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A dos Selvagens era dupla. Eles foram fadados a matar a pessoa por quem se apaixonassem — e a sobreviver exclusivamente de corações humanos. Transformaram-se em monstros de beleza terrível, com o cruel poder de seduzir com um único olhar.
Ele deveria ter medo. Se um Selvagem desejasse, poderia fazer uma pessoa se jogar de um penhasco. Seu poder de sedução era impossível de resistir, embora seu uso fosse proibido durante os cem dias. O Umbra deve ter pensado que estava seguro.
A maldição dos Estelares era das mais cruéis. Ninguém em seu reino vivia além dos vinte e cinco anos.
Solares foram amaldiçoados a nunca sentir o calor do sol ou ver a luz do dia, forçados a evitar o que lhes dava poder.
profecia para quebrar as maldições tinha três partes, que foram interpretadas de várias maneiras ao longo dos séculos. Uma era clara. Para que as maldições fossem erradicadas, um dos seis governantes tinha que morrer.
Isla desejou ser uma Umbra, só para poder desaparecer.
Por que o rei tinha salvado Isla?
A maldição dos Lunares significava que, em toda lua cheia, o mar reivindicava dezenas de vidas de seu reino, afogando qualquer um que estivesse muito perto da costa.
Isla nasceu sem a maldição dos Selvagens e sem o poder deles. Desde que nasceu, viveu trancada. Protegida por Poppy e Terra, por medo de que o reino descobrisse seu segredo.
Isla não precisaria comer corações ou matar seus amantes. Mas ser uma governante nascida sem poderes era tão perigoso quanto.
Havia uma razão para o rei hesitar se sentar ao trono?
o rei não queria nenhuma das lareiras apagadas. Por que não?
A primeira regra: um governante não pode assassinar ou tentar assassinar outro governante até depois do quinquagésimo dia.
E, quando os pares forem decididos, no vigésimo quinto dia, um governante não pode assassinar seu parceiro.
A segunda regra: todos os governantes devem comparecer e participar de todos os eventos do Centenário.
A terceira regra: para participar, nenhum governante pode ter um herdeiro.
— Desta forma, sua morte eliminará sua linhagem familiar e quebrará as maldições, segundo a profecia.
Sua maldição era o espelho da de Oro — Umbras não podiam sentir a energia e a calma da noite. Embora fossem noturnos, escolhendo viver na escuridão, tudo isso mudou quinhentos anos antes.
Habilidades mentais eram comuns nos Umbras. Era parte do que os tornava tão perigosos.
— Tenho. Mas é algo que vou guardar para mim, por enquanto. — Grim olhou para ela. — Não é leitura da mente, de qualquer forma. Ou outra coisa que eu pudesse usar em você em segredo.
Devoradora de Corações, você pode comer chocolate? Isla tentou manter a fome longe do rosto. — Posso comer todo o meu peso em chocolate.
Etéreos tinham sempre uma desculpa para dar festas: antes de tempestades, depois de tempestades, mesmo durante tempestades.
— É muito chocolate. Ele deu de ombros. — Você disse que poderia comer seu peso disso. Estou levando ao pé da letra.
— Me acorde quando tudo isso acabar. Uma risada. Com os olhos ainda fechados, ela sentiu algo áspero contra seus lábios. — Abra. Ela obedeceu, e Grim deixou cair outra trufa na língua dela.
Grim riu e riu e riu, aquela covinha estúpida radiante no rosto. Ele tentou dizer alguma coisa, então riu um pouco mais, e não parou nem mesmo quando se levantou,
Isla não pôde deixar de sorrir. Grim tinha, sim, lhe dado uma ajuda. Mas por quê?
— Não tenho certeza do que gosto mais. A forma como você segura uma espada... ou a forma como seu vestido te segura.
primeira regra do Centenário. Os lábios de Grim formaram um sorriso dissimulado em resposta a seu olhar. Isla deu um passo na direção dele, sentindo-se corajosa. Ainda não tinha certeza
E eu não sei do que gosto mais. De relembrar a imagem da minha espada contra a sua garganta... ou de pensar em como seu coração ficaria no meu prato. Os olhos escuros de Grim brilharam; ele estava se divertindo. — Cuidado, Devoradora de Corações — ele sussurrou, se aproximando dela, perto demais. — Talvez eu mesmo entregue-o a você.
Eu vou encontrar o desvinculador. Vou quebrar as maldições. Mesmo que isso signifique me quebrar.
Seu maior medo era o que ela havia enfrentado no teste de Celeste: não viver. Ficar presa por toda a eternidade em um quarto sem ter feito tudo o que sonhou.
Grim levantou a sobrancelha. — Não. Eu estava aqui por motivos pessoais, e senti você. — Me sentiu? Motivos pessoais?
Suas emoções, elas têm um tom… uma cor, quase. Eu sabia que você estava por perto.
Eu poderia abrir um buraco negro que engoliria a praia inteira. Poderia tornar o mar escuro como tinta e matar tudo que há nele. Poderia demolir o castelo, tijolo por tijolo, de onde estamos. Eu poderia te levar de volta para as terras Umbras comigo agora mesmo. — Sua voz era profunda como um sonho, escura como um pesadelo. — Eu poderia fazer todas essas coisas. — Seus lábios pressionados contra o ouvido dela, só por um instante. — E eu o faria, se não achasse que você me odiaria por isso.
É esse o seu plano, Selvagem? Tentar ganhar meu coração me atormentando? — Seus olhos arregalados procuraram os dela, esperando.
Ela estava sorrindo. Por que estava sorrindo?
— Sei que você é mais do que capaz de se proteger — disse ele, a cabeça baixa, a respiração contra o ombro quase nu de Isla. — Mas se precisar de mim, toque nisso. E irei até você.
— Como eu adoro uma surpresa… e ela — ele olhou com curiosidade para Isla —, ela certamente é uma surpresa. Mais do que você sabe… — Isla congelou. Ela podia ouvir na sua voz, ele sabia. De alguma forma, ele sabia que ela era uma governante Selvagem nascida sem poderes. Ela se preparou, esperando que ele dissesse as palavras. Esperando para ver o que Oro faria com essa informação, mas o homem alado só riu. — Curioso, tão curioso, Selvagem. Nascida de forma tão estranha.
— Acho que eles vão me matar — ela disse baixinho, então levantou os olhos, para ele. Ele a surpreendeu sorrindo. Colocou a mão cuidadosamente na bochecha dela. — Se alguém fizer um movimento para te machucar, acabarei com eles e com todo o seu reino. — Seus dedos percorreram o rosto de Isla, passando por sua garganta e, em seguida, puxando suavemente o pingente na ponta de seu colar. — Puxe isso — ele disse. — E estarei lá. Isla acreditava nele. Acreditava apenas nele.
— Coração — disse rapidamente, mais uma vez encurtando seu apelido anterior. Isla não era mais a “Devoradora de Corações” agora que ele não precisava fingir desconhecer o segredo dela?
O estômago de Isla revirou-se. Ela não sabia como não tinha pensado nisso antes. Devia ser Cleo quem lançou as maldições. Era isso que Juniper tinha tentado dizer a ela. Foi por isso que a Lunar o matou. Ela havia criado as maldições e colocado uma sob seu reino para não criar suspeitas? Uma sentença que não a enfraqueceria nem um pouco? Ela não tinha sofrido. Ainda estava forte como sempre fora. Se isso fosse verdade… Cleo não gostaria que as maldições fossem quebradas. Será que Oro sabia? Era por isso que ainda não tinham usado o coração? Cleo estava garantindo que Oro nunca fizesse uso
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A raiva a aqueceu, embora não o suficiente para impedir que o gelo deixasse seu corpo dormente. Os lábios de Isla eram duas lascas de gelo quando ela sussurrou. — Você está com medo — disse ela. — Porque eu sei… eu sei que foi você que lançou as maldições. — Isla esbravejou contra o gelo, golpeando-o sem parar, mas era inútil. — Eu sei, e se eu, uma tola, conseguiu descobrir, então qualquer um pode fazer isso.
— Eu nunca menti para você, Isla. — Ele deu um passo à frente, se aproximando. — Apesar de você ter mentido para mim muitas vezes. — Outro passo. — Você me contou o seu segredo. Agora deixe-me revelar qual é o meu dom. Ninguém consegue mentir para mim. — Ela se lembrou das palavras dele na caverna. — Porque eu sei quando as pessoas estão mentindo. O dom. Isla piscou.
— Eu não te disse que você me destruiu. — Destruí? Ele assentiu. — Estou destruído. Torturado. Você não parou de me atormentar desde a primeira vez em que te vi. Isla abriu a boca. Fechou-a. Pensou até em pedir desculpas. Grim continuou: — Bastaram algumas conversas com você e eu estava pronto para fazer a troca mais desvantajosa de todas: tudo de mim em troca de qualquer parte de você que estivesse disposta a dar.

