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Kindle Notes & Highlights
descobri a alegria de transformar distâncias em tempo. Um tempo em que aprendi a entender as coisas do mar, a conversar com as grandes ondas e não discutir com o mau tempo.
Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. E para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada, querer.
Era o medo de nunca partir. Sem dúvida, este foi o maior risco que corri: não partir. Não estava obstinado de maneira cega pela ideia da travessia, como poderia parecer — estava simplesmente encantado. Trabalhei nela com os pés no chão, e, se em algum momento, por razões de segurança, tivesse que voltar atrás e recomeçar, não teria a menor hesitação. Confiava por completo no meu projeto e não estava disposto a me lançar em cegas aventuras. Mas não poder pelo menos tentar teria sido muito triste.
Conversei, procurando informações ou conselhos úteis. Sem exceção, todos me desestimularam. Ouvia de navegadores experientes, com palavras secas e refletidas, que se partisse não voltaria.
Não passei naqueles sete dias por um momento sequer de monotonia, tristeza ou desespero. Pois nada é mais certo do que a chegada do bom tempo após uma tempestade que parece interminável.
tinha consciência de que vivia momentos importantes, pois poucas vezes na vida tem-se um único objetivo e a firme certeza de que, a cada dia que passa, a cada hora, a cada remada, se está mais próximo dele.
o Furia mostrou uma qualidade fundamental para se atingir a perfeição: humildade.

