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Às vezes me pego tão desesperada por tocar por ser tocada por sentir algo que tenho quase certeza de que vou cair de um penhasco em um universo alternativo onde ninguém jamais será capaz de me encontrar. Não parece impossível. Estou gritando há anos e ninguém nunca me ouviu.
Quero quebrar esse mundo de concreto e jogá-lo no esquecimento. Quero ser maior, melhor, mais forte. Quero ser furiosa furiosa furiosa. Quero ser o pássaro que voa para longe.
Nesse mundo, a esperança sangra no cano de uma arma.
– Você escondeu toda sua raiva e ressentimento porque queria ser amada – continua, agora sem sorrir. – Talvez eu a entenda, Juliette. Talvez devesse confiar em mim.
Meu coração trinca. Meus olhos brilham. Estou tão ofendida tão furiosa tão horrorizada tão humilhada e queimando com uma indignação tão ácida que é quase como se um incêndio se espalhasse dentro de mim, transformando todas as esperanças em cinzas.