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“graça barata”, que, “em vez de justificar o pecador, justifica o pecado”.
Jesus nada nos exige sem nos dar a força para fazê-lo. Seu mandamento não visa jamais destruir a vida, mas conservá-la, fortalecê-la e curá-la.
A graça barata, em vez de justificar o pecador, justifica o pecado. Desse modo, resolve tudo sozinha, nada precisa mudar e tudo pode permanecer como antes.
A graça barata é a pregação do perdão sem arrependimento do pecador, é o batismo sem disciplina eclesiástica, é a comunhão sem confissão de pecados, é a absolvição sem confissão pessoal. A graça barata é a graça sem discipulado, é a graça sem cruz, é a graça sem Jesus Cristo vivo e encarnado.
Essa graça é preciosa porque chama ao discipulado; é graça porque chama ao discipulado de Jesus Cristo; é preciosa por custar a vida ao ser humano; é graça pois só assim dá vida ao ser humano;
preciosa sobretudo porque foi preciosa para Deus, porque lhe custou a vida de seu Filho — “Porque fostes comprados por preço” (1Co 6.20) — e portanto não pode ser barato para nós o que custou caro para Deus. É graça, sobretudo, porque Deus não considerou que seu próprio Filho custasse caro demais para pagar por nossa vida, e assim o deu por nós. A graça preciosa é a Encarnação de Deus.
às margens da Igreja, estava o lugar onde se mantinha viva a consciência de que a graça é preciosa e implica o discipulado. Por Cristo, pessoas abandonavam tudo que possuíam e procuravam seguir os rígidos mandamentos de Jesus na prática do cotidiano. Foi assim que a vida nos mosteiros se tornou um protesto vivo contra a secularização do cristianismo e o barateamento da graça.
a Igreja relativizou o barateamento da graça e, na verdade, por meio dele até mesmo ganhou a legitimação de sua própria vida mundana;
a vida monástica tornava-se comportamento especial de natureza individual, ao qual a massa popula...
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o grande problema da vida monástica, a despeito de todas as incompreensões quanto à vontade de Jesus, não consistia na escolha pelo caminho da graça do discipulado rigoroso. Antes, devia-se muito mais ao fato de a vida nos mosteiros ter tanto se distanciado da vida cristã fora deles que se transformou em comportamento excepcional de alguns poucos, reivindicando assim um tipo de mérito especial.
caminho de Lutero, do mosteiro para o mundo, representou o ataque mais forte contra o mundo desde o surgimento da Igreja primitiva. A renúncia do monge ao mundo, na vida monástica, foi brincadeira de criança comparada à renúncia que o mundo vivenciou por parte daquele que a ele retornava. O ataque era frontal.
Existe afronta mais diabólica contra a graça que pecar contando com a graça que Deus nos concedeu? O Catecismo Católico não