Fernando Neves's Blog: Bandeirola Literária, page 2

March 20, 2019

Livrarias de rua em Londres

por Sandra Abrano





O meu sonho de consumo é que o Brasil todo tenha um boom de livrarias de rua, simpáticas, convidativas, temáticas ou não, com ofertas de livros para todos os gostos e bolsos. E essas livrarias se tornem um ponto de encontro, um local pra se frequentar sozinho ou em grupos, para leituras solitárias ou conjuntas, para também apreciar café, chá ou suco, talvez algo mais forte para leituras que exijam coragem e mente aberta.





Tá bom, pura viagem.





Enquanto isso, que tal um passeio fotográfico pelas livrarias de rua londrinas, enquanto aguardamos e torcemos pela inauguração dessas inumeráveis livrarias pelo Brasil?





[image error]A placa não deixa dúvidas: estamos em frente à BookMarks



[image error]A BookMarks é editora e livraria. Há 40 anos publica livros e panfletos do interesse de sindicalistas e ativistas. As publicações antigas desta editora também estão à venda na área de livros usados. A nota curiosa é que
os leitores podem ajudar a garantir o futuro do livreiro radical ao abrir uma conta de apoiador. A taxa é de 10 libras mensais, reversíveis em livros!



[image error]A Charing Cross Road é, para os ingleses, a avenida Pedroso de Morais para os paulistanos (guardadas as devidas proporções de antiguidade e um tantão de licença poética). Essa rua no centro londrino concentra sebos e livrarias independentes. Na foto, o sebo Quinto & Francis Edwards, ou como eles se autodenominam antiquarium BookSelers, vendendo livros para colecionadores desde 1855.



[image error]A rua ficou famosa após o livro
84, Charing Cross Road ser levado às telas com o título Nunca Te Vi, Sempre Te Amei. A narrativa baseia-se na correspondência entre uma escritora nova iorquina e o gerente da livraria Marks & Co, em Londres. A princípio as cartas eram de assunto comercial, com a escritora procurando alguns títulos de seu interesse. O humor dela contrasta com o formalismo e sisudez do gerente da livraria e ótimos trechos literários são transformados em cenas singelas de amor aos livros e à palavra escrita. Anne Bancroft e Anthony Hopkins interpretaram os personagens.



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[image error] Ainda na Charing Cross Road.



[image error]E no local onde ainda hoje está instalada a antiquarian booksellers Jarndyce



[image error]Viveu o ilustrador Randolph Caldecott, devidamente registrado na fachada.



[image error]Seguindo por outros caminhos,



[image error]em diferentes horários,



[image error]na rua da feira livre…



[image error]E, para finalizar o tour, cruzamos com a Atlantis, uma livraria que “tem tudo para uma bruxa experiente, ou para aqueles que estão descobrindo a magia pela primeira vez”.



Nós, da Bandeirola Literária adoraríamos receber notícias e histórias das livrarias de rua nacionais. Aguardamos o seu tour pessoal pelas livrarias da sua cidade! Para entrar em contato conosco é só visitar a página http://www.bandeirola.com.br ou escrever para atendimento@bandeirola.com.br Também estamos no https://www.facebook.com/editorabandeirola/





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Published on March 20, 2019 18:51

March 11, 2019

O que é ser uma livraria hoje?

por Sandra Abrano





Adoro livrarias. Grandes ou pequenas, o que me interessa é descobrir como seus administradores pensam a exposição dos livros, se há atividades para a formação de novos leitores, se os vendedores estão preparados a dar indicações de livros. Observo se há um canto especial para autores nacionais, se trabalham com temas discutidos no momento e se há espaço para as editoras independentes. Têm público definido como as encantadoras livrarias de livros infantis? Embalam-se na inquietude das HQs? Os livros vedetes que ficam ao alcance da mão e olhar dos leitores são best sellers ou os indicados pela crítica?





Mas essas são questões pertinentes a um profissional que pensa o livro e a sua comercialização.





Mas algo aconteceu com as livrarias. As tradicionais e os grandes templos dos livros estão passando por dificuldades financeiras, reflexo das crises econômica e política brasileiras, erros administrativos e tantos outros problemas já discutidos pela imprensa, escritores, leitores, editores.





E as pequenas livrarias? Elas não são mais só livrarias. São muito mais!



Visitamos algumas das livrarias mais especiais da cidade de São Paulo. Elas tratam os livros como personagens principais e quem os leem como amigos de aventuras. Nelas, as editoras independentes têm um canto especial e a Bandeirola está presente em suas prateleiras.





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TAPERA TAPERÁ se localiza em um dos locais mais simpáticos do centro da cidade de São Paulo, a Galeria Metrópole, bem pertinho da querida Biblioteca Mário de Andrade. Tapera Taperá é uma livraria e também um local de intensos debates com temas pertinentes à vida social e política. A biblioteca é disponível para empréstimos e há uma programação de filmes de arte ou temáticos, além de oferecer cursos de curta duração. Uma polivalente.









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A livraria LOUCA SABEDORIA se localiza no bairro do Butantã, também em São Paulo. Pequenininha, fica no mesmo endereço do Ponto de Economia Solidária onde funciona um restaurante vegetariano, o entreposto de hortaliças e verduras orgânicas e uma lojinha de artesanato. O tema central desta livraria é a saúde mental, mas abre espaço com simpatia e competência para os livros doados para o sebo e também para as editoras independentes, além do ótimo e criativo trabalho de encadernação de Ana Lúcia Rodrigues, responsável pelas capas especiais elaboradas com capricho para todos os livros ali vendidos. No local acontecem as Feiras Feministas com regularidade.









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A LOJINHA DO MIS se transforma de tempos em tempos, acompanhando os temas das concorridas exposições do Museu da Imagem e do Som. Livros de editoras independentes encontram um canto especial. Produtos criativos satisfazem os que querem levar para casa um tantinho da exposição do momento . Funciona no horário do Museu e o fim de semana é um período de intenso movimento.









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GANSARAL é uma Casa de Cultura, restaurante e café. É também uma casa amiga dos livros e das editoras independentes, mantendo vários títulos à venda dos interessados. Chamam a atenção as mesas espalhadas pelo jardim, a ambientação de bom gosto, os pratos com receitas da família, os chás especiais e a programação exclusiva e intensa. Em meio a isso tudo, uma mala antiga cheia de livros está à disposição dos frequentadores. A leitura ficou interessante? Não tem problema, os simpáticos donos emprestam o livro para que o prazer da leitura não tenha um fim imediato.





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O SEBO CLEPSIDRA é um ponto de encontro para os fãs de terror, de fantasia e de quadrinhos que curtem seu acervo de mais de dez mil títulos. O Sebo Clepsidra também é editora com produção intensa e lançamentos concorridos. O editor Cid Vale Ferreira também é um dos principais articuladores da Coesão Independente, grupo que reúne meia centena de editoras independentes em uma rede de apoio participativa e solidária.





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A CASA DE LIVROS se localiza na zona sul da cidade de São Paulo, em uma simpática casa de esquina cercada pelo jardim. O acervo é essencialmente de livros infantis e a programação para os pequenos é intensa e frequente, como as contações de histórias que acontecem sob o toldo do jardim em dias de sol ou as atividades de recreação, como indica a foto ao lado. A livraria é uma das preferidas pelos autores em lançamentos de literatura infantil, sempre com atividades que empolgam os pequenos leitores. Para os pais enquanto aguardam seus filhos, uma seleção cuidadosa de títulos de ficção, das melhores editoras.





Os endereços dessas jóias



GANSARAL Rua Demóstenes, 885, 04614-014 São Paulo (11) 2338-6380 @gansaral





CASA DE LIVROS Rua Capitão Otávia Machado, 259 Chácara Santo Antônio São Paulo – SP (11) 5185-4227 @casadelivros





LOJA DO MIS – MUSEU DA IMAGEM E DO SOM Av Europa 158 01449-000    São Paulo     SP (11) 3064-0628 @lojinha.mis





LOUCA SABEDORIA Av. Corifeu de Azevedo Marques, 250 Butantã São Paulo – SP (11) 3106-8908 @livrarialoucasabedoria





SEBO CLEPSIDRA R. Dr. Cesário Mota Júnior, 296 Vila Buarque São Paulo – SP (11) 2476-0378 @seboclepsidra





TAPERA TAPERÁ Av. São Luis, 187, 2º andar, loja 29 Galeria Metrópole – República São Paulo – SP (11) 3151-3797 @taperataperah

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Published on March 11, 2019 08:12

February 27, 2019

Clubes de Leitura

Por Eudes Cruz





“Creio que uma forma de felicidade é a leitura.” – Jorge Luis Borges





[image error]Grafite na rua Miguel Bombarda, Porto (Portugal), David-Pintor (2014)



Ler pode até ser um ato solitário, mas cada vez mais leitores querem compartilhar suas impressões sobre as obras lidas. Os clubes de leitura têm se espalhado pelo país. Trata-se de um fenômeno que não é recente e tem conquistado cada vez mais espaço.





Há muita gente lendo por aí. Os clubes de leitura são uma forma de reunir as pessoas depois da tarefa solitária da leitura.





Nos encontros, é possível conversar sobre os livros, expor ideias, trocar experiências e reunir amigos.





A origem





Os clubes do livro podem parecer um movimento novo, mas deles se tem notícia desde o século XVIII, época em que puritanos americanos reuniam-se em grupos para estudar o livro até hoje mais vendido no mundo, a Bíblia.





Os aristocratas e burgueses da França, advindos do Iluminismo, se reuniam em seus palacetes para a leitura e debate de ideias. Os salões foram o centro da vida social e intelectual da sociedade daquela época. Entre os mais conhecidos figuraram os de Deshoulières, de Sablière, da condessa La Suze e o de Ninon de Lanclos. Tais salões eram locais em que imperava a tolerância, a irreverência e a diversidade, posto que acolhiam ateus, deístas e libertinos.





Na França, a dinâmica das relações entre os frequentadores, as leituras proibidas que faziam em público, a liberdade com que atuavam e a troca de livros e ideias, fizeram dos salões um importante agente do Iluminismo.





Os salões tiveram grande importância na Revolução Francesa, da qual se origina uma das representações famosas expressadas na arte, mais precisamente em um quadro de Lemonnier (1734-1824).





[image error]Leitura no salão de Madame Geoffrin, Lemonnier (1755)



Em 1868,
jornalistas mulheres foram impedidas de participar de um evento literário nos
Estados Unidos. O motivo? Simplesmente por serem mulheres. Uma das jornalistas
teve a iniciativa de criar um clube de mulheres, o Sorosis, que tinha por finalidade
o estudo e a leitura. Naturalmente, o clube serviu de inspiração para outros
tantos que surgiram por meio de associações femininas na segunda metade do
século XIX.





Clubes de gente famosa





Oprah Winfrey, a famosa apresentadora americana, organizou um clube do livro chamado Oprah’s Book Club, criado em 1996. Em seu programa, os convidados, incluindo o autor, dividiam suas impressões pessoais sobre a obra. Dada a fama da líder do clube, alguns títulos que passaram por lá tiveram suas vendas significativamente aumentadas. Veja-se como exemplo o primeiro livro escolhido por ela, Nas Profundezas do Mar Sem Fim, da escritora Jacquelyn Mitchard: de 100 mil cópias a venda subiu para 915 mil. Certamente pela representatividade de Oprah, ela serviu de inspiração para a criação de muitos outros pequenos clubes de leitura.





[image error]Vladimir Kush



A adorável Hermione Granger de Harry Potter, ou melhor, a atriz que interpretou a personagem, Emma Watson, tem um clube de leitura. Com formação em Literatura Inglesa a atriz criou por meio de uma plataforma seu clube de livro feminista. Por lá ela já indicou livros como Só Garotos, de Patti Smith e Persépolis, de Marjane Satrapi.









No universo virtual





Com o advento das redes sociais, há a possibilidade de muitos debates acontecerem de forma virtual, utilizando-se uma das redes disponíveis. Um exemplo é o grupo de Facebook denominado Devoradores de Livros, criado por Nazaré Siciliano.





Com mais de 6800 membros de todo o Brasil, no grupo os leitores postam suas impressões sobre as obras lidas, criam desafios de leitura que tem por objetivo falar de livros de gêneros diversos e tirar o leitor de sua zona de conforto, além de compartilhar todo tipo de informação em torno dos livros.





Para 2019, por exemplo, foi criado um desafio em que cada mês o leitor seleciona um dos três temas sugeridos, lê a obra com aquele tema e depois posta suas observações no grupo, permitindo que outras pessoas interajam e apresentem sua visão. Além disso, ao longo do ano, subgrupos se formam para debater um livro de determinado gênero.





[image error]Darren Thompson




Um clube pelo whatsapp reúne 42 pessoas e lerá ao longo de 2019 as obras de Stephen King. Parceria entre dois instagrans literários (@seguelendo e @soterradaporlivros) o clube chamado Lendo King tem Karla Lima como uma das organizadoras. “Leremos obras do Stephen King em 2019, em ordem cronológica dos lançamentos”. O grupo faz o debate pelo aplicativo de mensagens “Debatemos a obra determinada para aquele mês, em um dia e horário determinado”, complementa Karla.





Clubes de Leitura Presenciais





Do grupo virtual Devoradores de Livros originou-se também o Clube de Leitura Devoradores de Livros que tem ações de membros em São Paulo e Rio de Janeiro.





Em São Paulo, o CLDL – como é chamado pelos integrantes – debateu os livros Dom Casmurro (Machado de Assis), Não Durma (Michelle Harrison),  A Mulher na Janela (A. J. Finn), Mãos Secas Com Apenas Duas Folhas (Paula Febbe), Eu Vejo Kate (Cláudia Lemes) e A Hora da Estrela (Clarice Lispector). Este último foi o livro que fechou o encontro dos leitores no ano de 2018, em evento realizado no Centro Cultural São Paulo.  Pela seleção apresentada, nota-se claramente a diversidade de autores e estilos que o clube permite.





A escolha do
livro a ser lido é feita pelos próprios participantes que, além de se
comunicarem pela rede social, mantém contato por aplicativo de mensagem. Uma
vez escolhida a obra, o grupo lê e marca uma data para que a reunião e o debate
ocorra, o que pode ser feito em um parque, uma livraria, um centro cultural ou qualquer
outro espaço que possa receber as pessoas dispostas a debater ideias e
conversar sobre o que leram. O grupo não tem apoio de editoras, é independente.





Daniela Moraes, uma das integrantes comenta: “Participar do Clube de Leitura Devoradores do Livro é uma experiência muito gratificante e, confesso, por vezes desafiadora, pois faz com que eu saia da minha zona de conforto. Esse é um dos grandes méritos de um clube de leitura: provar que podemos sim nos desafiar a ler outros gêneros que, normalmente, não procuraríamos por conta própria. Sem contar que é maravilhoso poder debater com outras pessoas sobre o livro lido. A troca de experiência é muito enriquecedora, pois às vezes o outro teve uma percepção totalmente diferente da nossa e, quando conhecemos seu ponto de vista, podemos enxergar alguns aspectos da obra que, durante a leitura individual, passaram despercebidos”.





[image error]Retrato de um homem não identificado, Felix Nussbaum (1941)



A troca de experiências vai para além das obras lidas. Os integrantes do grupo se confraternizam com troca de livros usados, sorteios de livros e brindes, além de estreitarem os laços de amizade.













Eva Majzoub, outra integrante do Clube de Leitura Devoradores de Livros reforça a importância da convivência com o grupo: “Não consigo me imaginar sem esse grupo tão especial.”





Outro clube de leitura conhecido em São Paulo é o Café Literário SP, que ocorre mensalmente, no último domingo de cada mês na Biblioteca Mário de Andrade localizada na região central da capital paulista e tem como idealizadora e curadora a professora Janaína Soggia. As reuniões aconteciam na Casa das Rosas, na Avenida Paulista, desde de 2016, mas em função da procura dos participantes, a organizadora buscou um lugar maior.





A lista de livros que serão apresentados em 2019 está disponível na página do Facebook do Café Literário SP. Entre os livros estão O Segundo Olhar (Mário Quintana), De Repente nas Profundezas do Bosque (Amós Oz), Bestiário (Júlio Cortázar), Olhos D’Água (Conceição Evaristo) e o primeiro do ano será A Ciranda das Mulheres Sábias (Clarissa Pinkola Estés).





O Centro Cultural de São Paulo abriga o Clube de Leitura Leia Mulheres, um coletivo que tem por objetivo estimular o debate e a divulgação de livros escritos por mulheres. Criado em 2015, as organizadoras do projeto são Juliana Gomes, Juliana Leunroth e Michelle Henriques. O primeiro encontro de 2019 terá como tema o livro Jane Eyre, da britânica Charlotte Brontë. O romance foi publicado originalmente em 1847. Outras informações sobre o clube podem ser obtidas no site do Centro Cultural São Paulo.





Clubes de assinatura





Uma outra modalidade de clubes são aqueles por assinatura. O surgimento data de 1926 com o Book of Month, nos Estados Unidos. Escritores ou críticos escolhiam uma lista de livros e os assinantes selecionavam o que gostariam de receber.





No Brasil
também aconteceu algo parecido. O primeiro foi o Clube do Livro, que funcionou
de 1943 até 1989 e foi criado por Mário Graciotti.





Em terras
brasileiras também funcionou o Círculo do Livro, criado pela Editora Abril. A
iniciativa teve início no ano de 1973 e continuou ativa até 1993.





Hoje alguns projetos similares existem no país. Basicamente o leitor faz a assinatura de uma das opções que a empresa disponibiliza e, mensalmente, recebe em sua residência uma caixa com livros e brindes. Alguns desses clubes optam pela curadoria de algum escritor ou escritora que indica o livro enviado aos assinantes no mês. Até algumas editoras apostaram nesse segmento e tem seu próprio clube de assinatura, como o Intrínsecos (da Editora Intrínseca).





Pode parecer
que a graça do clube acaba por aí, mas não. Depois que os leitores recebem suas
obras e efetivam a leitura, acabam também formando grupos presenciais ou
discutindo por meio das redes sociais os livros que leram.





Com diferentes formas de atuação e de decidir o livro que será enviado, cabe ao leitor pesquisar os clubes de assinatura disponíveis e ver aquele que melhor atenda sua necessidade. Inclusive, há clubes de assinatura especializados no público infantil, o que é uma excelente forma de estímulo à formação de novos leitores.





[image error]Lasar Segall



Clube de leitura nos presídios





Em maio de
2018 a Revista Galileu publicou reportagem sobre clube de leituras realizados
em presídios, nos quais, segundo a matéria, a média de livros lidos no ano
chega a 12, contra 4,96 da média geral (dado da Pesquisa Retratos da Leitura
2016).









O Conselho Nacional de Justiça incentiva a leitura, sendo que a  cada livro lido pelos presidiários, a redução da pena é de quatro dias, ou seja, com a leitura de um livro por mês os presos podem reduzir o período de reclusão em até 48 dias em um ano.





Iniciativas como essas também acabam por formar um público leitor que antes não tinha o hábito de leitura e resgatam a autoestima de quem se vê longe da sociedade. Como dizia José Saramago: “A leitura é, provavelmente, uma outra maneira de estar em um lugar”.





Nota: texto publicado originalmente na Revista Conexão Literatura de janeiro de 2019.





[image error]Leitura, Almeida Júnior (1892)
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Published on February 27, 2019 18:37

February 14, 2019

Feira Choque literário acontece no início de abril em São Paulo

No próximo 06 de abril, acontecerá em São Paulo a primeira feira Choque Literário, evento que reunirá diversas editoras de literatura, quadrinhos e outras publicações impressas na Associação Osaka (Rua Domingos de Morais, 1581, Vila Mariana, em São Paulo).





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Mais de 30 editoras de todo o Brasil estarão expondo e vendendo seus principais títulos na feira que terá entrada gratuita e contará com a participação de diversos autores, palestras e bate-papos de profissionais da área. A programação promete discutir ficção científica, contracultura, livros infantis, horror e muitos assuntos relevantes para quem tem paixão pela leitura e ainda haverá uma área com hambúrgueres artesanais e venda de produtos como camisetas, chaveiros e ecobags.





O evento contará com as editoras Aetia, Bandeirola,  Barbatana, Cartola, Córrego, Draco, Devora,  Skull, Mundaréu, Moinhos, Presságio, Nua, Lendari, Sebo Clepsidra, Touro Bengala, Wish, Sinna, Luva, Jujuba, Monomito, Pólen Livros, Livros Prontos, Essencial, Coerência, Empíreo, Giz, Selo do Burro, Parzifal, Instante, Gosto Duvidoso, Diário Macabro e Estúdio Aspas





O Choque Literário tem ainda como parceiros a Aberst (Associação Brasileira de Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror), As Baratas (camisetas) e O Corvo – Burger & Beer.





Esta é a primeira ação da Coesão Independente, grupo informal que reúne mais de 50 editoras em um projeto que busca compartilhar conhecimento do mercado livreiro, realizar eventos em conjunto e colaborar conjuntamente na divulgação, produção e venda de livros. Sem fins lucrativos, a Coesão mantém uma estrutura horizontal de organização, onde todos os editores integrantes têm poder de decisão. A proposta foi idealizada por Cid Vale Ferreira, da Editora Sebo Clepsidra. A linha de publicação das editoras participantes é criativa e variada, contando com HQs, livros de terror, ficção contemporânea e clássica, nacional e estrangeira, biografias, livros religiosos, poesia e outros.





Choque Literário – I Feira da Coesão Independente
Data: 06 de abril de 2019
Horário: das 10h às 20h
Local: Rua Domingos de Morais, 1581, Vila Mariana, São Paulo, SP – Próximo à estação Vila Mariana do Metrô).

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Published on February 14, 2019 08:49

February 2, 2019

A editora independente depende do quê?

por Sandra Abrano



As dificuldades de uma pequena editora independente são tantas e várias que é difícil até enumerá-las. A começar pelo termo “independente” porque definitivamente somos dependentes de muitas pessoas e condições.





Somos dependentes da paciência e apoio familiar tanto do ponto de vista econômico (sempre restrito) quanto pela dedicação dispensada ao trabalho editorial. Afinal, além dele ser apaixonante, a maioria das pequenas editoras tem uma ou, com sorte, duas pessoas que atuam como proprietários, editores, marqueteiros, vendedores, produtores de evento, produtores gráficos. E também são responsáveis pelo cafezinho e água fresca, pelas contas a pagar, elaboração de estratégias de negócios, gerenciamento de trabalho (e normalmente a execução do dito trabalho) de fotógrafos, artistas gráficos, tradutores, preparadores e revisores de texto. Sem se esquecer que atuam como empacotadores de livros, são responsáveis pelo envio e também pela pós-venda e pelo contato com blogueiros, resenhistas, jornalistas. E por aí vai.





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As dificuldades com as áreas fundamentais para a manutenção do negócio de livros também não nos dão trégua. As gráficas, por exemplo, nos convencem que o melhor é pagar à vista as impressões para termos acesso a qualquer desconto no preço final e sempre somos os últimos na prioridade de impressão, porque a quantidade que imprimimos é a menor possível. Grandes livrarias em endereços bem localizados nem respondem às simpáticas mensagens que enviamos com todo o amor e desespero para que aceitem os livros em consignação com acertos em 60/90 ou mais dias. Isso mesmo, consignação! Não há livraria no mercado brasileiro que tenha comprado os livros que estão em suas prateleiras (e se conhecerem, nos avisem, por favor!!!!!).

Não responder às mensagens que enviamos deve ser uma tática estudada em curso universitário. Os organizadores de Feiras de Livros são outros que aprenderam bem essa lição. E isso com o valor da inscrição em uma Feira de Livros estar na casa dos quatro dígitos. Bienal, ComicCom e outras? Ah, coloca cinco dígitos na despesa de aluguel do espaço e montagem básica de estande.





Enfim.





Não demora muito para que o editor independente conclua que não há saída solitária nessa área. De tanto reclamar e contar como situação engraçada os percalços do caminho para outros que estão na mesma lida, percebemos que os potenciais concorrentes se tornaram os parceiros mais próximos. A única saída que pudemos enxergar nesse primeiro ano da editora Bandeirola, é coletiva.





“Tamo junto.”





Ah, o alívio de contar com outros que são iguais e diferentes.





Por conta disso é tão animadora a perspectiva da estreia da Coesão Independente. Um novo gás para a produção editorial independente, que reunia 50 pequenas editoras no momento em que foi criada sua página no Facebook, número ultrapassado a cada dia na mesma proporção em que cresciam os likes na página. A proposta é o apoio mútuo por meio de parcerias, eventos compartilhados e trocas de experiências. Pouco? Mas como isso faz falta. A Coesão Independente pretende manter uma estrutura horizontal de decisão, colocando em prática a desafiadora (e chata) arte da democracia.  





A ideia partiu de Cid Vale Ferreira, da editora e sebo Clepsidra, com sede no centro de São Paulo. Ele aglutinou os primeiros editores em um grupo de whatsApp e a troca de informações, dificuldades e experiências foi imediata. Tão rapidamente quanto as conversas que ocorriam intensas pelo whats, o grupo aprofundou temas, identificou gargalos e afinou a organização.





Enfim, tamo junto. Que bom a via não ser mais tão solitária.





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Published on February 02, 2019 16:52

January 31, 2019

VESTÍGIOS – Mortes nem um pouco naturais é um suspense de tirar o fôlego

por Fernando Neves



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Acabei de ler VESTÍGIOS – Mortes nem um pouco naturais, de Sandra Abrano. Na verdade já havia lido os originais, mas com o livro impresso é diferente, a experiência parece mais completa e prazerosa. E a história é realmente muito boa.





Não sou o maior fã de literatura policial, mas esse me prendeu de tal forma que não queria que acabasse e eu continuasse a acompanhar a vida daqueles personagens.





O livro consegue misturar suspense com a história política das últimas décadas do Brasil, tráfico de armas, agentes infiltrados, dramas humanos e várias surpresas numa trama muito bem engendrada.





A história é um thriller que  tem a cidade de São Paulo como cenário e se desenvolve no período de 1976, em pleno regime militar aos primeiros anos de 2000 e apresenta o submundo do serviço secreto brasileiro.





Mário, um agente do Sistema de Informações retorna depois de duas décadas à Vila Maria, bairro paulistano de sua juventude, para administrar uma empresa de segurança. Ele foi um dos agentes infiltrados no movimento estudantil da época. A partir daí diversos personagens aparecem para dar luz ou complicar ainda mais o desenrolar da história. Mas uma coisa é certa: Mário vai ter que enfrentar o seu passado.





Orgulho desse ser o primeiro livro editado pela Bandeirola. Se ficou interessado, olha lá no site e encomenda um pra você ler. Não vai se arrepender!





por Fernando Neves



Leia um trecho do livro:

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Published on January 31, 2019 07:45

January 30, 2019

Livro de anotações. Nele você pode escrever.

Livros de anotações são ilustrados e trazem trechos de Dom Quixote,    de Cervantes e poemas  de Mário de Andrade

 




A editora Bandeirola aposta em um formato inédito no mercado editorial que combina espaço para escrita entremeados com trechos de textos de autores renomados. São dois títulos já lançados: EU e CERVANTES. com trechos de  Dom Quixote de Miguel de Cervantes com as ilustrações de Gustave Doré  e  EU e MÁRIO DE ANDRADE, com poemas do autor e imagens antigas de São Paulo, cidade tão amada por Mário.

“Não é fácil falar (pouco) de Mário de Andrade”, afirma Sandra Abrano, editora da Bandeirola. “Ele foi um homem de inúmeros adjetivos. Escritor, crítico de arte e literatura, musicólogo, folclorista, professor, ensaísta, poeta e um dos pilares da Semana de Arte Moderna”. Segundo ela, o  autor de Macunaíma – o nosso herói sem nenhum caráter, é uma ótima companhia para deixar fluir sonhos, devaneios, ficções, crônicas, pensamentos e o que mais o leitor quiser escrever.

Tanto EU e CERVANTES quanto EU e MÁRIO DE ANDRADE – trazem o subtítulo “Livro de Anotações para viagens reais e imaginárias” e convidam o leitor a soltar suas escrita e a se inspirar nesses grandes autores. Os livros têm o preço sugerido de R$ 39,90 e podem ser encontrados diretamente no site da editora: www.bandeirola.com.br.




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Published on January 30, 2019 06:29