há 25 anos que escrevo os meus sonhos / houve até um período em que programava o despertador para me acordar várias vezes durante a noite para os anotar / quando preciso de acertar a minha bússola emocional eles são a minha lanterna / duvido que alguma vez consiga inventar enredos tão surpreendentes quando estou acordado / já andava a pensar nisto há uns anos, e agora chegou a altura de eles fazerem parte do meu próximo livro.
As aguarelas líquidas (vulgo Ecolines) acompanham-me desde os 14 anos; quando mexo nestes pequenos frascos de líquidos luminosos e transparentes regresso à pré-adolescência, ao refúgio que me davam nesses anos turbulentos e solitários. Voltar a eles é sempre voltar a casa, por isso dei comigo a pensar se o meu próximo livro não será um regresso?
1- estudo para BARRIGA DA BALEIA 2- excerto de A MINHA CASA NÃO TEM DENTRO 3- excerto de ESTÁS TÃO CRESCIDA! 4- autoretrato 2015 5- estudo para a peça A MONTANHA
por causa da amizade e cumplicidade do Ondjaki e da Mariana Warth (editora da Pallas) tenho podido desenhar capas específicas para as edições brasileiras, distintas das portuguesas da Caminho; o triângulo entre estes três continentes é a minha cara.[image error][image error]
a DGLAB falou: parabéns à Ana Ventura que é Prémio Nacional de Ilustração este ano, com o belo livro MUDAR editado pela Pato Lógico; o júri decidiu também atribuir menções honrosas à Mariana Rio com o livro DIOSARIO (que não conheço ao vivo, mas que pelas fotos, promete) e ao meu DESENHAR DO ESCURO. Esta menção honrosa cria um arco temporal com o PNI que me foi atribuído em 2014 para o livro UMA ESCURIDÃO BONITA (com o Ondjaki), em que começo a explorar pela primeira vez estas escuridões.