Rui Ramos's Blog, page 2
November 18, 2010
O Labirinto
A rota foi traçada com segurança pelo compasso de Albragaan no mapa inter-estelar da Academia de Cartografia Galáctica.
O rumo a seguir era claro.
Os preparativos para a expedição não se fizeram esperar. Ia partir sozinho, animado pela minha vontade de desvendar o Grande Segredo.
Apanhei boleia de várias caravanas de mercadores e contrabandistas inter-galácticos que seguiam rotas secretas por entre estrelas e nebulosas, deixando-me cada vez mais próximo do objectivo.
Pelo caminho, visitei templos arruinados, santuários sagrados, palácios e mansões sumptuosas. Conheci populosas cidades imperiais, que moldavam a forma de planetas inteiros. Partilhei refeições com peregrinos e mendigos, ascetas e eremitas, barões e sultões, ladrões e guardiães, concubinas de haréns e prostitutas das sarjetas.
Conheci riquezas sem fim e misérias insuportáveis. Fui desviado do caminho, seduzido, amado, traído, rejeitado, perseguido, roubado e abandonado à morte.
E quando tudo parecia perdido, fui acolhido por uma companhia de saltimbancos, ciganos estelares. Vivi com eles durante anos, recuperei o meu rumo, o meu propósito, a minha identidade e um dia, despedi-me e continuei a minha jornada.
Atravessei paisagens exóticas vedadas ao comum dos mortais. Vi planetas desertos, florestas de âmbar virgens, manadas de seres estelares, ouvi o canto das Plêiades, nadei em mares conscientes, caminhei por avenidas há muito abandonadas por Deuses extintos. Assisti ao nascimento de estrelas e de berços planetários. Presenciei a colisão de galáxias e o fim de inúmeros sistemas solares. Espreitei no interior dos buracos negros e aprendi a língua dos astros e a Música das Esferas.
Até que por fim, depois de muitos anos de viagem, sofrimento e auto-conhecimento, cheguei ao meu objectivo:
O Labirinto!
Construção ancestral, cujas origens permanecem envoltas em mistério, tem a extensão de uma galáxia com vários anos-luz. O seu interior encerra a razão da minha busca, o motivo pelo qual errei pelo Cosmos por caminhos que nenhum mortal se atreveu a trilhar.
Muitas lendas e avisos assaltam a minha mente, prevenindo-me contra os terríveis riscos que aguardam os incautos. Nunca ninguém regressou do Labirinto, mas também nunca ninguém chegou tão perto da sua entrada.
É impossível prever o que os seus corredores infindáveis e tortuosos têm reservado para os invasores, nem tão pouco, saber se conseguirei revelar o Grande Segredo.
Uma pequena semente de hesitação tenta criar raízes no meu espírito. Ali à boca negra da entrada do Labirinto, sinto a tentação de voltar atrás, de desistir. Um bafo gélido vindo do interior obscuro junta-se à horda crescente de medos e receios que ameaçam invadir-me e obrigar-me a ceder e partir de volta a casa, derrotado e humilhado.
Todo o meu esforço seria em vão!
Inspiro fundo, fecho os olhos e repouso em silêncio. Calmo, sereno, identifico cada uma das minhas dúvidas e expiro-as da minha alma, lentamente, uma a uma, pelas narinas.
Não temerei nenhum mal!
A vontade de avançar e enfrentar o meu destino arde forte no meu peito. Descobrir o significado oculto no Grande Segredo é tudo o que me resta, tudo o que me move.
Sem perder mais tempo, voo para o interior do Labirinto e o brilho das estrelas é eclipsado pelo negro das paredes dos corredores intrincados. Mergulho na sua escuridão retorcida com um sentimento total de desprendimento.
- Estou pronto! Estou livre!
- Labirinto, aqui me tens! Desvenda os teus segredos!
E assim, a Aventura começa, finalmente…
O rumo a seguir era claro.
Os preparativos para a expedição não se fizeram esperar. Ia partir sozinho, animado pela minha vontade de desvendar o Grande Segredo.
Apanhei boleia de várias caravanas de mercadores e contrabandistas inter-galácticos que seguiam rotas secretas por entre estrelas e nebulosas, deixando-me cada vez mais próximo do objectivo.
Pelo caminho, visitei templos arruinados, santuários sagrados, palácios e mansões sumptuosas. Conheci populosas cidades imperiais, que moldavam a forma de planetas inteiros. Partilhei refeições com peregrinos e mendigos, ascetas e eremitas, barões e sultões, ladrões e guardiães, concubinas de haréns e prostitutas das sarjetas.
Conheci riquezas sem fim e misérias insuportáveis. Fui desviado do caminho, seduzido, amado, traído, rejeitado, perseguido, roubado e abandonado à morte.
E quando tudo parecia perdido, fui acolhido por uma companhia de saltimbancos, ciganos estelares. Vivi com eles durante anos, recuperei o meu rumo, o meu propósito, a minha identidade e um dia, despedi-me e continuei a minha jornada.
Atravessei paisagens exóticas vedadas ao comum dos mortais. Vi planetas desertos, florestas de âmbar virgens, manadas de seres estelares, ouvi o canto das Plêiades, nadei em mares conscientes, caminhei por avenidas há muito abandonadas por Deuses extintos. Assisti ao nascimento de estrelas e de berços planetários. Presenciei a colisão de galáxias e o fim de inúmeros sistemas solares. Espreitei no interior dos buracos negros e aprendi a língua dos astros e a Música das Esferas.
Até que por fim, depois de muitos anos de viagem, sofrimento e auto-conhecimento, cheguei ao meu objectivo:
O Labirinto!
Construção ancestral, cujas origens permanecem envoltas em mistério, tem a extensão de uma galáxia com vários anos-luz. O seu interior encerra a razão da minha busca, o motivo pelo qual errei pelo Cosmos por caminhos que nenhum mortal se atreveu a trilhar.
Muitas lendas e avisos assaltam a minha mente, prevenindo-me contra os terríveis riscos que aguardam os incautos. Nunca ninguém regressou do Labirinto, mas também nunca ninguém chegou tão perto da sua entrada.
É impossível prever o que os seus corredores infindáveis e tortuosos têm reservado para os invasores, nem tão pouco, saber se conseguirei revelar o Grande Segredo.
Uma pequena semente de hesitação tenta criar raízes no meu espírito. Ali à boca negra da entrada do Labirinto, sinto a tentação de voltar atrás, de desistir. Um bafo gélido vindo do interior obscuro junta-se à horda crescente de medos e receios que ameaçam invadir-me e obrigar-me a ceder e partir de volta a casa, derrotado e humilhado.
Todo o meu esforço seria em vão!
Inspiro fundo, fecho os olhos e repouso em silêncio. Calmo, sereno, identifico cada uma das minhas dúvidas e expiro-as da minha alma, lentamente, uma a uma, pelas narinas.
Não temerei nenhum mal!
A vontade de avançar e enfrentar o meu destino arde forte no meu peito. Descobrir o significado oculto no Grande Segredo é tudo o que me resta, tudo o que me move.
Sem perder mais tempo, voo para o interior do Labirinto e o brilho das estrelas é eclipsado pelo negro das paredes dos corredores intrincados. Mergulho na sua escuridão retorcida com um sentimento total de desprendimento.
- Estou pronto! Estou livre!
- Labirinto, aqui me tens! Desvenda os teus segredos!
E assim, a Aventura começa, finalmente…
Published on November 18, 2010 13:22