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Há uma linha tênue entre ser uma pessoa fodida e estar fodido. Quando Daniel William Xavier acordou em um quarto que ele não conhecia, com uma dor de cabeça insuportável, ele soube que poderia ter feito a proeza de ser as duas coisas simultaneamente.
— Meu rosto fica aqui em cima, princesa — ele grunhiu, usando uma mão para se apoiar na parede. Inferno de dor. — Não que seja muito melhor. — Ela rebateu, simplesmente, antes de passar ao seu lado com indiferença. Até mesmo bateu o cotovelo nele.
Mariana Dias passou a odiar festas quando o melhor jogador de futebol do mundo vomitou em seu vestido.
Não apenas isso, mas também o fato de que William se assumira pansexual em rede internacional ao dar entrevista em um programa, muito antes de começar a sair abertamente com homens.
Te levo no cinema na sexta-feira se não arranjar problemas. Já que, de acordo com o novo treinador, nós namoramos. Serei o melhor namorado do mundo, mesmo sendo cem por cento gay. Faço isso por você. — Fechado, namorado.
Boa noite, querida. Como foi o treino? — ele perguntou, inocentemente. — Você chegou mais cedo hoje. Mais jovem fitou-o por um segundo. — Se ele não sair, eu saio — foi tudo o que ela disse antes de se trancar dentro do quarto.
um babaca, mas não um babaca burro. Não precisou de muito tempo de observação para perceber que a praga era boa como goleira. Poderia melhorar, mas, para alguém de um time pequeno, era incrível. Incrível. Há quanto tempo ele não usava aquela palavra para se referir a alguém?
Daniel poderia agradecer pela preocupação. Poderia se sentir feliz em ainda ter alguém que estava com ele por opção, porque Paulo poderia tê-lo expulsado de seu apartamento há muito tempo, mas não o fez. Mas ele só conseguia se sentir ainda mais frustrado em ver que era quase como uma surpresa que ele fizesse qualquer coisa boa.
Aquela breguice de porto seguro, e todas as palavras que pareciam ridículas demais para que Mariana as dissesse em voz alta. Fernando era aquilo, e sempre seria.
Como assim? — Estou com dor — disse, simplesmente. Os olhos ainda fechados. Por um segundo ele os apertou, como se a dor tivesse se intensificado. — Estou sempre com dor. E agora, também estou com dor de cabeça. Acho que devo agradecer a você por isso. Ela piscou, atônita. — Por que você está com dor agora? — Porque eu sofri um acidente que baixou o meu nível até você, mera mortal. — Daniel respirou fundo, e Mariana não teve dificuldades em lembrar-se de sua própria fala no jantar em sua casa. Ela se sentiu subitamente mal. — Tem… algo que eu possa fazer? — Se quiser sentar e me ver definhar
...more
— Achei que me odiasse. — Acho que você não merece o tratamento valorizado que tem, não significa que eu fique feliz em te ver assim. — Gosto da sua sinceridade. — Não gosto de nada em você.
Anote o que eu estou falando, Mari. Ele ainda vai se apaixonar perdidamente por mim.
Mari, você não pode chutar a porta do carro de cada pessoa que tentar fazer merda comigo. — Tem razão. Da próxima vez, eu posso chutar a cara. — Então você resolveu me defender? — Te incomoda? — Me surpreende. — Não deveria — ela murmurou, dando-lhe as costas para ir até o banheiro.
Agora, porém quando Mariana passou os braços ao redor do seu pescoço em um estúdio de fotografia cheio de pessoas, ele pensou seriamente na possibilidade de dar o número de sua conta bancária, de seu cartão de crédito e até a senha do cofre em seu quarto. Ela nem precisava pedir.
anos atrás, Daniel seguiu sua correnteza. Ele seguiu o que era dele. E ela o odiou por anos por isso.