Nuno Nepomuceno's Blog: Site oficial de Nuno Nepomuceno., page 9
May 29, 2016
Algumas referências.
Apesar de ter saído na íntegra durante o ano transato, a trilogia Freelancer continua a aparecer de forma esporádica aqui e ali, independentemente do volume considerado. Deixo aqui algumas fotografias dos últimos locais onde o nosso par de espiões favorito foi avistado.
Revista Adelaide, Março de 2016.
Trata-se de uma publicação literária semestral luso-americana com textos em ambas as línguas. O Espião Português é apresentado na página 88 e eu sou referido como um autor emergente. Obrigado aos autores da Adelaide.

Agrupamento de Escolas Lima-de-Faria, Cantanhede.
Estava tão focado na apresentação que lá fui fazer, que nem percebi que estavam a ser tiradas fotografias. Nesta, da esquerda para a direita, encontra-se Ana Beatriz, autora do blogue Dream Pages — que me convidou — e Inês Agostinho, outra aluna da escola e leitora da trilogia, que também me recebeu. Foi uma excelente manhã.
Feira do Livro de Lisboa, edição de 2016.
Apesar de este ano não poder estar presente, a trilogia Freelancer encontra-se disponível através do stand da distribuidora. A Vasp está localizada no topo esquerdo do certame, quando estamos virados de costas para o Marquês de Pombal, como o prova esta fotografia altamente furtiva que um espião amigo fez o favor de me enviar. Quem sabe, para o ano, talvez lá possa regressar.
Feira do Livro de Santa Cruz, Julho 2016.
Aproveito esta entrada para anunciar que confirmei a presença na feira do livro a organizar pelas lojas Bertrand em Santa Cruz. Ainda não sei a localização exata, mas que será perto da praia e às 16h00 do dia 24 de julho. Apareçam (e tragam-me um gelado, que eu sou guloso e vai estar calor).
May 23, 2016
O Globo.
Pode parecer apenas um cartaz bonito, chamativo, mas na realidade há algo mais neste globo. Chama-se o Globo de Eurico XIV, em nome de um rei sueco. Existe, claro que está, e integra o Tesouro Público do Palácio Real do mesmo país, em Estocolmo. Aliás, esta é uma das passagens que mais me divertiu ao escrever o manuscrito que deu origem ao primeiro volume da trilogia Freelancer. Ora vejamos o seguinte excerto:
«— Não. Não o vejo desde que dançou com aquela rapariga — Madalena pausa por alguns instantes. Deixa escapar um sorriso e diz na brincadeira: — Se calhar, é ele o nosso ladrão misterioso.
— Oh, sim! Logo o André! Aquele rapaz até envergonha os santos — diz ele e, finalizando com uma gargalhada: — Não estou exatamente a vê-lo rodeado do joias preciosas!
A coroa, o cetro, a pia batismal, o orbe, as chaves do reino... Através das vitrinas, Freelancer vai observando os principais símbolos da monarquia sueca. Tem o passo apressado e os olhos fixos em apenas uma coisa. A sala está medianamente iluminada, mas ele sabe bem o que procura. Segue caminho. Passa por mais alguns objetos. Estão todos expostos da mesma forma. Blocos de pedra. Caixas de vidro. Avança, até que, por fim, o vê. O Globo de Eurico XIV. Mira-o pela vitrina, enquanto confirma o nome inscrito na placa de identificação. Está assente numa pequena base de madeira. É amarelo com manchas castanho-escuras no sítio dos continentes. Tem o tamanho e o diâmetro de um globo terrestre normal. A base é de madeira e relativamente pequena. O equador está demarcado por um anel de ouro com uma espessura de dois dedos. Outro anel semelhante une os polos, dividindo o globo em quatro. No topo, está uma cruz de ouro e pérolas. Respira fundo e pensa: Que lindo, André! Estás prestes a profanar uma preciosidade da coroa sueca.»
Não sei se hoje o teria escrito assim. Talvez retirasse a piada final, quem sabe? Sinto que o André amadureceu comigo ao longo dos três livros e admito que terá sido uma tirada algo leviana. Mas a parte que gosto mais é a transição entre espaços, ou seja, do interior do salão, onde o ministro dos negócios estrangeiros português e a mulher ironizam sobre a integridade do nosso espião português e, logo a seguir, para o Tesouro, onde ele é visto no meio das mais preciosas joias da coroa sueca.
Foi apenas uma brincadeira, mas acredito que os pormenores fazem a diferença e também tenho os meus, receba muito, algum ou nenhum reconhecimento por isso. E a escolha deste globo teve mais do que se lhe diga. Quem já leu este volume, sabe bem que será importante mais adiante. Quem já leu a trilogia até ao fim não suspeita que o cortei do volume final.
Algures no início, tive a ideia de criar mais enredo com estes globos. Pensei mesmo em lançar uma espécie de demanda. Só faltou incluir a Lara Croft na história, eh, eh.
Estou a brincar. A ideia era que os globos ressurgissem mais à frente. Queria criar ligações entre os diversos volumes e essa seria uma delas. Mas a verdade é que a trilogia evoluiu, eu assumi outras responsabilidades e era importante quer para mim, como para a editora, que A Hora Solene saísse em 2015, pelo que tive de fazer algumas escolhas, uma das quais o corte dos globos nos capítulos finais. Não vou explicar como é que contornei a questão, que histórias foram contraídas numa só, que edições é que fiz. Considero que a criação artística deve ser dinâmica, abrindo lugar à criatividade. E assim, os globos não estão presentes no último volume, tal como planeara... Ou será que estão?
Se alguma vez visitarem Praga, aconselho uma ida ao Mosteiro Strahov. O André passou por lá. Criou uma confusão dos diabos na Sala Filosófica da antiga abadia, a qual teve a divertida ajuda do ministro dos negócios estrangeiros português, que ainda teve direito a fazer uma «perninha». Contudo, existe uma outra ala, a Teológica, brevemente referida no livro. Se lá forem, em vez de admirarem os frescos do teto ou as estantes, olhem para o que se encontra pousado no chão. Depois digam-me o que viram. ;-)
May 20, 2016
Praga (em cima de duas motas).
Foi este pequeno excerto que motivou a passagem por Praga em A Hora Solene. Já conhecia a Ponte Carlos antes de viajado até à República Checa, embora só em fotografias, naturalmente. O primeiro contacto que tive com ela foi através da capa de uma revista. Já expliquei este pormenor aqui antes. Trata-se da mesma imagem que motivou a intriga central de A Espia do Oriente, ou seja, o facto de a ter visto e pensado «Tenho de colocar o André ali». Achei que ele teria de se estar a encontrar com alguém e, depois de construída a personagem de Anna Hawkins, e sendo ela tão diferente do espião português, mudei de planos e coloquei-os noutra ponte, a das Correntes, que serve de passagem entre as duas faces da capital húngara, Buda e Peste. A primeira é extremamente clássica, um verdadeiro bairro histórico; a segunda é nitidamente mais moderna. O simbolismo subjacente pareceu-me adequado.
Independentemente disto, a ideia inicial não foi deixada de parte. A operação de Praga surge naquele que considero ser um ponto de viragem da Hora Solene. Antes dela, o livro lida com as implicações do final de A Espia do Oriente. É curioso como apenas um capítulo pode ser desenvolvido em mais de duzentas páginas. Há, obviamente, o cliffhanger chocante, a noite em que ocorre e as consequências futuras. Ao mesmo tempo, o enredo principal do 3º volume é lançado, isto é, são introduzidas novas personagens e uma história própria começa, permitindo ao livro ser lido de forma independente.
Praga é o culminar de tudo isto. Os dois núcleos existentes (chamemos-lhe bons e maus, por exemplo) cruzam-se finalmente e há repercussões. O objetivo era fazer uma grande perseguição pela cidade, passando pela ponte Carlos, com Anna a fugir de André (e o cabelo dela a esvoaçar na noite, claro). Os dois iam passando pelas estátuas dos santos, ao mesmo tempo que serpenteavam através das pessoas. A opção pelas motas também não foi um mero delírio. Já tinha feito algumas pequenas coisas com carros e a ponte é pedestre, pelo que só mesmo uma mota. Nada melhor do que uma potente Kawasaki a rugir para dar um ar de blockbuster à coisa. ;-)
Contudo, este capítulo aparece fora da operação, ou seja, algumas páginas depois. Porquê?
Garanto que não foi uma opção fácil. E foram as personagens que a tomaram por mim.
Quando estava a redigir o livro, pensei na sequência dos capítulos à medida que os ia escrevendo. Cheguei assim ao ajuste de contas entre André e Anna. Há pessoas que não apreciaram a candura dele, ou a imprevisibilidade dela, mas eles são os dois protagonistas da série e seria mais inteligente do ponto de vista narrativo se os deixasse num confronto crítico, «forçando» o leitor a ler só mais umas páginas para descobrir o que haveria de acontecer a seguir. Por outro lado, ao apresentar a perseguição da ponte num capítulo à parte, dei-lhe mais destaque. Aparece num momento chave para a espia do oriente, fazendo a transição paras as suas motivações até ao final do livro.
PS - Encontrei esta ligação há alguns dias. Para quem for mais curioso, aqui fica a reportagem fotográfica sobre a oficina de escrita criativa que dei no Algarve.
May 7, 2016
Na revista Flight Level Abril 2016.
Artigo retirado da revista Flight Level Vol 4 # 35. Por Maria Marreiros.
A revista Flight Level é editada pela Associação Portuguesa de Controladores de Tráfego Aéreo. A sua distribuição é trimestral e gratuita para os sócios da mesma. Para maior resolução, o artigo pode ser lido aqui (páginas 1 e 2).
May 5, 2016
Escrita criativa (comigo).
Como tive oportunidade de explicar aqui previamente, fui convidado a orientar duas pequenas oficinas de escrita criativa no Algarve. Tratou-se de uma estreia no verdadeiro sentido da palavra, pois nunca participei ou facilitei alguma. O objetivo a que me propus foi tentar ajudar os alunos com quem estive a ultrapassar duas dificuldades comuns a quem escreve: fazê-lo segundo o ponto de vista de outrem e desenvolver/ introduzir dinâmica num texto essencialmente descritivo. Tendo em conta que se tratavam de adolescentes, resolvi levar comigo dois exercícios simples, mas que, ainda assim, são perfeitamente exequíveis para um aluno adulto. Ainda não confirmada está a repetição deste pequeno módulo noutra instituição de ensino durante o próximo outono. Em princípio irei dispor de mais tempo, sendo provável que nessa altura leve comigo algo mais elaborado. Contudo, deixo aqui os dois exercícios para quem os quiser realizar. Como podem ver, são de escrita em geral e não específicos do género policial.
Exercício 1
Fechem os olhos e pensem na divisão de uma casa que vos seja muito familiar. Pode ser algo que exista atualmente ou no passado;Ponderem sobre o que gostam/ não gostam na divisão;Imaginem-se a andar dentro da divisão, a mexer nas coisas, a passarem os vossos dedos pela mobília, a escutarem o que se ouve em redor;Não se preocupem com o que aconteceu ou não na divisão.
1.a) Abram os olhos e escrevam um a dois parágrafos que descrevam a divisão.
1.b) Agora, imaginem que são:
Um ladrão;Um antigo conhecido que não vêm há uns tempos;Uma criança pequena.
Reescrevam o texto de acordo com este novo ponto de vista.
1.c) Mais elaborado
Transformar a divisão no local em que todas as pessoas se encontram (por exemplo, a sala);No fim de ter os três pontos de vista, misturá-los e criar um conto.
Exercício 2
«O Pedro foi ao Centro Comercial para fazer umas compras. Necessitava de uns sapatos mais resistentes. O tempo lá fora estava péssimo. Num dos corredores, encontrou-se com Sara, uma colega com quem se sentia pouco à-vontade. Resolveu convidá-la para irem ao cinema. Ela aceitou e os dois marcaram uma hora e um dia. O Pedro regressou a casa. Só então se lembrou que se tinha esquecido de fazer as compras.»
2.a) Reescrever o parágrafo, incluindo:
Detalhes sobre as lojas, Pedro, Sara, o tempo e onde é que eles iam;Diálogos (pelo menos dez linhas).
2.b) Mais elaborado:
Escrever o encontro que ficou marcado. Que filme foram ver? O que correu bem? O que correu mal? O que aconteceu às personagens?
Conclusão:
O primeiro exercício é essencialmente criativo e, por isso, mais difícil. Quem estiver a escrever terá de imaginar e tomar decisões sobre o que narrar, o que poderá não ser assim tão fácil quando se possa pensar numa abordagem inicial. Este é um problema que está ultrapassado quando partimos para o segundo, pois sabemos o que aconteceu e como. Também há espaço para a criatividade (pedem-se descrições e aí, não havendo nenhumas no parágrafo transcrito, quem o reescrever será livre para imaginar a seu belo prazer). Mas o propósito é outro. Os diálogos são fundamentais num livro. Não só são uma excelente forma de passar informação e fazer andar a ação, como introduzem dinâmica no texto, tornando-me menos maçador para o leitor e mais leve/ fácil de ler.
May 1, 2016
5 curiosidades sobre "A Hora Solene".
Cinco factos desconhecidos ou que (quase) ninguém referiu sobre o terceiro volume da trilogia Freelancer.
O livro começa com uma analepse, seguida de uma prolepse. Para quem não se encontra familiarizado com os termos, o primeiro diz respeito a um evento que aconteceu no passado; já o segundo é um salto até ao futuro. Por um lado, temos vida, um nascimento. Logo a seguir, somos confrontados com a morte. Entramos no arco narrativo principal e a ação é retomada no mesmo momento em que terminou a do segundo volume da trilogia, A Espia do Oriente.
A Hora Solene explora um arco narrativo que se prolonga durante 34 anos. A ação visita três continentes (Ásia, Europa e América). Introduz ainda novas personagens auxiliares para a história.
O livro contém aquilo que pode ser chamado de um easter egg, ou seja, refere-se a ele próprio e ao autor da trilogia a propósito de uma notícia relacionada com a intriga principal que é publicada num jornal.
A Hora Solene inclui também uma auto-homenagem à trilogia através da penúltima operação que relata, onde são reciclados acontecimentos e arcos narrativos já explorados nos dois volumes que o precedem (o bar em Viena de Áustria aparece transformado num bar de praia no Belize; Alexander Bachmann volta a ser seduzido, desta feita por um homem e duas mulheres - quando o mesmo já havia acontecido em separado; a diva regressa em todo o seu esplendor).
O livro contém um capítulo eliminado da versão manuscrita do Espião Português pela 1ª edição, que neste volume surge devidamente adaptado à evolução que a história sofreu.
April 24, 2016
Alguns tops e uma estreia.
É um lugar-comum dizer que estas coisas valem o que valem, ou que mais cedo ou mais tarde acabarei por morder a língua, mas resolvi perder algum tempo e fazer umas pesquisas em lojas online sobre os meus livros. Os tops de vendas dificilmente refletem a qualidade de um trabalho. Acho que são sinónimo de que o livro está a chegar aos leitores e não de que é bom. Aliás, pode ser muito mau e ainda assim ter «sucesso», seja lá o que isso for. Claro que não considero os meus livros maus. Gosto deles. Dá-me prazer escrevê-los e quando os estou a rever chego a dar por mim entusiasmado, mesmo apesar de saber exatamente o que vai acontecer a seguir ou porque é que um capítulo está escrito de uma determinada forma.
Independentemente destas considerações, e talvez porque tenha sofrido bastante para publicar os dois primeiros, e atualmente tenha de continuar a fazê-lo para poder gerir o meu tempo e criar disponibilidade para escrever, é claro que me sinto particularmente realizado ao perceber que os livros têm tido um bom desempenho comercial (quanto mais não seja por ter a secreta satisfação de bater as grandes apostas de algumas editoras que me recusaram mais do que uma vez).
Dos três livros que tenho publicados em nome próprio, o que mais vendeu até hoje foi O Espião Português. Já teve duas edições em papel e a eletrónica tem corrido particularmente bem ao ponto de continuar a liderar a contagem de ebooks policiais mais vendidos da Wook e estar em 8º lugar no ranking nacional. Não é que esteja a vender muito. Este mercado é ainda bastante pequeno por cá. Mas a verdade é que tem vendido mais do que os outros. E o que explicará este bom desempenho? Acho que o facto de o livro ser mais barato e leve de transportar é importante. Por outro lado, o facto de existirem menos títulos disponíveis torna tudo mais fácil para mim. Eu, que sou um autor pouco conhecido, tenho menos concorrência. Em papel, saem policiais novos todas as semanas e o mercado é, de facto, agressivo.

Observando os tops das três grandes lojas portuguesas, Bertrand, Fnac e Wook, A Hora Solene predomina como o meu livro mais vendido. Sendo este o último a ter saído, são muito boas notícias. Mas o que pensar do 2º volume da trilogia? Se o 3º está à frente, porque é que A Espia do Oriente aparece sempre em último? Sobretudo, quando é o mais forte dos três livros? (ou, pelo menos, assim o julgo) E como é que o 3º vende mais do que o 2º?

Realmente, parece pouco lógico, mas acho que há um fator que tem de ser levado em consideração. A Hora Solene não é apenas o 3º volume da trilogia. Este é o meu 3º livro e, espero eu, que os leitores já se comecem a habituar de ver os meus livros nas lojas. Mais do que a promoção que tenho feito, ou a boa receção que o livro teve, o mais importante aqui é a chamada corrida de fundo, ou seja, a pouco e pouco, mesmo com algumas derrotas pelo meio, ir construindo uma carreira.
Apenas uma breve referência para algo sobre o qual já escrevi antes. A oficina de escrita criativa que poderia ou não orientar no Algarve vai mesmo acontecer. A atividade está marcada para dia 4 de maio, às 10h35m, na Escola Alberto Iria, em Olhão, e é dirigida a alunos e professores. Ainda não decidi que tipo de exercícios irei fazer com os participantes, mas vai ser a minha estreia! Até para a semana.
April 16, 2016
De regresso.
A viagem ao Algarve correu bem, obrigado. O dia até que começou um pouco ao contrário, na verdade. Na véspera, quarta-feira, antes de me ir deitar, resolvi colocar o meu computador portátil a carregar, já que iria precisar dele para a apresentação multimédia que estava a pensar levar às escolas. Para meu grande espanto, o carregador havia desaparecido.
Pois, a idade já pesa e, no meu caso, sinto que os últimos anos têm sido de algum desgaste e que a minha cabeça já não é o que era. Contudo, ainda «estou aí para as curvas» e consegui lembrar-me onde o tinha deixado: na Nav, a empresa para a qual também trabalho. Na terça-feira, sabendo de antemão que iria ter uma pausa, levei o computador comigo. Acabei por me distrair com as horas e arrumei a pasta um pouco à pressa, esquecendo-me do carregador ligado a uma tomada numa sala de trabalho onde aproveitei o intervalo para trabalhar um pouco no novo livro.
Ainda pensei em fazer a primeira apresentação (no Colégio Miramar) com recurso a uma pen usb e ao computador da escola, ou então, passar pela Nav quando fosse a caminho do Algarve, mas o tempo já estava algo contado e resolvi fazê-lo antes. Lá me levantei uma hora mais cedo do que o previsto e consegui ir buscar o carregador. Para ajudar, abateu-se uma pequena intempérie sobre Lisboa naquela manhã.
As duas apresentações correram bem, como podem ver nas fotografias que aqui vos deixo. Já estou algo rotinado no modelo que escolhi (uma coleção de diapositivos com informação sobre os livros, os cenários, e os respetivos vídeos promocionais) e sinto-me cada vez mais à vontade no contacto com os alunos. Apesar de ser formado num curso de ensino, tive pouca experiência enquanto professor. Acabei por sair para a Nav bastante novo, mas tem sido engraçado rever esses tempos e o que aprendi na altura sobre como estar numa sala de aula. A conversa que tive na Escola Secundária de Loulé, da qual sou um orgulhoso antigo aluno, e que será a última das que tenho programadas para a trilogia Freelancer, foi o pináculo disso mesmo. Os miúdos estiveram extraordinariamente atentos e sossegados. E tanto no caso da sessão da manhã, como nesta, dei por mim a conversar com eles sobre aspetos mais técnicos. Quais as diferentes fases na produção de um livro, como encadear diálogos e narrativa, os cuidados a termos e as armadilhas a evitarmos quando estamos a escrever um livro, são apenas alguns exemplos. A tarde terminou ainda melhor, com direito a chá e bolos, ou seja, o Café com Livros. Trata-se de um clube de leitura organizado pelas professoras da Escola Secundária de Loulé. A Espia do Oriente foi o livro sujeito a escrutínio. A terceira fotografia da coleção que vos deixo aqui foi retirada da edição de dezembro do Bússola Estudantil, o jornal da Escola Secundária de Loulé, que simpaticamente assinalou a minha passagem pela biblioteca aquando da edição de A Hora Solene.


Ainda não tenho a certeza se irei ou não orientar alguns exercícios de escrita criativa em colaboração com a Biblioteca Municipal de Olhão e o Agrupamento Escolar João da Rosa (estou a aguardar mais informações) ou se estarei presente na Feira do Livro de Lisboa (a editora irá lá estar, mas em moldes diferentes do habitual). É, por isso, provável que esta tenha sido a última saída até à reentré literária, isto é, setembro, mas gostaria de deixar aqui um profundo agradecimento a todos os professores e alunos que me têm recebido ao longo dos últimos meses.
Muito obrigado,
Nuno.
April 10, 2016
Na estrada com o Crónicas.
É com muito gosto que tenho o prazer de anunciar que voltarei a visitar algumas escolas durante esta semana. Com a aproximação do dia mundial do livro (23 de Abril), as iniciativas multiplicam-se e eu darei o meu pequeno contributo. Assim sendo, estarei presente nos seguintes estabelecimentos de ensino:
Dia 14 de Abril, 10h00m, Colégio Miramar, Mafra – conversa com os alunos.
Dia 14 de Abril, 14h15m, Escola Secundária de Loulé – conversa com os alunos seguida de participação no clube de leitura Café com Livros.
É verdade, irei fazer mais de 300Km no espaço de cerca de três horas, mas compensará. Já fui professor e reconheço a importância destas iniciativas junto dos mais jovens, isto é, os leitores do futuro. Espero não apanhar nenhuma multa pelo caminho. ;-)
Entretanto, a semana passada foi particularmente positiva para mim. Por questões que prefiro manter privadas não especificarei a razão para ter escrito esta observação, mas a saída de mais uma opinião muito positiva sobre A Hora Solene também ajudou. O Crónicas de Uma Leitora é um velho amigo, com o qual já colaborei em tempos num conto de Natal, inclusivamente. Desta vez, Helga Rosa, uma das suas autoras e também uma das maiores fãs de O Espião Português escreveu algumas bonitas palavras sobre o último capítulo da história de vida deste autêntico cavalheiro português. Termino com a sua opinião. Até para a semana.
A Hora Solene, por Helga Rosa.
«Para quem não acredita nas capacidades dos autores portugueses, sobretudo, no género espionagem/ policial, recomendo o meu autor preferido do mesmo, Nuno Nepomuceno, através da trilogia Freelancer.
Sendo este livro o último de uma série de três, recomendo a leitura completa da trilogia de forma a aproveitá-la melhor e contextualizar a ação e personagens. O autor cresceu imenso de livro para livro, mas a preocupação com os cenários, a complexidade das personagens e o excelente conteúdo literário encontra-se bem patente nas três obras.
Este último livro deixa um gosto amargo e doce de uma excelente leitura e fim de uma trilogia. Confesso que o autor conseguiu sempre surpreender e as reviravoltas que se vão sucedendo ao longo dos capítulos não nos permitem pousa o livro.
O autor brinda-nos com ao revisitar das personagens dos livros anteriores, mas sem esquecer de nos apresentar novas, bem estruturadas e enquadradas no contexto da ação. Somos envolvidos pela densidade e evolução da ação, bem como pelas cidades e cenários através dos quais viajamos ao longo da leitura.
Foi difícil não «tomar as dores» de algumas personagens, torcer por umas e querer outras bem atrás das costas. É uma leitura que nos permite rir, chorar (ou pelo menos, ter uma lágrima no canto do olho), ter esperança num mundo melhor e conhecer o ser humano e as suas capacidades. Achei engraçado o autor ter feito uma breve referência a si próprio no contexto da ação e o final foi soberbo.
Aguardo com grande expectativa futuras obras deste autor, que me habituou a horas perdidas de excelentes leituras. Esta é uma série de grande qualidade que todos deveriam ler e acredito que, se chegar ao estrangeiro, será um sucesso.
Quero agradecer à editora TopBooks a renovação visual que O Espião Português sofreu, bem como a aposta nas edições de A Espia do Oriente e de A Hora Solene, além de no próprio Nuno Nepomuceno.
Resta-me dizer que esta opinião está alinhavada há muito tempo. Li o livro assim que o recebi e fiquei deliciada e triste por o ter terminado. Estes livros merecem ser lidos e levados mais além. O autor costuma estar presente na Feira do Livro. Espero que este ano também, pelo que deixo aqui a nota.»
Helga Rosa
cronicasdeumaleitora.blogspot.pt
March 24, 2016
Em n.º 1 e uma pitada de sal.
Ao que parece, a quadra da Páscoa trouxe-me um presente. A Wook, aquela que é considerada a maior livraria portuguesa da atualidade dado o número de títulos que disponibiliza e os números que movimenta, atualizou esta semana o top de livros em formato eletrónico e O Espião Português subiu e bem, chegando assim à liderança dos policiais/ espionagem. A subida foi tão significa que o livro entrou também para o ranking de ebooks mais vendidos a nível nacional, onde ocupa uma honrada 9ª posição. Há, por isso, motivos para celebrar. Depois da Amazon e da Bertrand, fica apenas a Fnac em falta, onde o mais alto que estive numa contagem foi em 5º com A Espia do Oriente. Certezas há poucas no mundo em que vivemos, mas é com grande convicção que creio que tal não irá acontecer com um dos volumes da trilogia Freelancer. Quem sabe num próximo livro.

Uma pitada de sal é o nome de um jovem blogue maioritariamente dedicado à culinária. Termino com a promessa de regressar para a semana e com as palavras de uma das suas coautoras, Liliana Boaventura, sobre A Hora Solene. Até daqui a uns dias.
A Hora Solene
«Com este livro chegamos ao fim da trilogia Freelancer e, como tal, comecei a lê-lo com uma dualidade de emoções. Queria chegar rapidamente ao fim, mas ao mesmo tempo não queria que acabasse.
Depois do fim do segundo livro da trilogia, "A Espia do Oriente", me ter deixado com água na boca para este terceiro volume, mal podia esperar por conhecer o desfecho da história de André Marques-Smith, o espião português mais charmoso da história e confesso que não fiquei nada desiludida, mas também não esperava outra coisa.
Não posso adiantar muito da história para não estragar a viagem aos futuros leitores da trilogia, mas posso dizer que a adrenalina se mantém sem abrandar de ritmo neste último livro, com surpresas e reviravoltas, com corridas, tiroteios, idas ao passado e emoções à flor da pele. Tal como nos volumes anteriores o cenário onde se desenrola a ação vai mudando, desde as nossas já conhecidas Lisboa e Londres, até uma passagem por Hong Kong e Macau, viajamos com as personagens, fugimos com elas, cruzamo-nos com uma diva pelo caminho, tudo isto num só livro.
Descobrimos também a verdade sobre o passado de André, desvendando a verdade sobre o Gótico, o projeto Lebodin e as suas verdadeiras origens. Todas as histórias se cruzam numa teia de suspense muito bem conseguida que nos prende desde o primeiro livro e que é desenrolada com mestria neste último volume.
A escrita mantém-se clara e simples, mais madura, mantendo a excelente qualidade e tem a capacidade de nos aproximar das personagens, torcemos para que fiquem bem, sofremos quando eles sofrem e sentimos a alegria nos momentos de felicidade que as personagens vivem.
Foi uma trilogia que me surpreendeu pela positiva, fiquei fã do autor, que espero que nos traga mais excelentes livros no futuro e que veio provar que a ficção nacional tem uma palavra a dizer no mundo literário.»
Liliana Boaventura
umapitadadesal.blogs.sapo.pt
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