Despite being a Classic of Greek Civilization, this work serves us despite everything, and because it refers to the mother of Democracy as a reference for ethical issues, above all! It is also a mixture of Poetry and elevation of the human spirit.
Achilles is the game of war, the joy of sacking cities that are too rich, the pleasure of anger "sweeter than honey on the tongue when it rises in a human breast," the brilliance of useless triumphs, of crazy companies. Without Achilles, humanity would have peace. Without Achilles, society would wither and fall asleep, frozen with boredom, before the planet cools down.
Em Tolstoi e Homero, a força de castidade, que não é de modo algum o contrário da sensualidade mas a sua manifestação mais autêntica, sustenta a vontade de expressão ao travar a potência de sentir: barragem que mantém a água una antes que se quebre, e permite que cada enlaçamento de folha nela se reflicta com o seu recorte de céu. Reconheçamos a força de castidade nesta poesia à qual basta um indício, um vestígio para evocar o mais agudo, o mais furtivo da sensação com palavras capazes de não o debilitar. Adivinhemos a sua presença nesta arte de tornar a carne transparente, de desnudar as paixões com uma palavra breve, de dizer o extremo com moderação e o excesso sem excessos: o mergulho no abismo da guerra mas também o voo para a paz das constelações.
Se Rachel Bespaloff acreditava e defendeu que "a leitura envolve necessariamente o leitor e "compromete-o" profundamente", as páginas deste livro foram um espaço/tempo de intensa aprendizagem e comprometimento.
Livro excepcional. A tradução tem alguns problemas, inclusive uma passagem com sentido invertido. Trata-se de uma obra para ser lida bem devagar e com atenção, pois cada linha é importante. Ao final, fica-se com aquela impressão de que a Ilíada está bem melhor compreendida. A tese final da autora é que o "personagem" principal da Ilíada não é uma pessoa, mas uma espécie de ente, uma antecipação imaginativa - por definição, limitada - do poder de Deus na Bíblia: a fatalidade, que oprime tanto os deuses quanto os homens qual Deus onipotente. Com base nisso, defende-se o caráter ímpar da dupla Ilíada-Bíblia em diversos aspectos e procura-se demonstrar certas semelhanças fundamentais entre esses dois legados, semelhanças estas que não se verificam entre a Bíblia e a filosofia grega madura, principalmente a de Aristóteles. Grosso modo, é por isso que a Ilíada seria a "Bíblia" dos gregos antigos e, como tal, não seria passível de fusão com as Escrituras judaico-cristãs como ocorreu com os escritos aristotélicos.
• Testo denso e ricco di riflessioni in cui l’autrice, filosofa francese di origine ucraina, esplora la tragedia umana rappresentata nell’epica omerica. Scrivendo durante l’angoscia della Seconda Guerra Mondiale, Bespaloff usa il mito greco per confrontarsi con l'orrore e la distruzione del suo tempo. Il saggio è un incontro tra letteratura e filosofia, dove la guerra di Troia non è solo un conflitto eroico, ma diventa il simbolo dell'eterno ciclo di violenza e sofferenza che caratterizza la storia umana.
• Uno degli aspetti che più mi ha affascinanta è la capacità di Bespaloff di collegare l’Iliade alla modernità. Riconosce nei personaggi del poema omerico non solo guerrieri mitici, ma figure universali, simboli di destini segnati dalla tragedia. L'autrice sottolinea l'inevitabilità della guerra come forza distruttrice, rappresentata sia dalla grandezza che dalla caducità dell’uomo. Achille e Ettore incarnano due tipi opposti di risposta alla fatalità: Achille è l’incarnazione della furia cieca e della volontà distruttiva, mentre Ettore rappresenta la fragilità umana, la dignità della resistenza e del sacrificio.
• La scrittura è profonda, permeata da un lirismo filosofico che dona una nuova vita al poema omerico. Più che un semplice commento letterario, Sull’Iliade è una meditazione sulla condizione umana, sulla sofferenza, sulla morte e sulla capacità di resistere al destino (l'autrice morirà suicida in casa propria soffocata dal gas lasciando un biglietto con scritto "non cercate altre ragioni per il mio suicidio che la mia estrema stanchezza").
• La guerra non è glorificata, ma rivelata in tutta la sua tragica realtà. Sono molto interessanti i parallelismi tra le sue riflessioni e quelle di altre voci come Tolstoj in Guerra e Pace.
• La tensione tra forze opposte - vita e morte, eroismo e vulnerabilità - attraversa il saggio rendendolo una lettura non solo intellettualmente stimolante ma anche emotivamente coinvolgente. L'Iliade, pur essendo un poema antico, parla ancora all'uomo contemporaneo, al suo continuo oscillare tra la distruzione e la ricerca di un senso più profondo dell'esistenza.
Un altro breve, ma intenso saggio dedicato all'Iliade, da accompagnare all'opera di Simone Weil Iliade. Il poema della forza
Piuttosto che affrontare un discorso globale, Bespaloff dedica brevi capitoli a figure o eventi fondamentali dell'opera come Ettore, Elena, Teti e Achille, Priamo e Achille, l'Olimpo degli dei. Ne esce una lettura profonda ed interessante, in cui è evidente come all'autrice interessi mostrare l'ambito "umanistico" dell'opera, ovverossia il fatto che tutti sono uguali davanti al destino cinico ed ingiusto rappresentato dagli dei, grotteschi e comici nella loro incoerenza di "agenti provocatori" che imbrogliano i mortali, giocano con le loro vite, fanno rotolare tutto verso il caos più tragico senza alcun senso di responsabilità, giustizia o anche solo compassione. Interessante anche i paralleli letterari che Bespaloff imbastisce tra Guerra e Pace e l'Iliade, fino ad arrivare ad affermazioni un pò eccessive quali: Soltanto Omero e Tolstoj (e a volte Shakespeare) hanno queste pause planetarie al di sopra dell'evento, in cui la storia appare nella sua eterna fuga
Un pò più involuta e meno convincente la parte finale, in cui Bespaloff si avventura in un collegamento tra Iliade e Bibbia, per affermare che il cristianesimo rappresenta l'unione fortunata di pensiero biblico ed omerico e che spiritualità ebraica e cultura greca hanno molto più in comune di quanto si pensi - argomentazione discutibile e difficilmente sostenibile, a mio parere.
Se Omero ha fatto un capolavoro nel mantenersi neutrale, nel non accennare nemmeno l'ombra di un giudizio, di una preferenza, tra eroi greci e troiani, entrambi spietati ed entrambi umani a seconda delle circostanza, altrettanto non è riuscito a fare questo esperimento di critica, che personalmente non mi ha lasciato nulla.
“Existem outros textos sagrados para além da Bíblia e da Ilíada, mas nenhum onde a vocação da precisão seja mais evidente. Noutros lados estamos em território estrangeiro, aqui temos a nossa pátria, aqui purificamo-nos nas nossas fontes. Numa espécie de insensível incremento, a nossa experiência mais rica em contradições cabe sempre na Bíblia e na Ilíada. Oferecem-nos o conforto de que somos mais ávidos: o contacto do verdadeiro no mais extremo das nossas lutas, ao nível do concreto. Mais íntimo o nosso comércio com estes dois livros divinamente inspirados, e mais viva a nossa desconfiança em relação às interpretações simbólicas que os sobrecarregam de um sentido demasiado rico. Será arriscarmo-nos demais se detectarmos, entre o pensamento bíblico e o pensamento homérico, uma identidade profunda por detrás dos contrastes que opõem a coragem da acção justa ao heroísmo da acção guerreira, a salvação pela fé à redenção pela poesia, a eternidade anunciada como futuro à eternidade intemporal atualizada numa forma perfeita?” (p. 65)
"Sull'Iliade" di Rachel Bespaloff offre un'acuta analisi del poema omerico, riconoscendone la brutalità ma anche rintracciando elementi di umanità e resistenza. Pur dialogando con la tesi di Simone Weil, contemporanea eppure non dialogante con lei, che vede l'Iliade come "il poema della forza" che riduce gli uomini a cose, Bespaloff introduce una sfumatura cruciale: accanto alla forza, emerge la "resistenza", incarnata da figure come Ettore. Mentre Weil enfatizza l'annichilimento operato dalla forza, Bespaloff illumina anche i momenti di coscienza e scelta. Il suo saggio arricchisce la visione weiliana, suggerendo che anche nella desolazione, la capacità umana di amare e resistere offre un barlume di significato. Tuttavia entrambe le riflessioni ci suggeriscono la più cruda verità: la forza, e dunque la brutalità della violenza, è nel nostro sangue, lo stesso sangue che ha cantato Omero.
"Onde estão os bons, na Ilíada? E os maus? Só lá estão homens que sofrem." (p.17)
Neste livro encontramos um conjunto de ensaios sobre a obra de Homero, "A Ilíada" - e depois de "A Noite Imóvel" de Luís Quintais, era o livro que precisava ler. Rachel Bespaloff começa por engrandecer a figura de Heitor - para mim, a melhor personagem da "Ilíada", o "guardião das felicidades transitórias", "príncipe da sabedoria", "heróis da resistência" e aquele que não se deixa cegar pela glória, apenas se apoia nela e esta exalta-o: "Heitor tudo sofreu, e tudo perdeu mas não se perdeu a si próprio. (...) só ele é príncipe, feito para reinar. Nem super-homem, nem semideus, nem semelhante aos deuses, mas homem, e príncipe entre os homens" (p.9). Nunca hei de esquecer a cena de despedida de Heitor, Andrómaca e o filho deles, assustado com o penacho... Segue-se uma reflexão sobre Tétis e Aquiles. Aquiles é um chorão e faz birra, basicamente. Outro sobre Helena e o peso da beleza (e o facto de apenas Heitor a compreender e defender), o papel dos deuses, comparações com "A Bíblia" e "Guerra e Paz" e um último ensaio foca o encontro entre Aquiles e o venerável Príamo e a importância de certos silêncios e gestos. Vale a pena, para quem tem na obra de Homero uma âncora, ler estas reflexões!
"Todos os homens vivem na tristeza: a verdadeira igualdade não tem outro fundamento." (p.58)
“Dios no se justifica. Los profetas de Israel glorifican al Señor que aniquila a generaciones enteras para crear un pueblo capaz de recibir sus dones. El mayor grado de lucidez que alcanzan los héroes de la Ilíada coincide con el aplastamiento total de la justicia”
¿¿Plutocracia troyana?? ¿Pacífica?
Ética – la ciencia de los momentos de desamparo total en que la ausencia de elección dicta la decisión. “La interioridad dura solo un instante” (Kierkegaard)
p.70 – Utilizar los recursos supremos que la desesperación le ha revelado. - Por la disciplina = un estilo de vida que perpetúe el recuerdo de los instantes de interioridad. - El vínculo que une ética-poesía (aforismo, paradoja) es infinitamente más profundo y sólido que el que lo encadena a la moral. - Atractivo de lo perecedero + sortilegio de las sensaciones = mundano ¿Pero y sí te arrancan eso?
2022 09 04
Un domingo en el que propongo pocas cosas, termino de leer a Rachel… Un ensayo sobre la Ilíada de 100 páginas donde la religión es la fuerza y la rendición la poesía… O algo así… Delicado, pero concreto. De una manera muy personal, la pianista, Rachel; nos descubre una biblia de antes de la propia Biblia, y la enlace de manera magistral con ésta. Sin terminar de leer la Odisea y habiendo leído de pasada la Ilíada… Todo concuerda, todo se enlaza, pero no me da para escribir yo y tener claras las ideas. Saber lo que uno quiere expresar y tatuarlo en un papel (o una pantalla) es un arte al alcance de pocos. Enlazando con el posfacio de Hermann Broch, porque escribir para un público, puede llegar a ser muy fácil, pero desgarrarse el coco para hacer una “obra maestra” es más difícil. Yo sigo buscando la manera de hacerlo sin matar a nadie… Y es realmente complicado. Escribir una lección de vida, mientras se narran otras vidas, otros lugares… El posfacio es muy enriquecedor, y la nota biográfica que hace Fina Birulés, también. Un ensayo provechoso, sin voluptuosidades innecesarias… Se nombra a Joyce, a Jehová, a Hitler, a Picasso… y a Aquiles, por supuesto. Dan ganas de conocer más los escritos de Rachel Bespaloff, esa gran escritora y pianista… judía, por supuesto. Esa es la única pega de todo lo descrito… Aquí leo algo de lo escribe esta señora… y hay muchas más lectoras, de todas las drogas habidas y por haber (desde Rachel, a Ortega, pasando por Murakami y Alain Finkielkraut)
Belo ensaio sobre a Ilíada. Na primeira metade Bespaloff foca na análise dos personagens em si. O primeiro capítulo dedicado a Heitor, o verdadeiro protagonista da obra, é primoroso. Na segunda metade a autora foca mais na análise intertextual, fazendo uma comparação entre o texto fundador da literatura ocidental e aquele que vai ancorar a civilização ocidental cristã, a bíblia dos gregos e a Bíblia. O último capítulo, focado estritamente nessa análise comparada, talvez seja o menos interessante. Mas antes dele tem um capítulo particularmente bonito sobre a ceia de Príamo e Aquiles em que ela contrapõe a beleza e a experiência e fala sobre o poder do silêncio.
Nonostante si legge in un pomeriggio, non è che sia un libro specialissimo. Spiega alcuni punti dell’illiade ma lo fa in modo complicato, e paragonandolo a personaggi di altri libri o alla Bibbia che difficilmente le persone conoscono. Mi ha un po’ deluso.
Artigos muito intuitivos e instigantes. Recomendo a leitura imediatamente após a Ilíada. Rachel Bespaloff dedica os primeiros 3 capítulos e o 6 capítulos aos personagens da trama. Sem dúvida são os melhores, pois a personalidade dos indivíduos é estritamente trabalhada, lançando luzes sobre aspectos que podem passar despercebidos pelo leitor desatento. O Capitulo 4 trata dos deuses e é uma crítica literária, muito influenciada pela leitura da autora sobre Nietzsche. Os capítulos restantes são estudos de literatura comparada. Em De Troia a Moscovo, Bespaloff coteja as aproximações entre a Ilíada e Guerra e Paz, de Tolstoi. Já em Fonte Antiga e Fonte Bíblica, o maior dos ensaios, são feitas aproximações entre a Bíblia e Homero, entre profetas e os legisladores romanos. Particularmente, considero o mais etéreo e fraco dos artigos. Enfim, a obra é interessante como completo à leitura de Homero, mas passa longe de ser um clássico indispensável. A biografia resumida da autora ao final do livro incita o leitor e procurar mais sobre o trabalho de Bespaloff, que possui uma escrita elegante e reflexiva, semelhante a de Simone Weil.
Nunca cessa de fascinar, a intemporalidade de um texto que nos chega da antiguidade. Aberto a múltiplas leituras, visões e análises. Apesar da enorme distância, temporal, civilizacional, cultural que nos separa dos antigos gregos, este texto continua a ter algo que nos é significativo, que o torna intrigante para cada nova geração. Este ensaio já quase centenário mostra bem isso, é uma visão comparativa entre o texto de Homero, Dostoievsky e a Bíblia, focado não numa visão abrangente, de tentativa de tudo abordar, mas na reflexão sobre personagens e detalhes desta história milenar.
Saggio breve, ma di elevata difficoltà (a mio parere), soprattutto nella seconda parte, che presuppone una conoscenza approfondita delle fonti omeriche e dell'antico Testamento. Vale comunque la pena di leggerlo per veder come funziona la mente di qualcuno che veramente "ci piglia" negli argomenti che affronta.
In certi punti può essere difficile da seguire per via della molteplicità di riferimenti però poche volte ho letto qualcosa di così illuminato, soprattutto per quanto riguarda l'analisi dei personaggi