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Havia dias em que era tomada de uma nostalgia intensa. Era a lua mostrar-se redonda no céu, Luamanda na terra se desminlinguia todinha. Era como se algo derretesse no interior dela e ficasse gotejando bem na altura do coração.
Pacientemente penteava ou ouriçava, com os dentes, os embranquecidos pentelhos do corpo dele. E de noite, depois de muitas noites, quando a pedra envergonhada e soturna se desabrochava em flor, ambos cavavam o abismo do abismo encontrando o nada como realidade única e, então, é que aconteciam as juras de amor. E
O amor é um tempo de paciência?
Ela estava com vinte e nove anos. Pouco? Muito? Medir, comparar, aquilatar os anos em relação a que? Haveria um tempo outro amortecido no coração do tempo?
E quando a dor vem encostar-se a nós, enquanto um olho chora, o outro espia o tempo procurando a solução.