.
Não sou propriedade de ninguém. E não me importo com a aparência que Warner quer que eu tenha.
Seus lábios estão muito próximos do meu ouvido e eu sou água e nada e tudo e derreto em um desejo tão desesperado que queima quando eu o engulo.
Seu corpo chega mais perto e percebo que não estou prestando atenção em nada além dos dentes-de-leão soprando desejos em meus pulmões.
Eu sou capaz de mudar o seu mundo.
A risada surge com a vida. – Dou de ombros, tentando parecer indiferente. – Eu nunca estive viva antes.
Todo mundo diz que eu falo muito. – Ele deu de ombros. – Mas o que posso fazer se tenho tanto a dizer?
Quer dizer, caramba, o jeito que ele olha para você… É como se esse cara nunca tivesse visto uma mulher na vida. É como se colocassem comida na frente de alguém faminto e dissessem que ele não pode comer.

