From the Bookshelf of Sword & Sorcery: "An earthier sort of fantasy"…

Andre Norton é uma escritora citada apenas pelo nome no Apêndice N. Ela escondeu seu gênero pois a editora achava que meninas não liam fantasia e que garotos não comprariam algo escrito por uma mulher, tipo aquela escritora do tal menino bruxo. Foi pioneira em livros para o público YA (jovem adulto) e hoje nomeia um importante prêmio para livros do gênero.

Não temos como saber o que exatamente influenciou na criação do D&D, então escolhi a obra que iniciou uma bem-sucedida série: Witch World (alg

Andre Norton é uma escritora citada apenas pelo nome no Apêndice N. Ela escondeu seu gênero pois a editora achava que meninas não liam fantasia e que garotos não comprariam algo escrito por uma mulher, tipo aquela escritora do tal menino bruxo. Foi pioneira em livros para o público YA (jovem adulto) e hoje nomeia um importante prêmio para livros do gênero.

Não temos como saber o que exatamente influenciou na criação do D&D, então escolhi a obra que iniciou uma bem-sucedida série: Witch World (algo como o Mundo das Bruxas). Os seis primeiros livros da série saíram entre 1963 e 1968, ou seja, fizeram bastante barulho para chamar a atenção de um leitor voraz de fantasia como Gygax. Além disso, o cenário gerou um suplemento de GURPS, qualquer coisa com conteúdo suficiente para virar livro de GURPS certamente chama a MINHA atenção.

Witch World narra as aventuras de Simon Tregarth, um tenente americano que cai em desgraça no pós segunda guerra e está com os dias contatos. Ele encontra a oportunidade de fugir para um mundo que “deveria” habitar. É uma passagem só de ida mas com certeza melhor que a morte certa.

Ele é transportado para um mundo de espadas e magia (com alguma tecnologia avançada destoante), e a primeira coisa que faz é salvar uma donzela em perigo. Pouco tempo depois ele descobre que a donzela não é tão indefesa assim mas uma poderosa bruxa, membra do conselho regente do reino matriarcal de Estcarp. Ele entra em serviço dessa nação em guerra com vários vizinhos. É o velho recurso de trazer um personagem externo que vai conhecer junto com o leitor as nuanças desse novo mundo.

Ao logo do livro, Norton apresenta uma segunda linha narrativa. A jovem Loyse precisa escapar de casamento arranjado, e na fuga disfarçada de homem acaba salvando a bruxa do início da história (de novo ela se mete em apuros). 

O livro é voltado para o público juvenil, então minhas barbas brancas não deixaram que eu me identificasse com os personagens, mais do que isso não acho que existe tanto desenvolvimento de personagens assim. Sequer conhecemos o nome da Bruxa até o final do livro, já que nomes têm poder, sabe, então ela não vai revela-lo para qualquer um. Além disso, algumas coisas envelheceram mal na minha opinião, as bruxas, por exemplo, perdem seus poderes se tiverem qualquer contato sexual. Mas temos de reconhecer que o livro possui dois personagens femininos fortes, protagonistas da trama, o que é mais representatividade que a maioria da lista inspiracional e educacional do Dungeon Master Guide.

Não existem influências diretas ao D&D como vemos de forma clara em outros livros. Criaturas fantásticas pouco aparecem e magia é limitada a ilusões e controles mentais. Talvez essa magia mais direcionada das bruxas tenha influenciado na criação posterior das escolas de magia e os Falcoeiros, um grupo mercenário que tem uma ligação forte com seu pássaro, pode ter inspirado o “companheiro animal”, mas isso são apenas especulações, e fracas, admito.

Enfim, achei um livro médio, não me prendeu o suficiente para continuar na série. Se eu fosse mais jovem, talvez me encaixasse no público-alvo e conseguisse apreciar melhor a obra.