Published in 1972, New Portuguese Letters addressed censored issues - such as the colonial war, immigration, the Catholic Church, violence, and the legal and social status of women - becoming a symbol of resistance against the Fascist Portuguese regime. Privileging feminist approaches, this volume maps the reception of the book in Portugal, Brazil, Angola, Mozambique, the UK, Ireland, the USA, France, Germany, Italy, Spain and Scandinavia. The scandal that surrounded the banning of New Portuguese Letters, under the accusation of 'pornographic content', and the trial of the three authors for 'outraging public morals', brought the case to the attention of the international community. The book found instant support from feminist movements and well-known writers - such as Simone de Beauvoir, Marguerite Duras, Doris Lessing, Iris Murdoch, Adrienne Rich and Anne Sexton - and was adopted as «the first international feminist cause». Given its great significance in political and aesthetic terms, New Portuguese Letters was - and remains - a fundamental work in contemporary literature and culture, offering an invaluable contribution to the history of women and raising crucial issues relevant for political agendas today, such as equality, justice and freedom.
ANA LUÍSA AMARAL nasceu em Lisboa, a 5 de Abril de 1956. Doutorada em Literatura Norte-Americana com uma tese sobre Emily Dickinson, ensinou Literatura Inglesa no Departamento de Estudos Anglo-Americanos da Faculdade de Letras do Porto. Autora de oito livros de poesia e dois livros infantis, está representada em diversas antologias portuguesas e estrangeiras e foi traduzida para várias línguas, como castelhano, inglês, francês, alemão, holandês, russo, búlgaro e croata. Faleceu a 6 de Agosto de 2022.
Compilação de notícias, artigos, críticas literárias sobre 'Novas Cartas Portuguesas', em vários países - Portugal, França, E.U.A., Suécia, Alemanha, Irlanda e Reino Unido, Brasil, Espanha, Itália, Angola e Moçambique. Desde o seu lançamento até aos dias de hoje. Enquadramento feito pelas equipas de cada país envolvido no projecto liderado por Ana Luísa Amaral.
Fica a sensação de o livro ter sido e continuar a ser mais apreciado e estudado no estrangeiro do que em Portugal.
Porque será que continua a ser ignorado pelos leitores portugueses? E já agora, pelos departamentos de estudos portugueses e de literatura portuguesa, nas várias universidades do nosso país?
Será por ser datado como alguns opinam? (Se sim, porque continua a ser estudado no estrangeiro?) Ou será porque continua profundamente actual e, por isso, incomoda?
As mulheres trabalham, têm contas bancárias, viajam sozinhas, casam ou não casam, administram os seus bens, os direitos são os mesmos. E a vida do dia-a-dia em casa, no trabalho, noutros contextos? E a vivência da sexualidade?
Como sair do machismo que está dentro de todos nós? Como alcançar novas formas de ser? Como ser diferentes?
Estes são apenas alguns dos temas que podem ser discutidos a partir das 'Novas Cartas Portuguesas', como afirmar então que é uma obra datada?
Livro que pode ser lido como um manifesto feminista, mas também como uma produção literária que vai muito além deste, pois o que está em causa é toda e qualquer forma de opressão, não apenas aquela inerente à dominação (colonização segundo as Três Marias) do homem sobre a mulher. O que está em causa não é a emancipação, é a liberdade e o respeito pela diferença, por todas as diferenças.