A História mostrou que, não obstante todas as vicissitudes e dificuldades, a Rússia é um país com fortes raízes europeias. Os grandes momentos da sua existência estão ligados ao Velho Continente. Resta apenas continuar à procura do melhor modus vivendi entre todos os povos europeus, onde as suas tradições, costumes e direitos sejam respeitados.
JOSÉ MANUEL MILHAZES PINTO nasceu a 2 de Outubro de 1958 na Póvoa de Varzim. Licenciado em História da Rússia (1984) e Mestre em Ciências Históricas pela Universidade Estatal de Moscovo (Lomonossov) e doutorado pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (2008), com a tese Influência das ideias liberais espanholas e portuguesas no Movimento dos Dezembristas na Rússia. É investigador integrado do Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» (CITCEM-FL/UP). Entre 1989 e 2015, trabalhou como correspondente de vários órgãos de informação nacionais e internacionais na Rússia e na Comunidade dos Estados Independentes. Autor de numerosos artigos e livros sobre as relações entre Portugal e a Rússia, sobre a política da URSS nas ex-colónias portuguesas de África e sobre as relações entre o Partido Comunista Português e o Partido Comunista da União Soviética. Leccionou em várias universidades russas e portuguesas. Actualmente, é comentador de assuntos internacionais da SIC e RDP. Foi agraciado com o grau de Cavaleiro da Ordem de Santa Maria (Estónia) e com a Comenda da Ordem do Mérito (Portugal).
Uma pequena, mas interessante, introdução à história Russa e das suas relações com a Europa, e Portugal. Milhazes é um conhecedor profundo da Rússia, pois lá viveu durante longos anos. Uma leitura rápida e agradável, para conhecer os básicos.
Um livro extremamente conciso a demonstrar a opinião do autor em relação à Rússia e ao seu posicionamento na Europa - essa opinião é acompanhada por uma série de dados interessantes e que não são assim tão fáceis de se encontrar nas fontes de informação portuguesas. Esta opinião está obviamente enquadrada na visão política que Milhazes tem, uma visão que não agrada um número elevado de leitores do quadrante de esquerda e que se identificam com os valores marxista; porém, a liberdade de expressão não poderá ser posta em causa e, ainda que tendencialmente parcial, não considerei uma escrita a incitar alguma forma de ódio. Ainda que um pouco desactualizado, é também um exercício interessante lê-lo actualmente e comparar com a actual política internacional da Rússia. Um livro curioso para se ler quando se quer entrar no mundo político russo, que é algo um tanto denso.
Uma boa primeira abordagem à história da Rússia, desde a sua formação aos dias de hoje. Lançou-me algumas pistas para compreender como se chega ao tumulto dos últimos dias. Não dispensa leituras mais substanciais mas é bastante útil e objetivo no seu caráter de livro de bolso. O capítulo final sobre a relação Rússia-Portugal está cheio de curiosidades interessantes. Para um livro escrito pouco após a ocupação da Crimeia, são notáveis os avisos que Milhazes lança e que hoje se aproximam assustadoramente da realidade.
This book was written in 2016 and yet is oh so current in it's conclusions and even in its predictions! There is a short history of Russia through the centuries and a clear analysis of the problems that gave rise to the current war in Ukraine. The book makes dire predictions for as long as the current Russian regime will be in place - predictions we see coming true with every new day of aggression.
May Ukraine get her country back and her people, so brave, be allowed to LIVE and PROSPER.
For such a short book it´s a valuable quick inside on Russia. The last part which analysis the developments of the post-soviet era is worth a read. Incredible how tied up is putin´s Russia. Unfortunately doesn´t desmystify the asiatic political caracteristics of its centralized authoritarian power.
Um pequeno livro que ajuda a compreender de forma simples e concisa, um pouco da história da Rússia, das relações com a Europa, mas que nos faz, sobretudo, entender o que aconteceu na Ucrânia em 2008 e 2014, as consequências das ações de Putin na época.
Com a leitura deste pequeno livro, chego, mais uma vez, à conclusão de que é preciso olhar para o passado para entender o presente.
Bastante detalhado, para um "pequeno ensaio" mas dá nos a conhecer o histórico das politicas russas, as origens da sua ofensiva contra a europa, a aliança com a China e o foco na mentalidade imperialista.
Pequeno livro com uma primeira parte um resumo do resumo da história da Rússia e integração europeia e uma 2ª parte focada no Putin. Cumpre o objectivo.
Este livro é uma tentativa de descrever a história daquele país, enfatizando os laços que o ligam aos outros países do continente, para que o vejamos como uma nação com a sua própria história, em vez de o tratar como uma ameaça e mais nada.
Uma grande parte dos conteúdos fala sobre a fricção entre a Rússia e o ocidente (especificamente a EU e os EUA) por causa das invasões dos seus vizinhos, o que não se inscreve rigorosamente dentro do tópico, mas não faz mal, vale mesmo a pena considerar a perspetiva russa neste conflito, mesmo que não haja desculpa para o que está a acontecer.
Interesse/comoção: 2 Escrita e estrutura: 2 Aprendizagem: 3
De certa forma, ia a contar que a análise dos antecedentes históricos, dada a curta extensão do ensaio. Ainda assim, esperava mais contextualização do passado. As explicações são úteis para compreender a a atualidade, mas fica a sensação de incompletude.
Muitos dados interessantes mas pouco desenvolvimento, parece um resumo de um livro maior. É apesar disso uma leitura agradável e rica em informações. Uma boa opção para quem se interesse pelo tema mas não lhe queira dedicar muito tempo.
Um livro que nos ajuda a entender melhor o conflito entre a Rússia e a Ucránia. A leitura deste pequeno livro vale muito a pena como ponto de partida para entender a realidade atual.
José Milhazes pretende explicar que a Rússia está muito mais interligada a Europa do que alguns historiadores e a própria Rússia quer fazer parecer. No entanto, durante os vários momentos da história que Milhazes descrevre, ficou claro que a própria elite Russa insiste em teimar que autocracia é o melhor modo de governação do país, e apesar dos seus interesses geoestratégicos e geoeconómicos, continuam a desprezar o resto da Europa, e até os próprios parceiros asiáticos. A Rússia é um país orgulhoso, com uma elite que vive para si e seus jogos. Rejeitou o Renascimento, rejeitou o Iluminismo, e com isso o seu povo pagou com falta de liberdades e direitos, e um atraso tecnológico geral que se tornou um problema desde os tempos medievais.
Por mais que tentemos convencer-nos que a Rússia se parece muito mais com os Europeus, e partilha muito mais com Europeus do que com os seus parceiros na Eurasia/Asia, o país simplesmente se autodeterminou como um povo diferente que vê o mundo de modo diferente, e nos dias de hoje continua em boa parte incompatível com os modos de vida da Europa e seus países democráticos. Está documentado que países autoritários tendem a tornar-se mais autoritários, ou a continuar o regime de outras formas. Esperar que a queda de Putin vai dar numa democratização da Rússia, é ingénuo. Se há uma geração liberal dentro da Rússia, esta precisa que elites liberais ganhem apoio e posições governamentais. Além disso, a separação do Estado e Patriarcado Ortodoxo, ou o auxílio de um Patriarca pro-Europa seria necessário.
Ainda que Milhazes tenha tentado argumentar a favor de uma "europeização" da Rússia, e que esta só faria bem em se conectar a nós Europeus e democratizar-se, os exemplos históricos que ele nos deixa mostram que a percepção Russa dos Europeus é e isolasionista, e a sua própria democratização será um milagre que só os próprios podem criar.