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Sep 26, 2012 Viviana rated it it was amazing · review of another edition

Shelves: my-library, favorites, dispersoes, leituras-2014

This review has been hidden because it contains spoilers. To view it, click here. Este é um daqueles livros que não saem da nossa cabeça até os lermos. Tanto ouvi falar sobre este livro, um estrondoso sucesso de vendas nos EUA, que não podia deixar de o ler. As críticas positivas que ouvi aliciaram-me mas, na verdade, foi um excerto do filme que acidentalmente vi que me convenceu definitivamente.
Kathryn Stockett conseguiu o impensável: escrever um livro sobre o racismo nos EUA, após a abolição da escravatura, com um laivo de humor.
Talvez por isso este livro seja tão fácil de Este é um daqueles livros que não saem da nossa cabeça até os lermos. Tanto ouvi falar sobre este livro, um estrondoso sucesso de vendas nos EUA, que não podia deixar de o ler. As críticas positivas que ouvi aliciaram-me mas, na verdade, foi um excerto do filme que acidentalmente vi que me convenceu definitivamente.
Kathryn Stockett conseguiu o impensável: escrever um livro sobre o racismo nos EUA, após a abolição da escravatura, com um laivo de humor.
Talvez por isso este livro seja tão fácil de ler: nunca sabemos o que vamos encontrar no capítulo seguinte.
As três narradoras - Skeeter, Aibileen e Minny - revezam-se na aventura de nos contar como era viver no sul dos EUA, mais especificamente no estado do Mississipi, na década de 60.
Na sua tentativa de se tornar jornalista, Skeeter escreve um ousado e inédito livro no qual denuncia as injustiças, a violência e a perseguição. Cansadas da violência e das injustiças de que são vítimas e na esperança de um futuro melhor para os seus filhos, algumas criadas decidem colaborar com Skeeter. É um acto desesperado dado as consequências que tal acto pode desencadear. "Ninguém pode ser mais cruel que uma senhora branca" é um antigo ditado entre as criadas.
Ao longo das suas páginas encontramos sentimentos muito variados: amor,amizade, ódio, indiferença, mágoa, desilusão mas, sobretudo, vergonha.
Acho que podemos dizer que a autora Kathryn Stockett se revê no papel de Skeeter uma vez que, tal como a personagem, também teve uma ama negra que fazia parte da família sem, na realidade, o ser verdadeiramente.
As outras narradoras - Aibileen e Minny - são duas criadas negras cujas experiências de vida testemunham o racismo não só entre brancos e negros mas até mesmo dentro da sociedade negra.
Na sua recolha de relatos acerca de como era ser criada negra de uma família branca, Skeeter depara-se vários relatos. Na sua maioria são histórias tristes, marcadas por testemunhos de violência física mas, sobretudo, psicológica.
Mas há também histórias bonitas, de famílias brancas que, indiferentes à cor da pele, consideram as empregadas como membros da família, ou até amigas e confidentes. Claro que essas relações tinham de ser mantidas secretas pois havia graves punições para quem excedesse os limites raciais.
Ao longo dos relatos que ouve, Skeeter toma consciência do país onde vive, das desigualdades. Assistimos à sua toma de consciência e à formação de uma opinião e personalidade mais liberal e madura. À sua transformação de menina insegura e de baixa auto-estima para mulher determinada e independente, que não tem medo de se declarar anti-racista.
Mas este livro não é só feito de dramas e de histórias tristes. A autora dá-nos também momentos para rir até nos fazer doer a barriga como a Coisa Terrivelmente Feia (aka Tarte da Minny), ou a sua língua afiada. E momentos doces e ternos como os da Aibee e da Mae Mobley.
Conta-nos também a história de Celia Foote, a insólita nova patroa de Minny.
Com este livro Skeeter faz mais do que denunciar o racismo e as desigualdades. É também um livro de esperança. E nesse livro ela própria encontra a redenção, sua e da sua família, ao descobrir e contar a história da sua ama negra Constantine. E julgo que a autora encontra também a sua própria redenção ao escrever este romance. ...more

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Sep 15, 2013 Andreia Silva rated it really liked it · review of another edition

Shelves: blogring, leituras-de-2013

"As Serviçais" esteve mais de um ano nos top's de vendas americanos e percebe-se, perfeitamente, porquê. É um livro que precisava sempre de um lugar de destaque porque nos ensina uma coisa extremamente simples: somos todos iguais porque somos todos seres humanos!

Skeeter tem o sonho de escrever, mas no Mississípi, e 1962 o destino de uma mulher é apenas casar, ter filhos e compartilhar receitas com as amigas! Assim, ela começa por escrever dicas caseiras num pequeno jornal local e tem a ideia de ...more

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Aug 14, 2013 Inês Montenegro rated it it was amazing

Com a abolição da escravatura em todos os Estados dos EUA, uma série de consequências problemáticas teve lugar: o Estados do Norte não sabiam o que fazer com a população negra, enquanto os do Sul, dependentes da mão-de-obra gratuita para a prosperidade das plantações, se viram a braços com uma crise económica e social da qual não recuperaria. A maioria da população branca não conseguia ainda ver a população negra como seus iguais, levando à criação de guetos pelos negros, numa defesa ao que lhes Com a abolição da escravatura em todos os Estados dos EUA, uma série de consequências problemáticas teve lugar: o Estados do Norte não sabiam o que fazer com a população negra, enquanto os do Sul, dependentes da mão-de-obra gratuita para a prosperidade das plantações, se viram a braços com uma crise económica e social da qual não recuperaria. A maioria da população branca não conseguia ainda ver a população negra como seus iguais, levando à criação de guetos pelos negros, numa defesa ao que lhes era imputado pelos brancos. Não existia escravatura, mas as fronteiras e desigualdades por ela criadas ainda lá se encontravam, gerando as ridículas leis em que pretos e brancos não podiam partilhar os mesmos edifícios públicos, os mesmos materiais, as mesmas lojas…
E no entanto, não deixam de haver casos de amor e coragem admiráveis de uns para com outros. Nomes como Rosa Parks e Martin Luther King entraram com todo o merecimento para os anais da História pela sua luta na conquista de direitos cívicos iguais, contudo, pouco seriam não fossem os gestos, as atitudes e as batalhas em menor escala que proliferaram por todas as terras, levadas a cabo por aqueles que hoje são anónimos, heróis humanos.
Este livro parte de um desses pequenos seixos atirados ao lago. Numa época em que apesar das cruéis represálias – tantas delas a cargo do KKK – a luta pela igualdade crescia e se fortalecia, era comum uma família de brancos ter a trabalhar para si uma criada negra, a qual acabava por também criar as crianças: a figura da Mommy. Enquanto para alguns esta empregada não fosse possivelmente mais que uma peça de mobília útil que por ali andava, para muitos acabava por se tornar parte da família. Alguém que amavam e os amava, ainda que tivessem mais ou menos interiorizadas as referidas fronteiras ficcionais. É esta dicotomia que se encontra no cerne do enredo: como diz Skeeter, uma das personagens principais, “eles amam-nos, e nós amámo-los, mas nem sequer podem usar a mesma casa-de-banho que nós”.
Não se trata, no entanto, de um atirar de culpas. O enredo desenvolve-se em torno de Aibileen e Minnie, duas empregadas negras, e Skeeter, uma jovem branca com o desejo de se tornar jornalista. Skeeter quer escrever um livro de entrevistas a criadas negras: saber o seu lado de história, não deixando de lado o bom e o mau, e é exactamente o que aqui temos. Um dia-a-dia em que gestos bons se entrelaçam com gestos maus, em que intriga e maldade anda lado a lado com bondade, apreço e gratidão. E momento cómicos, em que apesar de “não devo”, uma pessoa não tem outro remédio que não rir.
Paralelamente, não deixam de se encontrar presentes outros tipos de desigualdade, tal como a da mulher no mercado de trabalho, e situações que nada têm a ver com raça e ainda hoje se mantém: a hipocrisia de quem tanto se esforça em eventos de caridade públicos para depois a negar em gestos mais pequenos, mais próximos e menos visíveis, a crueldade que pode existir entre um grupo que rejeita e humilha um só indivíduo por nada mais que inveja e despeito por algo que sabe que ele não fez, a demonstração de que nem mesmo quem parece ter tudo de facto o tem, entre outros.
Para culminar tudo isto, o livro é de leitura fácil, na medida em que apesar do seu tamanho, encontra-se estruturado em pequenos capítulos, e a autora é de uma escrita aliciante, mantendo a atenção do leitor com todos os pequenos detalhes que vai revelando – o maior mistério de todos sendo a “Terrível Coisa Horrível” que Minnie faz a uma “miss” hipócrita, controladora e racista, e que no final se encontra ao nível das expectativas.
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Mar 11, 2012 Anabela Costa rated it really liked it · review of another edition

Shelves: in-my-library

A ideia está muito bem conseguida.
Existem alguns enredos na história que ficam inacabados, ou pelo menos é a sensação que me deixaram, mas que não deixam de ser interessantes.
No geral gostei muito.

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