Em poucos minutos, o horizonte todo se iluminava em um raio de luz e subia devagar em meio às trevas, como se uma grande mão estendida do alto do céu puxasse devagar a cortina da noite. Era uma cena magnífica, cuja grandeza ia muito além da minha consciência. Vendo essa paisagem, eu tinha a impressão que minha própria existência se dissolvia aos poucos e quase desaparecia. Nada nesse quadro, nem a mais ínfima trivialidade, fora criado pela mão humana.