The Painted Veil in Classics Without All the Class

Jul 23, 2011 Tânia rated it it was amazing · review of another edition

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Foi uma leitura relâmpago e a confirmar Somerset Maugham como um dos meus escritores de eleição. Depois de ter lido há pouco tempo "Servidão Humana" seguiu-se "O Véu Pintado", há em comum nestas duas obras, a facto de Maugham conseguir transmitir ao leitor um profundo conhecimento da alma humana, das suas contradições, nas obras dele não costuma haver as personagens boazinhas ou mazinhas, acho que revemos um pouco de nós em cada uma das suas personagens, de achar que faríamos e pensaríamos o mes Foi uma leitura relâmpago e a confirmar Somerset Maugham como um dos meus escritores de eleição. Depois de ter lido há pouco tempo "Servidão Humana" seguiu-se "O Véu Pintado", há em comum nestas duas obras, a facto de Maugham conseguir transmitir ao leitor um profundo conhecimento da alma humana, das suas contradições, nas obras dele não costuma haver as personagens boazinhas ou mazinhas, acho que revemos um pouco de nós em cada uma das suas personagens, de achar que faríamos e pensaríamos o mesmo que estivéssemos naquela situação em concreto. N"O Véu Pintado" a história centra-se principalmente na mente de Kitty, uma menina de família de classe média alta britânica, nos anos 20, que casa pelas razões erradas, que foi vítima do ambiente em que nasceu e cresceu, em que as mulheres têm de arranjar um casamento proveitoso, que casa com um homem da ciência, que a entedia mortalmente, como mais tarde ela se auto-descreve "Não é justo culpar-me por ser pateta, frívola e vulgar. Fui educada assim. Todas as raparigas que conheço são assim... É como censurar alguém que não tem ouvido para a música por estar aborrecido num concerto sinfónico. É justo culpar-me por me ter atribuído qualidades que não possuo? Nunca tentei enganá-lo fingindo ser o que não era. Eu era apenas bonita e alegre. Não pode querer comprar um colar de pérolas nem um casaco de peles numa barraca de feira; aí tem de se limitar a pedir um trompete de estanho e um balão." (isto porque se conheceram no ambiente de festas e bailes)
Kitty é infeliz no casamento, tem um amante, Charlie, o ambicioso Vice-Cônsul, que é caracterizado por Waddington como uma pessoa que "fez da popularidade uma ciência. Tem o dom de fazer que cada pessoa que conhece sinta que é a única pessoa no mundo com quem ele quer estar. Está sempre pronto para fazer alguma coisa que não lhe crie problemas e, mesmo que não faça o que a pessoa quer, arranja forma de dar a impressão de que é pura e simplesmente por ser humanamente impossível. (...) lá bem no fundo, não se interessa por ninguém a não ser por si próprio.(...) - A maioria das pessoas é de opinião que ele merece chegar longe. (...) - Competência? Que disparate! (...) Há muitos tolos no mundo e quando um homem numa posição relativamente elevada não se dá ares de superioridade, trata as pessoas com palmadinhas nas costas e lhes diz que faria qualquer coisa no mundo por elas, muito provavelmente essas pessoas vão falar dele como sendo uma pessoa muito inteligente."
Descobrindo a traição, como vingança, Walter obriga Kitty a irem para Mei-tan-fu, uma cidade infestada de cólera. E aí opera a viagem interior de Kitty, "esse véu pintado a que os que vivem chamam de vida", nas palavras do soneto de Percy Shelley, no qual o livro foi inspirado.
No prefácio o autor confessa que também foi fonte de inspiração para a história uma passagem do Purgatório no Inferno de Dante, em que Pia, uma fidalga de Siena cujo marido, suspeitando que ela cometia adultério, mas receando mandá-la matar por causa da família dela, a levou para o seu castelo de Maremma onde acreditava que os vapores venenosos fariam o trabalho.
Em relação ao filme, denoto algumas diferenças relevantes em relação ao livro. No filme é transmitido uma reconciliação entre Kitty e Walter, que de facto não acontece no livro, eles aproximam-se, contudo a história deles não termina com um pedido de desculpas mútuo, aliás as últimas palavras de Walter para a Kitty, são "o cão foi que[m] morreu" (The dog it was that died) , posteriormente ficamos a saber que é o último verso do poema An Elegy on the Death of a Mad Dog, de Oliver Goldsmith, sobre um cão que morde um homem muito bom, e que toda a gente acha que o homem vai morrer, contudo afinal quem morre é o cão.
Diferença substancial entre o filme e o livro é que o acontece entre Kitty e Charlie quando aquela volta para Hong-Kong (ou no filme Xangai). Percebo que o filme, para agradar ao grande público, seja mais meloso, reconciliador, mais socialmente correcto, contudo a obra de Maugham tem o mérito de ser bastante real e humana, aconselho vivamente a leitura do livro, por forma a se perceber todo o esplendor daquelas personagens tão bem construídas por W. Somerset Maugham. Para mim já figura como um dos meus livros preferidos.

"Sabe, minha filha, ninguém consegue encontrar a paz no trabalho ou no prazer, seja no mundo lá fora seja num convento, apenas na alma de cada um." (palavras da Madre Superior do Convento de Mei-tan-fu para Kitty) ...more

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Nov 23, 2012 Livietta rated it really liked it · review of another edition

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I personaggi sono costruiti in maniera eccezionale e sviluppati nello svolgimento della storia. Kitty è un personaggio moderno che non può che commuovere.

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