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O Conde d'Abranhos / A Catástrofe

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«Alípio Severo Abranhos nasceu no ano de 1826, em Penafiel, no dia de Natal.» Assim se iniciam as notas biográficas assinadas pelo seu fiel secretário, Z. Zagalo, que, pretendendo fazer um sentido elogio a este «português histórico», descreve o seu percurso de afirmação política alicerçado em bajulações calculadas, discursos ocos e um sem-fim de incompetências. Nesta história de um político do século XIX, Eça de Queiroz traça de forma caricatural o perfil dos políticos de todos os tempos e constrói uma notável obra de sátira e crítica social de grande atualidade. Redigido em 1879, O Conde d’Abranhos foi publicado apenas postumamente, em 1925, desde logo acompanhado pelo conto de intenção patriótica A Catástrofe.

196 pages, Paperback

First published January 1, 1879

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About the author

Eça de Queirós

356 books1,169 followers
José Maria Eça de Queirós was a novelist committed to social reform who introduced naturalism and realism to Portugal. He is often considered to be the greatest Portuguese novelist, certainly the leading 19th-century Portuguese novelist whose fame was international. The son of a prominent magistrate, Eça de Queiroz spent his early years with relatives and was sent to boarding school at the age of five. After receiving his degree in law in 1866 from the University of Coimbra, where he read widely French, he settled in Lisbon. There his father, who had since married Eça de Queiroz' mother, made up for past neglect by helping the young man make a start in the legal profession. Eça de Queiroz' real interest lay in literature, however, and soon his short stories - ironic, fantastic, macabre, and often gratuitously shocking - and essays on a wide variety of subjects began to appear in the "Gazeta de Portugal". By 1871 he had become closely associated with a group of rebellious Portuguese intellectuals committed to social and artistic reform and known as the Generation of '70. Eça de Queiroz gave one of a series of lectures sponsored by the group in which he denounced contemporary Portuguese literature as unoriginal and hypocritical. He served as consul, first in Havana (1872-74), then in England, UK - in Newcastle upon Tyne (1874-79) and in Bristol (1879-88). During this time he wrote the novels for which he is best remembered, attempting to bring about social reform in Portugal through literature by exposing what he held to be the evils and the absurdities of the traditional order. His first novel, "O crime do Padre Amaro" (1875; "The Sin of Father Amaro", 1962), describes the destructive effects of celibacy on a priest of weak character and the dangers of fanaticism in a provincial Portuguese town. A biting satire on the romantic ideal of passion and its tragic consequences appears in his next novel, "O Primo Basílio" (1878; "Cousin Bazilio", 1953). Caustic satire characterizes the novel that is generally considered Eça de Queiroz' masterpiece, "Os Maias (1888; "The Maias", 1965), a detailed depiction of upper middle-class and aristocratic Portuguese society. His last novels are sentimental, unlike his earlier work. "A Cidade e as Serras" (1901; "The City and the Mountains", 1955) extols the beauty of the Portuguese countryside and the joys of rural life. Eça de Queiroz was appointed consul in Paris in 1888, where he served until his death. Of his posthumously published works, "Contos" (1902) is a collection of short stories, and "Últimas Páginas" (1912) includes saints' legends. Translations of his works persisted into the second half of the 20th century.

Source: http://www.imdb.com/name/nm0211055/bio

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Displaying 1 - 23 of 23 reviews
Profile Image for Alice.
164 reviews
November 6, 2018
Ensaio sobre o alpinismo social, a hipocrisia, os interesses velados, a ausência de valores morais e a "vira-casaquice" dos nossos políticos. Aplique-se a qualquer lambe-botas do espetro histórico e político, com pretensão, ou efetivo lugar, ao poleiro de qualquer nódoa de governo. Serve a todos.
1 review1 follower
January 31, 2025
É incrível como uma obra escrita em pleno século XIX descreve a política e sociedade portuguesa de uma forma tão irónica e cómica (e ,ademais, atual!)
Profile Image for Andreia.
76 reviews8 followers
March 17, 2018
'O Conde d'Abranhos' é um magnifico retrato de um hipotético político. Através da prosa de um narrador muitíssimo parcial e que consegue transformar autênticos sinais de falta de ética e caráter em elogios, conhecemos a vida deste "zé ninguém" até chegar ao ambicionado - por si e seus amigos - "poleiro" político.

Já 'A Catástrofe' é um pequeno conto em que se narra uma também hipotética invasão de Portugal por tropas estrangeiras (indefinidas) e a apatia e fatalismo caraterística do nosso povo...

Foi uma leitura lenta, não por falta de mestria de Eça, que nos prende pela sua incessante ironia, mas por falta de disponibilidade minha.
Profile Image for Sara Jesus.
1,652 reviews123 followers
July 21, 2018
Não me desagrada nenhum livro de Eça de Queiros. Este pequeno livro é semelante a " A ilustre casa de ramires".

O conde é uma figura picular. Poeta e político. A sua narração continua a ser realista, em que é descrito cada promenor.

A frase que descreve melhor este livro é que todos os homens são poetas e políticos
Profile Image for Rui.
115 reviews7 followers
September 9, 2018
O Conde d'Abranhos devia constituir uma oferta a todos os eleitos para cargos públicos aquando da sua eleição; em caso de reeleição sugere-se As Farpas do mesmo autor.
837 reviews
September 30, 2021
Era uma vez um político venal, ignorante e bajulador. Conhecemo-lo pela biografia também bajuladora do seu secretário. E neste retrato, do século XIX, vemos as discussões ainda hoje na ordem do dia (legitimidade dos nossos representantes, a descentralização, os direitos sociais...), e não apenas em Portugal.
A este texto sarcástico e certeiro segue-se A Catástrofe, em que Eça imagina a invasão de Portugal pela Alemanha e uma ressurreição possível do país pela responsabilidade e pela acção.
Só falta um texto introdutório sobre a possível identidade dos visados e a recepção crítica entre os contemporâneos. Deve ter sido um clamor!
Profile Image for bom.dia.
387 reviews
February 6, 2019
Fantástico como um texto do século XIX consegue ser tão actual. Os vícios e as histórias dos bastidores da política encarnados na personagem de sua excelência senhor Conde d'Abranhos. Seguimos assim o percurso deste senhor, desde que consegue ser ''resgatado'' por um tia até ao momento é que é nomeado ministro. Delicioso de ler Eça e a sua fantástica caracterização de uma sociedade, que continua presente nos nossos dias.

A Catástrofe é um pequeno conto, que apela ao lado patriota de cada um de nós. Lê-se rapidamente mas fica na memória.
Profile Image for Pedro Freitas.
18 reviews8 followers
August 27, 2012
De Ironia Brilhante! Tudo o que se poderá dizer sobre as obras de Eça não passarão de ecos repetidos sobre o talento mordaz do autor para a crítica de uma sociedade lisboeta corroída de compadrios e clientelismos. Centrada na figura de Alípio Abranhos, Eça dá-nos um retrato de alguém que sem dúvida poderia reflectir em muitos fanfarrões de peito inchado que via descer o Chiado. A personagem não passa de um alpinista social, vaidoso, pregador de moral e bons costumes, o que não o impede de engravidar umas quantas empregadas e fazer um casamento de conveniência para agarrar a fortuna dos Amado, a família da sua esposa, vírginia. Tudo embalado em soirees decadentes no seu palacete da lapa, rodeado de amigos que asseiam ver naquele deputado a catapulta para os seus desejos pessoais: Uns queriam pôr família no Estado, outra queriam uma pensão, fradinho (o seu amigo) desejava saltar do escritório de advogados em que trabalhava para um qualquer ministério. Alípio é adorado como um génio quando não passa de um tribuno medíocre que se embrulha em discursos cheios de rodriguinhos e lirismos patéticos. Todos eram isso mesmo: patéticos e vazios, mas Alípio lá chega a ministro e depois...a conde! Uma crónica de costumes de um Portugal entregue a uma choldra de personagens beatas, risíveis e sem brio, que viviam no aparentar de tudo o que não eram!
Um bela súmula do que é o estilo queiroziano no seu melhor!
Profile Image for Martim Mendonça.
26 reviews
September 6, 2025
“As cidades modernas, com as suas ruas mal arejadas, os seus quintos andares abafados, o seu rumor trovejante de fábricas e de veículos, a luz crua do gás, a alimentação insalubre, formam estas gerações pálidas, nervosas, agitadas por um desejo histérico de novidade, de artifício, de desordem e de violência. É esta a origem do espírito revolucionário. O homem que, pelo contrário, habita os campos, que respira o ar dos largos prados, repousa a vista na vasta linha do horizonte, na serenidade silenciosa das aldeias, ganha, num corpo forte, um espírito calmo: odeia a agitação; está naturalmente preparado para respeitar a Autoridade, os Princípios sólidos, a Ordem, toda a ordenação harmónica e bela do Estado.”

“Em vez de bater uma forte patada no país, clamando com força: - Para aqui! Eu quero! - os governos democráticos conseguem tudo, com mais segurança própria e toda a admiração da plebe, curvando a espinha e dizendo com doçura: - Por aqui, se fazem favor! Acreditem que é o bom caminho!”




Desde 2021, ano em que iniciei a minha aventura enquanto leitor pelos vários mundos que os livros concebem, apenas desisti, ou melhor, decidi abandonar o ádito que prosseguira, voltando atrás ao cruzamento da escolha, duas vezes (deixando esse destino fictício ao qual esse caminho me levaria por descobrir).

O referido cenário ocorreu aquando da minha primeira peregrinação pela diegese desta obra (21/08/2021 - sim, é um hábito meu (desde então) registar as datas de início e conclusão de leitura). 4 anos depois regresso a esta via queirosiana com baixas expectativas. Todavia, com mais carimbos no meu passaporte literário, estava certo de que com alguma erudição e maturidade adquiridas (pouca mais, mas enfim…) seria capaz de terminar o manuscrito. Na altura eu ainda não tinha desenvolvido este gosto intenso pela literatura, como também não possuía um léxico amplo (e, diga-se, os meus olhos passeavam pelas frases, eu não tinha paciência para, de facto, segui-las com cuidado), pelo que pode ter sido a hermeticidade da escrita a responsável pela minha resignação. Confesso que não me surge na memória o verdadeiro motivo pelo qual eu abdiquei da obra; o que escrevi supra é uma mera especulação.

Adiante…

É um livro curto, mas que proporciona momentos hilários, facécias criativas e delicia o leitor com uma ironia engenhosa. Já não me divertia tanto com uma leitura desde que li ‘As Farpas’ do mesmo autor e Ramalho Ortigão (este último até devia surgir primeiro na frase, visto que a sua contribuição foi maioritária (as hierarquias muito importam, sobretudo no que diz respeito a autores cuja lápide no cemitério da história o tempo descurou)). Adiante, digo (escrevo) eu, enquanto me mantenho na rotunda…
Certo, a obra…
Lê-se com facildade, sendo até (na minha opinião) um dos livros do Eça mais acessíveis (não entendo mesmo o que é que me embargou a leitura em 2021) e até o mais cómico dos seus romances (atenção que eu ainda só li poucos, pelo que esta minha perspetiva ainda não se encontra firmada). Resta acrescentar que é um romance atual, descrevendo acuradamente e criticamente a classe política como também a situação económico-social de Portugal. Evidencia-se, destarte, a estagnação do país.

Em geral, Eça dá continuidade à sua exposição dos “episódios da vida romântica” (subtítulo d’ Os Maias), revelando-se, novamente, um observador meticuloso e perspicaz da sociedade portuguesa do século XIX, um verdadeiro Attenborough da Escola Realista (ou, antes, será David Attenborough um Eça do mundo animal?).
Profile Image for Graciosa Reis.
529 reviews51 followers
April 14, 2023
Fabuloso, mordaz, sarcástico e imperdível. Eça de Queirós, o grande romancista português continua actualíssimo porque muito do que é narrado neste livro assenta perfeitamente nos nossos dias. Portugal continua na mesma: corrupção, oportunismo, lobbies, amizades dúbias e mentalidades pobres. Um país sem alma.

“ O que não tínhamos era almas … Era isso que estava morto, apagado, adormecido, desnacionalizado, inerte… E quando num Estado as almas estão envilecidas e gastas – o que resta pouco vale…”.

Este livro é uma sátira à sociedade portuguesa do século XIX. Escrito em 1878, pela voz de Zagalo, jornalista e secretário particular de Alípio Abranhos, vamos conhecendo as características do protagonista e de todos os que com ele convivem. Pretendendo elogiar Alípio, acaba por revelar a sua verdadeira condição social, a vergonha dos pais pobres que o leva a abandonar a família e mais tarde a negar ajuda, a sua incompetência, a sua bajulação, o seu egoísmo e sobretudo o seu oportunismo. Afinal, o excelente Conde é uma personagem execrável a todos os níveis.
A estratégia de Eça é inteligente, como sempre, porque através desta biografia que pretende”glorificar a memória deste varão eminente”, critica a sociedade portuguesa da época. Exagera e ironiza a caracterização das figuras ilustres que frequentam as soirées, desanda na educação, na imprensa, no clero, na cultura e na política exercida por homens oportunistas e pouco inteligentes.

É um deleite ler Eça de Queirós.

Profile Image for Diogo Jesus.
253 reviews3 followers
February 1, 2021
Another acute albeit short denounciation of the absurdities and evils of the portuguese social life of his time (2nd half of the 20th century). Written in an ironic style, typical of Eça, through a servile secretary (storyteller) of a hypothetical polititian. In short the vices are: thinking in terms of "higher and lower people", utter respect for titles and fancy names, turncoat spirit both renegating one's roots but also one's former allies, parasitism surrounding powerfigures, party members hypocrisy, numbing, hypocritical traditionalism, and social ascent without merit.
The best thing about this book besides its writting style is the thought-provoking story. How much of his excellency Abranhos do we see in our bosses, business leaders and polititians?
There is a small appendix called "Catastrophe" - certainly a draft for a possible future work which never saw the light of day.
Profile Image for Daniela.
27 reviews37 followers
November 11, 2023
"Aos meus filhos, mostro-lhes o caminho seguro - aquele que devíamos ter seguido: trabalhar, crer e, sendo pequenos pelo território, sermos grandes pela actividade, pela liberdade, pela ciência, pela coragem, pela força de alma... E acostumo-os a amar a Pátria, em vez de a desprezarem, como nós fizéramos outrora.

Como me lembro! Íamos para os cafés, para o Grémio, traçar a perna e, entre duas fumaças, dizer indolentemente:

- Isto é uma choldra! Isto está perdido! Isto está aqui, está nas mãos dos outros!

E em lugar de nos esforçamos por salvar "isto" - pediamos mais um conhaque.

Ah! geração cobarde, foste bem castigada!..."
Profile Image for João Filipe.
114 reviews1 follower
September 4, 2018

Uma sátira política, pela caneta ardilosa, peculiar e irónica de Eça, esse maior das letras portuguesas.

“O Governo devia ser o agricultor, o industrial, o comerciante, o filósofo, o sacerdote, o pintor, o arquiteto - tudo! Quando um País abdica assim nas mãos de um Governo toda a sua iniciativa, e cruza os braços, esperando que a civilização lhe caia feita das secretarias, como a luz lhe vem do sol, esse País está mal: as almas perdem o vigor, os braços perdem o hábito do trabalho, a consciência perde a regra, o cérebro perde a ação.”
4 reviews
October 20, 2019
O Conde d’Abranhos, mais que um retrato de alguém que pretende ascender na hierarquia social jogando nos bastidores e meandros da política, é também um retrato da desordem da classe, da sua arrogância, da corrupção e, sobretudo, do vazio em termos de cultura. Para mim, das melhores obras de Eça por ser das mais atuais: uma Bíblia que explana o porque da desconfiança dos portugueses na classe política.
Profile Image for Carlos Aguiar.
1 review3 followers
August 23, 2020
O atleta treina para se manter em forma; pela mesma razão, ciclicamente, há que ler/reler Eça para dominar, em serviços mínimos, a língua Portuguesa. Faltava-me o Conde D'Abranhos. Sorri, ri desbragadamente, gargalhei, mas não deixei de sentir uma fina angústia no virar da última página. E se Eça tivesse sobrevivido à República e ao golpe de 28 de Maio de 1926, e Júlio Diniz visto o virar do século? Para desgraça de todos, vidas demasiado curtas para a grandeza do génio.
Profile Image for Ricardo Moreira.
89 reviews1 follower
January 28, 2018
A tradicional ironia de Eça de Queirós e, como sempre me acontece, aquele amargo que me causa verificar que, no final da segunda década do século XXI, Portugal continua estruturalmente igual ao século XIX.
Profile Image for Bruno.
59 reviews
July 12, 2025
O meio do livro é muito forte comparativamente ao início e ao fim.
É Eça sem a ironia subtil. A ironia está lá, mas bate-te na cara a cada página do livro. E é sempre bom saber que os tempos passam, mas as classes políticas se mantêm as mesmas
Profile Image for Simsman.
1 review2 followers
July 17, 2019
Uma versão mais curta, mais engraçada e menos sangrenta da Ilustre Casa de Ramires.
24 reviews2 followers
November 18, 2011
O Conde de Abranhos é mais uma obra de Eça de Queirós, numa magnífica narrativa onde a crítica social aos costumes políticos portugueses é o mote para o extenso e delicioso excurso.
Eça, utilizando na pele da figura de Z. Zagalo, secretário pessoal do Conde, bibliografa a vida deste, desde a mais sua tenra idade até à sua ascensão a Ministro do Reino e consequentemente até obter um título nobiliárquico.
Durante a narrativa, apercebemo-nos na incompetência, ignorância e falta de carácter desta personagem através do recurso a várias peripécias, quer no relacionamento com a sua família, quer através da sua actividade política – primeiramente como parlamentar e posteriormente como Ministro.
Quero acreditar que a crítica de Eça se estende também a toda a classe política. Os discursos parlamentares inflamados, mas desprovidos de conteúdo, a profusão de alternâncias ideológicas, as crises políticas, com revoluções e contra-revoluções.
Tal como em outros livros de Eça, parece que a crítica feita se poderia alargar até à actualidade, sendo que é possível descortinar nas personagens tipo do Conde e de todos os seus apaniguados, alguns dos traços distintivos que marcam muitas das actuais personalidades da sociedade portuguesa.
Eça é sempre recomendável. Embora este não seja um romance clássico, aconselhamos, pela sua actualidade constante, a leitura desta obra.

Profile Image for Manuel Lobo.
70 reviews1 follower
January 30, 2016
A História tem tendência a repetir-se e neste livro de Eça de Queirós do século XIX retrata fielmente o nosso país de hoje.

Um livro fenomenal, mordaz e certeiro nas caricaturas que apresenta.

Um retrato de uma sociedade pobre (de espírito sobretudo) e de uma política podre no final do séc XIX que poderia ser muito bem a de hoje, se substituirmos os cavalos pelos automóveis... A mesma ambição desmedida, a mesma mesquinhez, os mesmos mexericos/intriga o mesmo "olhar pela nossa vidinha" enquanto o país perece e apodrece por dentro sem um projecto ou uma idea global ou desinteressada.

No pequenino livro A catástrofe, este não vem a seguir ao "Conde D'Abranhos" por acaso. Fala-nos de um país dominado pelos Alemães, um país vencido pela própria fraqueza e desorganização resultante desta mesquinhez do poder político, alastrada ao povo. Um aviso premonitório que, mesmo no século XIX, já poderíamos estar em risco de perder a nossa soberania POR CULPA PRÓPRIA e mesmo assim continuando incapazes de assumir as nossas próprias culpas e responsabilidades.

Aconselho vivamente a leitura e acho que este livro deveria ser de leitura obrigatória de modo aos alunos perceberem como é a sociedade e o que tem que se mudar.
Profile Image for Pedro.
27 reviews13 followers
June 16, 2016
Quanto mais leio, cada vez gosto mais do Eça.

O Conde d'Abranhos é um excelente exemplo da escrita profundamente irónica e crítica da sua sociedade de que Eça era mestre. Esta biografia fictícia é-nos apresentada como sendo escrita pelo secretário do Conde, que nutre claramente uma grande admiração pelo mesmo. Em grande parte das passagens é possível sentir a subtil ironia, e entender que Eça quer dizer precisamente o contrário do que está escrito. Aconselho.

A Catástrofe fala do período das invasões francesas, da perda de soberania, e da passividade do país dos brandos costumes. É um pequeno conto que se lê de uma assentada.
33 reviews
July 20, 2016
Accurate and entertaining description of mid-1800 portuguese bourgeoise society, particularly focused on politics. Priceless ironic tone throughout the entire book. Strikingly similar to the current general perception of how these businesses work. Also of notice are the similarities to other 19th century society descriptions, particularly the soirées of Dostoevsky (the gambler, the idiot). The final part "A Catástrofe" is a superb short story that is very much accurate today.
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