Ana é detestável. No começo, você até pensa que Matheus tinha razão no que que Ana era tóxica, cheia de ódio e morte no prato. Uma pessoa sem alma que só quer vingança, só quer ferir, cuja felicidade parece morar no sofrimento daquele ex infeliz que teve o azar de cruzar o caminho dela. Essa desequilibrada. Doida. Maravilhosa. Assustadora. Mas aí as coisas vão sendo reveladas e você acaba pensando que o que Ana faz é até pouco. Se não pudermos nos vingar em personagens e na ficção, vamos correr pra onde?
Entre equipamentos de vigilância, abuso psicológico, violência física, aborto, drogas prescritas e recreativas, um coração de boi, amizades lindas, uma égua, Toddynho adulterado, ASMR de frango frito e um cheirinho de Medeia no ar, a narrativa é envolvente como um romance policial e absurda como o excelente Meu ano de descanso e relaxamento, de Ottessa Moshfegh, que também envolve drogas e ideias malucas de uma mulher deprimida.
É uma delícia ver um romance de estreia com uma protagonista tão perturbada e distante dos estereótipos femininos que o patriarcado aprova — a mulher dócil, servil, frágil e sempre pronta para perdoar e pedir desculpas por existir. Com Ana não tem arrego. Nem com Bruna, essa escritora que não tem medo e nem vergonha da raiva. Cuidado com elas. — Clara Averbuck, Toureando o diabo
Com todo o meu rancor é um romance ácido, violento e hilário sobre a força do ódio, o poder da vingança e a busca por identidade em uma conturbada jornada anti-heroica.
"Bruna Maia não faz prisioneiros em Com todo o meu rancor, verdadeira pornografia de vingança em forma de romance. Fantástico e perturbador." — Arnaldo Branco, roteirista
"A narrativa sagaz de Bruna Maia, seu humor ácido e sua fúria sofisticada nos entorpecem e, quando você se dá conta, está sentindo prazer com 'O Plano' de Ana e torcendo por essa justiceira contra os males do patriarcado. Se você acha que uma mulher deve ser somente um coração bondoso e resiliente, vá ver um filme de princesas. Você não está preparado para essa conversa." — Júlia Rabello, atriz
"A inteligência de Bruna Maia, já conhecida dos quadrinhos, agora se volta para o romance, com um enredo que instiga e perturba, comove e diverte. Ana encarna os principais dilemas do amor nos tempos do capitalismo tardio, expondo as entranhas do patriarcado sem pudor e sem pena." — Natalia Timerman, Copo vazio
"Nesta narrativa galopante, com sua realidade delirante ou delírio lúcido, a vingança não é um prato que se come frio. A refeição é uma sopa escaldante, lisérgica, e nunca termina." — Andréa del Fuego, A pediatra
Leitura que pega um ritmo gostoso rápido, história que dói, complexa, FORTE DEMAIS, mas te faz soltar umas risadas também. Um belo compilado do que uma mulher passa na vida e um prazer de se sentir um tanto vingada.
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Devorei o livro, o li em menos de 24 hrs. A intensidade dele estimula essa gula literária. Ana acaba de pedir pra ser demitida de um trabalho que nao aguenta mais, publicidade na Faria Lima. Diz aos amigos que tirará um sabático, mas na vdd usa esse tempo pra se executar uma vingança muita criativa, maquiavélica e saborosa contra um ex abusivo que ela teve. Os capítulos oscilam entre a execução da vingança e memórias, em ordem cronológica, do relacionamento dos dois. Entao é ao longo da leitura que vamos entendendo o pq dela querer vingança, afinal Matheus nao é um cara tao legal quanto ele gosta de acreditar que é (esfrega na cara dela que é um ser humano melhor que ela na vdd). Uma protagonista mta distinta do estereótipo. Que maravilhoso ler/ assistir personagens mulheres complexas 🙌🏽
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Um grande rindo de nervoso, FORTE demais. Ignoro e relevo qualquer presunção que as vezes fica na escrita porque foi uma BAITA experiência ler esse livro.
A tendência na maiorias das leituras é tomar partido por um dos lados da trama, mas nesse livro aqui, nesse pequeno e duro manual de vinganças, é difícil. Secretamente desejo que a juventude atual de Sampa não seja nem perto o que a autora descreve, romanticamente me recuso a acreditar que há uma tão grande perdição e dependência ao universo narcótico, me iludo seguindo na esperança que a autora sim exagera na intensidade das relações e vícios apresentados. "Doce" ilusão a minha.
Que bomba! Eu acho que pela sinopse, aliada ao fato de ser uma história BR e em SP (minha cidade) eu fui com muita sede ao pote e dei de cara com uma protagonista que é insuportável. A Ana e o Matheus disputando quem é mais chato e quem é mais Santa Ceciler. Não comprei a história dos dois enquanto "casal", não consegui odiar o Matheus, não pq as atitudes dele não eram relevantes, mas pq os dois personagens mais legais, possíveis e adultos nessa história é um cavalo e um uruguaio. O Matheus para nós era só um cara que usava drogas e palestrinha, os amigos (que no começo eram bff) não tem uma profundidadee depois, esquecidos no churrasco, né? Tudo é muito superficial, eu vejo a vingança, vejo o que levou ela a fazer tudo isso, mas eu preciso sentirrr! Quando o livro tentava abordar uma profundidade, sobre sentimentos, sobre mulher na sociedade, era só uma pincelada ou simplesmente a mesma discussão o livro todo, sobre como tudo é nosso, o que é verdade, mas vc não precisa falar isso o livro todo. E essas vinganças (????) muito fora da casinha, você basicamente tem que confiar, e eu até entendo que as vezes foi exatamente essa a intenção, mas para mim, não teve o efeito esperado, só fez eu me afastar SUPER do livro, e enxergar na Ana apenas uma branca padrão, da classe média que tá com raivinha e é TÃO louquinha 🤪🤪🤪🤪🤪🤪🤪. Aí gente, sério? Para mim não deu. E o final, que tiveram uns pontos ali que eu até comecei a curtir, veio a cereja do bolo, a última vingança dela após TUDO, que foi TÃO Hollywoodiano, só faltou aquela piscadinha e o quadro fechando. Aí mana, vc jura?
Livro super intenso e que te captura logo nos primeiros capítulos. Gostei muito da forma com que os lapsos temporais e flashbacks foram colocados ao lado do tempo presente!
O livro conta a história de Ana, que está presa em um trabalho que odeia e que recentemente foi abandonada por Matheus, depois de ter comido o pão que o diabo amassou.
Eles se conheceram em um aplicativo e ficaram juntos desde a primeira noite. O relacionamento deles é bastante pautado em drogas e sexo. Não é algo saudável, mas piora quando Matheus começa a demonstrar os primeiros sinais de toxicidade.
Ana não acredita que está em um relacionamento abusivo e sempre acha desculpas para o comportamento de Matheus. Ele, sempre a faz achar que o problema é ela.
O tempo vai passando, Matheus vai ficando cada dia mais abusivo e então termina com Ana dizendo que foi ela quem o transformou em alguém ruim.
Ana planeja sua vingança. Com muito conhecimento em remédios, muita paciência e frieza, ela começa a executar seu plano. De início, realmente parece algo exagerado. Mas conforme a história vai se revelando, passarmos a crer que ele merecia muito as coisas pelas quais passa.
Esse livro fala abertamente sobre relacionamentos abusivos, onde o homem enlouquece a mulher de todas as formas possíveis e depois a abandona. Esse livro foi um grito de liberdade e ódio.
Não teria coragem de fazer as coisas que a Ana fez, mas me senti muito na pele dela e me senti vingada, de certo modo.
Em alguns momentos achei que a personagem tinha perdido a mão, mas nunca deixei de desejar que ela fosse feliz e livre das coisas que aconteceram com ela. Porque, no final, tudo que a gente quer é ser feliz e não lembrar de cada episódio abusivo, de cada lágrima, de cada crise de ansiedade. No final, a gente só quer se reencontrar em si mesma e voltar a ser feliz.
"Permanecer um indivíduo dentro de um relacionamento com homens é uma luta constante porque, se você não mantém o controle sobre si mesma, eles se apoderam de você e a piroca vira um dreno que suga sua paz de espírito, sua criatividade e sua vontade de viver."
Ana é uma jovem publicitária em busca de vingança. Cada detalhe de seu emprego ruim, da relação com os amigos, com os homens em seus relacionamentos anteriores e também com Matheus vem cheio de comentários ácidos e certeiros sobre os millennials. A cultura do trabalho em startups, o uso de drogas recreativas em baladas de música eletrônica, o comportamento de jovens brancos de classe média alta no geral. Ela tem uma visão de mundo bem cínica e nada escapa de seu olhar. Acompanhamos seu relacionamento com Matheus e ao se tornar cada vez mais abusivo mais ansiamos pela vingança também. Cada passo do Plano é minunciosamente planejado e executado e é catártico quando chega ao final. Senti cada emoção junto com a Ana, compartilho de suas inquietações sobre a maternidade, o aborto, o vazio que ela sente em relação à vida. Me senti em pleno Atacama vendo o céu estrelado. Toda mulher que quer mais que os papéis impostos pela sociedade tem uma Ana dentro de si. É um livro difícil de largar e que me deixou satisfeita demais com o final.
Obsessivamente raso e estranhamente profundo. Como uma mulher crescida em São Paulo, e que permeou algumas elitezinhas culturais, entendi todo o conteúdo e acho que Ana entendeu também, se colocou ali e dali viveu, dali criou O Plano, dali se permitiu ser a branca publicitária que foi, afinal, tudo isso existe. Acho que a história é uma comédia realmente bem construída, no sentido temporal, que eu devorei em um dia. Mas acho que as sacadas e as entrelinhas ultrapassam o pastelão hollywoodiano e fazem eu querer muito que essa moça que escreveu escreva mais e mais. Com certeza lerei.
Seria muito bom se toda mulher ferida pudesse ter a chance de se vingar dessa forma. Quer dizer, não exatamente dessa forma, porque as coisas aqui forma bem doentias, mas ago do tipo.
Muitas, muitas frases maravilhosas. Marquei tanta coisa. Parece que a autora falou diretamente com a minha alma.
A Linguagem do livro foi coerente com o que eu conheço e gosto muito da Bruna Mais, com muito sarcasmo, ironia e humor negro. Não é um livro leve mais eu me cativei na história e gerou boas reflexões.
Ana é detestável. Matheus é detestável. Bruna é detestável. Mas a leitora que fui é a mais detestável de todas. Li com todo meu rancor. Achei um pouco forçado mas foi o que me fez querer terminar de ler. Terminei na força do ódio e desejando que fosse real.
Um livro que desencadeia tantas emoções! Uma narrativa que te envolve e que você quer muito saber o final. Mostra o quanto um esquerdomacho pode ser prejudicial e destrutivo! Eu amei a imersão na loucura, super recomendo.
Livro de tirar o fôlego! Detalhes fortes, mas ficava com a sensação que qualquer hora alguma coisa podia dar muito errada. Achei uma leitura importante para mulheres, apesar do primeiro foco ser a vingança no início do livro o desenrolar da história me deixou muito surpresa. Amei o final.
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Um livro excepcional. Li tudo rapidinho. Demorei um pouco pra aceitar certas coisas, até por já ter passado por algumas situações. Mas eu amei! Ficou nos favoritos.
Preciso começar falando que essa é uma história bastante única, acho que nunca li nada com uma escrita tão sagaz, ácida, cruel e irônica. A autora não poupa esforços pra despertar os mais variados sentimentos no leitor e não tem nenhum pudor de falar de assuntos polêmicos e espinhosos. Outro ponto super interessante é a protagonista e sua sinceridade tão caótica e marcante, muitas vezes você não vai concordar ou torcer por ela mas mesmo assim a vontade de ler e descobrir os desdobramentos de tudo é simplesmente imensa. Precisa ter bastante estômago pra ler isso aqui, mas vale a pena demais pra ver todo o processo que a protagonista passa e as experiências que ela acumula ao longo de todo esse tempo.
A escrita da Bruna + capítulos curtos intercalando passado e presente formam um combo perfeito. Eu tenho essa mania de abrir o livro numa página aleatória antes de começar a leitura e a parte que eu li me deixou com o sentimento de que a Ana era meio exagerada e que era tudo muito forçado, spoiler alert: não é A única coisa que me decepcionou (e o motivo de não ser 5 ☆) foi o final, achei ele muito corrido e abrupto. Queria ver mais das consequências d'O Plano na vida do Matheus e fazer parte da decisão dela de sair de São Paulo, além disso, também senti falta dos amigos paulistas dela.