A Bíblia: Uma biografia (Livros que Mudaram o Mundo) (Portuguese Edition)
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consenso entre os estudiosos é que a narrativa do Êxodo não é histórica.
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Os autores J e E interpretaram a saga de Israel de maneiras muito diferentes, e os futuros editores não fizeram qualquer tentativa de eliminar as incoerências e contradições.
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Allegoria era um termo usado por retóricos para descrever um discurso que significava algo diferente de seu significado superficial.
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Na verdade, um texto que não pudesse ser radicalmente reinterpretado para atender às necessidades do dia estava morto; as palavras registradas da Escritura tinham de ser revitalizadas por constante exegese.
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A essência da Torá era a recusa disciplinada de infligir dor a outro ser humano.
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Não podia haver nenhuma interpretação definitiva da Escritura.
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Como os soberanos iranianos eram mais liberais que os imperadores cristãos, os judeus da Babilônia tinham liberdade para conduzir seus próprios negócios sob um exiliarca oficialmente designado.
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Ao estudar a Bíblia por meio do Bavli, o estudante aprendia que ninguém tinha a última palavra, que a verdade estava mudando constantemente e que, embora a tradição fosse numinosa e valorosa, não devia constranger seus próprios poderes de julgamento.
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O estudante devia acrescentar sua própria gemara à página sagrada, porque sem ela a linha da tradição chegaria ao fim. “Que é Torá?”, perguntava o Bavli, “Ela é: a interpretação da Torá.”62
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Ao mostrar que as coisas terrenas eram vãs e vazias, o Eclesiastes revelava a futilidade de depositarmos toda nossa esperança no mundo material; exemplificava, portanto, o sentido moral da Escritura: porque nos mostrava como nos comportar, usando argumentos que não demandavam nenhum entendimento sobrenatural.
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A linguagem era inerentemente falha: poucas vezes transmitimos nossos pensamentos de modo adequado para outros, e isso torna problemáticas nossas relações com as pessoas. Assim, nossa luta com a Escritura deveria nos lembrar da impossibilidade de se expressar o mistério divino na fala humana.
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Agostinho havia chegado à mesma conclusão que Hillel e os rabinos. A caridade era o princípio central da Torá, e tudo mais era comentário. O que quer que Moisés tivesse escrito, seu principal objetivo era pregar o duplo mandamento: o amor a Deus e o amor ao próximo. Essa havia sido também a mensagem central de Jesus.65 Assim, se insultamos os outros em nome da Bíblia, “fazemos de Deus um mentiroso”.
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Portanto, “devemos meditar sobre o que lemos, até que seja encontrada uma interpretação que tenda a estabelecer o reinado da caridade”, insistia Agostinho.
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Para Agostinho, a “regra da fé” não era uma doutrina, mas o espírito do amor. O que quer que o autor tivesse pretendido originalmente, uma passagem bíblica que não fosse conducente ao amor devia ser interpretada figurativamente, porque a caridade era o princípio e o fim da Bíblia.
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No Guia dos perplexos, ele afirmou que, como a verdade era una, a Escritura devia estar em harmonia com a razão.
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Os humanistas haviam começado a ler tanto Paulo quanto Homero na língua original e considerado a experiência arrebatadora.
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Nos Estados Unidos, os fundamentalistas protestantes haviam desenvolvido um sionismo cristão que era paradoxalmente anti-semita.
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A exegese nunca poderia permanecer imutável, pois a Bíblia representava um diálogo em curso entre Deus e a humanidade.
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A Bíblia não era um roteiro predeterminado. Nossas vidas diárias deviam iluminar a Bíblia, e esta por sua vez nos ajudaria a descobrir a dimensão sagrada de nossa experiência cotidiana.
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Podemos ler a Bíblia hoje como um comentário profético ao nosso próprio mundo de ortodoxias furiosas; mas ela pode nos proporcionar a distância compassiva para compreender os perigos desse dogmatismo estridente e substituí-lo por um pluralismo purificado.
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A Bíblia era subversiva. Essas narrativas não deviam ser usadas apenas para sustentar a ideologia do establishment, mas deveríamos expor esperanças, reivindicações e expectativas de nosso tempo à narrativa do evangelho e examiná-las, desconstruí-las e remoldá-las à sua luz.
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Se uma interpretação concentrava-se somente no que o autor bíblico dizia, e ignorava o modo como gerações de judeus e cristãos a haviam compreendido, ela distorcia a significação da Bíblia.
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Desde o início, os autores bíblicos se contradisseram uns aos outros, e suas visões conflitantes foram todas incluídas pelos editores no texto final.
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Hans Frei estava certo: a Bíblia foi um documento subversivo, desconfiado da ortodoxia desde o tempo de Amós e Oséias.
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A ênfase fundamentalista na letra reflete o ethos moderno, mas é uma ruptura com a tradição, que em geral preferiu algum tipo de interpretação figurativa ou inovadora.
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Mas, tendo a Escritura sido tão flagrantemente violada dessa maneira, judeus, cristãos e muçulmanos têm o dever de estabelecer uma contranarrativa que enfatize as características benignas de suas tradições exegéticas.
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A compreensão e a cooperação entre as religiões são agora essenciais para nossa sobrevivência: talvez membros das três fés monoteístas devam trabalhar juntos para estabelecer uma hermenêutica comum.
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Há uma forma de “fundamentalismo secular” tão fanática, tendenciosa e inexata com relação à religião quanto qualquer fundamentalismo baseado na Bíblia em relação ao secularismo.
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O lingüista Donald Davidson sustenta que “interpretar a declaração e o comportamento dos outros, mesmo seu comportamento mais aberrante, exige que encontremos neles muita verdade e razão”.3 Embora suas crenças possam ser muito diferentes das nossas, “temos de supor que o estranho é muito semelhante ao que somos”, de outro modo corremos o perigo de negar sua humanidade. “A caridade nos é imposta”, conclui Davidson. “Quer gostemos dela ou não, se quisermos entender os outros, devemos considerá-los corretos na maioria dos assuntos.”4 Na arena pública, no entanto, freqüentemente
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Em vez de citar a Bíblia no intuito de denegrir homossexuais, liberais ou sacerdotisas, poderíamos lembrar a regra da fé de Agostinho: um exegeta deve sempre procurar a mais caridosa interpretação de um texto.
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Em vez de usar uma passagem bíblica para apoiar a ortodoxia passada, uma hermenêutica moderna poderia ter em mente o significado original de midrash: “ir à procura de”.