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Nunca sei qual é o protocolo nesse tipo de situação. É como quando você está na fila do mercado e uma velhinha começa a contar sobre os netos ou a artrite dela, e você só sorri e balança a cabeça. Mas aí chega sua vez de pagar, e você solta um bom, então tá, tchau pra sempre. E isso é meio trágico, se você pensar bem.
Parece a coisa mais improvável do mundo. Você tem que ficar a fim da pessoa certa no momento certo. E a pessoa também tem que gostar de você. Um alinhamento perfeito de sentimentos e circunstâncias. É quase incompreensível que aconteça com tanta frequência.
Consegui ficar bêbada na noite passada sem ingerir nenhum álcool. Agora, estou com uma ressaca não alcoólica.
— Por que você não me fala mais nada sobre garotos? — Porque não tenho literalmente nada para contar.
Se alguém diz que estou triste ou pergunta o que houve ou fala para eu não chorar, parece que meu corpo escuta: CHORE AGORA. Como se fosse uma ordem, mesmo que eu não esteja realmente triste.
ainda preciso pensar no que vou escrever para Reid. Precisa ser algo engraçado e casual, mas não pode parecer que me esforcei muito.
Eu nem tinha percebido quanto tempo passo querendo. E desejando, sonhando, ansiando. Parece que tenho uma sensação perpétua de que tem alguma coisa faltando.
Eu fico assim às vezes. Passo uns períodos sem dizer uma palavra. Parece que toda vez que penso em alguma coisa ótima para falar, eu ensaio tanto mentalmente que esqueço se já falei em voz alta.
Porque essa é a questão da mudança. É normal sofrer com elas. É a mais básica de todas as tragédias.