Tempestade de ônix (O Empyriano, #3)

by Rebecca Yarros

— Se eu me afundar a cada perda, não vou ter tempo para fazer mais nada.

Xaden é meu. Ele é meu coração, minha alma, meu tudo. Acabou canalizando magia da terra para me salvar, e vou até os confins do mundo para encontrar uma forma de salvá-lo.

— Então pratique dispersar magia o suficiente para manter todas as suas extremidades aquecidas durante o voo, porque suas asas não sustentarão o peso do gelo — grunhe Tairn enquanto a neve cai. — “Suas asas não sustentarão o peso do gelo” — imita Andarna, com escárnio. — E ainda assim as suas conseguem, milagrosamente, sustentar o peso desse seu ego.

— Esse tipo de poder é viciante. Você sabe disso, ou não estaria fingindo dormir à noite.

— No entanto, não confunda meu apoio inabalável a você, à minha consorte e a Andarna com qualquer fé que eu possa ter nele. — Tairn ergue a cabeça, indicando que aquela conversa chegou ao fim. — Entendido.

— Eu poderia chegar ao título de Guardião, liderar exércitos de dominadores das trevas contra todas as pessoas com quem nos importamos e observar cada veia do meu corpo ficar vermelha enquanto canalizo todo o poder do Continente, e ainda assim amaria você. O que fiz não muda isso. Não sei se existe alguma coisa que pode mudar isso.

— Por mais que eu agradeça a preocupação — interrompe Xaden, a voz quase gélida —, se continuar dando ordens sobre quem deve ocupar a cama de Violet no futuro, teremos problemas.

Tenho completa confiança na sua habilidade de proteger a si mesma, mas é só me chamar que arrombo essas portas e mando tudo pelos ares. — Você é tão romântico.

Ainda temos os meios — Andarna me lembra. Certo. Plano B: traição. Acho que esse caminho era inevitável.

Então é com todo o amor que tenho no coração que vou te dizer: vê se veste essa porra desse uniforme logo porque nós precisamos de você.

— Retire-se se não é capaz de ficar em silêncio, Aetos. — O duque de Calldyr se inclina para trás na cadeira, passando a mão pela barba loira e curta. — Isso está fora da sua alçada.

e ficarei mais do que feliz em me aproveitar disso caso quebre o Código de Conduta, professor. O general Melgren pode até comandar o exército, mas esta escola quem comanda sou eu. Ficou claro? Deuses, como eu odeio esse filho da puta. — Se ficou claro que você é um cuzão? Com certeza. — Xaden ergue o dedo em riste. — E ofender você não vai contra o Código de Conduta. Eu já verifiquei.

— Posso ensinar vocês a tentarem, mas só existe uma pessoa capaz de me derrubar um dia, e não é você, Graycastle. Minhas bochechas esquentam quando cabeças se viram na minha direção.

Um certo cavaleiro me manteve acordado para conversar ontem à noite. — Ele se vira para murmurar algo para Garrick, que assente. — E não me importei com isso, já que minha cama está fria demais sem você fisicamente nela, e silenciosa demais sem você gritando meu nome.

— Deuses, chega de flertar e vão logo pra cama — comenta Ridoc. Lentamente, todas as cabeças se voltam na direção dele. — Putz, falei em voz alta, né? — ele me pergunta com um cochicho.

Ele leva uma mão na direção de uma mecha solta da minha trança, mas nunca chega ao objetivo. As sombras passam direto pelas égides e acertam Halden no peito como um aríete, fazendo com que o príncipe herdeiro de Navarre voe para trás e bata com tudo no muro de pedra. Cacete.

Puta merda. — Tiro as mãos dele. — Você está com ciúmes. De verdade. — Sim, meu amor, estou com ciúmes. — Ele espalma as mãos em minhas costas e me puxa na direção dele. — Estou com ciúmes da armadura colada em seu corpo quando não posso estar aqui, dos lençóis da sua cama que acariciam sua pele toda noite, e das lâminas que sentem o toque das suas mãos. Então, quando o príncipe da nossa nação aparece na minha sala de aula e começa a falar com a mulher que amo com o que apenas pode ser considerada uma familiaridade intensa e logo em seguida tem a audácia de querer um encontro com ela bem na minha frente, naturalmente vou ficar com ciúmes.

apertam mais. O poder inunda meu corpo e abro a porta dos Arquivos, o calor inundando minha pele. Deuses, se eu canalizar demais enquanto estiver grudada a ele… — Você já canalizou com ele bem mais perto — Tairn me lembra, e… Argh, não, agora não é hora de pensar em como ele sabe disso.

— Eu só… preciso ir. — Ele desvia o olhar, segurando a laranja com as duas mãos agora. — Um de nós precisa ir com você. Desde… — Ele faz uma careta, a mágoa está estampada nos olhos castanho-escuros enquanto ele me encara. — Desde Athebyne, um de nós sempre esteve do seu lado. — Ele ergue um dedo. — Tirando aquela vez em que saiu escondida para sua viagenzinha só de irmãos para Cordyn. Quando a escola se dividiu, nós fomos com você. Basgiath foi atacada e estávamos lá. Você precisou ir até Poromiel para buscar os irmãos de Maren? Nós aparecemos de novo. Quando estamos separados, e ou você é levada para uma câmara de interrogatório e torturada por dias ou quase é tostada pelo fogo de Aura, e sei que não fui a única pessoa a pensar que se Liam tivesse estado lá cuidando de você, isso nunca teria acontecido. — Ele vira o dedo na direção de Rhiannon e Sawyer. — Vocês dois também devem ter pensado nisso.

Aceito. — Endireito os ombros. — Para a missão de Deverelli, meu esquadrão será composto pelo tenente Riorson, a tenente Sorrengail, cadete Gamlyn, cadete Cordella — olho por cima do ombro para enxergar a parente —, capitão Cordella, cadete Aetos, príncipe Halden e seja lá qual for guarda favorito dele para acompanhá-lo, caso acabe dando uma topada no dedão —

Cacete, Violet, você é tão gostosa. Nunca vou desistir de você. Você sabe disso, certo? Já teve sua chance de fugir. Deveria ter fugido, Vi.

— A Violet. Meu coração acelera até o dobro da velocidade normal. — Minha lealdade é a Violet, primeiro e acima de tudo, acima de todos — diz Xaden. — Depois a Tyrrendor. E então Navarre, nos momentos em que se mostra digna… normalmente quando Violet está por lá.

Não confunda a união de um dragão com uma jura de lealdade. Se espera que um dragão escolha seu cavaleiro em vez do bem-estar da própria espécie, prepare-se para duas coisas: decepção e morte.

rede pesa sobre minhas costas. — Você foi o melhor presente da minha vida — digo a Tairn. — Ainda não acabou! — grita ele.