Memórias Póstumas de Brás Cubas
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veja-a e não esteja daí a torcer-me o nariz, só porque ainda não chegamos à parte narrativa destas Memórias.
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como o corcel das antigas baladas, que o romantismo foi buscar ao castelo medieval, para dar com eles nas ruas do nosso século. O pior é que o estafaram a tal ponto, que foi preciso deitá--lo à margem, onde o realismo o veio achar, comido de lazeira e vermes, e, por compaixão, o transportou para os seus livros.
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pouco texto, larga margem, tipo elegante, corte dourado e vinhetas... principalmente vinhetas...
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Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.
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creio que para ela era melhor ter nascido azul.
Ana Raquel Bastos
Crítica a escravidão e racismo da época?
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Lembra-vos ainda a minha teoria das edições humanas? Pois sabei que, naquele tempo, estava eu na quarta edição, revista e emendada, mas ainda inçada de descuidos e barbarismos; defeito que, aliás, achava alguma compensação no tipo, que era elegante, e na encadernação, que era luxuosa.
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Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...
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estava fechado o livro da vida, sem nenhuma página de sangue.
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tão vadios e tão vazios;
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o leitor, entretanto, não se refugia no livro, senão para escapar à vida.
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a vida era para mim a pior das fadigas, que é a fadiga sem trabalho.
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Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.