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— Da minha cunhada, é claro — o ruivo sorriu.
— O que é isso? — É a chave do meu carro. — Beleza. Por que tá me entregando isso? — Porque eu não posso dirigir, e não gosto que fique voltando pra casa com quem não conhecemos.
— Vocês têm tesão em brigar quando eu estou por perto?
Daniel estreitou os olhos antes de pegar sua mão. Em seguida, olhou para Fernando. — O Paulo tá afim de você. Mariana bufou, socando o seu peito. — Não era pra contar assim!
Que tipo de conteúdo vazio e de baixa qualidade vocês vão me obrigar a assistir hoje?
— É uma tentativa de te fazer descansar, princesa.
— Desde que você ficou perambulando por aí como um cachorrinho abandonado.
— Sentiu minha falta, princesa?
— Claro que não parece ser, você tá afim da melhor amiga dele.
Mariana soltou a bolsa sobre o capô antes de chutar a porta do lado do motorista. Não apenas uma vez, mas duas. Três. Quatro. Cinco vezes. O suficiente para que seu salto deixasse um amassado feio.
— Puta merda. E você entrou na coleira dela por isso? — Acho que eu já tava — o loiro murmurou.
Foi foda. Se eu pudesse, teria gravado.
— Eu fiz direito. — Ele deu de ombros. — A distância. Só nunca coloquei em prática. Sabe, seria difícil conciliar a agenda de jogos com as defesas em um tribunal.
— Vou escolher um filme de terror. Daniel odeia. — Ele tem medo? — Grita histericamente toda vez. — Por favor, escolha o pior que tiver aí.
— E eu torno a sua vida de astro do futebol, frio e calculista, rico e intocável, muito melhor. Daniel a encarou por alguns segundos. No lugar de qualquer resposta, ele agarrou o pé de Mariana, o que lhe arrancou um gritinho de surpresa. Daniel a puxou para mais perto, começando a fazer cócegas em sua barriga. Ela tentou empurrá-lo entre as risadas, sem sucesso algum. Ele a levantou, ainda sem parar com as cócegas, e a levou para o colchão deixado no centro do piso da sala.
— Mas eu daria de tudo pra retocar aquele platinado no cabelo dele, a raiz tá começando a crescer.
Mariana correu para abraçar Daniel. Ele tentou esconder um sorriso largo, sem muito sucesso. O loiro não se importou se ela estava pingando suor enquanto o abraçava. Ele percebeu que gostava dos abraços de Mariana. Era reconfortante, independentemente do momento em que estivesse. Causava-lhe uma sensação estranha. Verdadeira. Mariana era a pessoa mais verdadeira que ele já tinha conhecido em sua vida.
Agora, porém quando Mariana passou os braços ao redor do seu pescoço em um estúdio de fotografia cheio de pessoas, ele pensou seriamente na possibilidade de dar o número de sua conta bancária, de seu cartão de crédito e até a senha do cofre em seu quarto. Ela nem precisava pedir.
Continue me chamando assim, princesa. Vou me apaixonar.
Mas o seu diário tá quase no mesmo nível.
— Sou o que você quiser, amor — ele provocou, jogando a moeda para ela.
Ele foi interrompido pelos lábios de Mariana. As pessoas ao redor gritaram como se fosse a porra do Ano Novo, mas Daniel não conseguiu processar um movimento sequer nos primeiros segundos. Havia a boca de Mariana. Havia a mão de Mariana em sua nuca. Havia o corpo dela próximo demais ao seu. Era demais, e era bom pra caralho. Então, ele retribuiu. Iniciara-se como um beijo calmo, cuidadoso demais. A mão do ex-jogador havia pousado levemente na cintura de Mariana, mas era um toque superficial, da mesma forma como os dedos dela que estavam em sua nuca. Então, Mariana prendeu seu lábio inferior
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puxou levemente um punhado do seu cabelo. Daniel queria mais. O que era muito nítido para ele antes daquilo, tornou-se ainda mais óbvio naquele instante. Talvez fosse apenas o efeito de semanas sem tocar em alguém daquele jeito deixando tudo um pouco mais intenso, também. Mas ele não queria saber. O suspiro que escapou da boca da goleira quando suas costas bateram contra a parede mais próxima deixou o que quer que estivesse guardado dentro dele durante todo aquele tempo. Com o quer que ele tenha escondido ao fingir se contentar com uma amizade. Porra, ele queria mais. Ele não sabia o que
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algo que Daniel adoraria ver até onde iria. Então, de repente, havia Mariana o puxando para mais perto pela gola da camisa com uma mão — ele tinha quase certeza de que dois botões se abriram naquele processo, mas definitivamente não era saudável pensar demais que ela parecia a um ponto de despir o seu peito no meio de cinquenta pessoas. Havia sua outra mão puxando o seu cabelo em um ritmo dolorosamente prazeroso. Ele queria que ela continuasse, que o fizesse mais forte. Ele se pergun...
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— Hm, tô autorizando a invasão de cinquenta crianças no seu jogo de segunda-feira. Espero que não seja um problema. — Ele balançou a cabeça, um sorriso curto cruzando a expressão metódica. — A maioria nunca esteve em um estádio de verdade, então pensei, sabe, já que eu posso fazer esse tipo de escolha agora…
— Não conheço seu pai — ela rebateu, com um certo cuidado, antes de jogar a próxima carta. — Eu também não.
— Porque eu te amo, porra!
Que inferno, cacete. Eu não… não era pra estar rolando todo esse inferno. E eu tô apavorado pra caralho, porque eu não sei como é ser pai, eu não sei nem o básico que eu deveria fazer. Eu não sei nem se eu gostaria de ter filhos, nem se você também se sente assim, aliás. Eu não sei de merda nenhuma, exceto o fato de que eu te amo pra caralho. E não ter você comigo é… do caralho. Parece que eu me conheço menos sem você por perto. E, meu Deus, você não facilita. Porra.
— Gerard Piqué. — O marido da Shakira? — Você tá realmente reduzindo o cara a marido da Shakira?