"A História (quase) Definitiva de Monty Python" conta a trajetória do grupo, recheado de curiosidades de todos os trabalhos, e todas as vezes em que os produtores quase acabaram com a série, simplesmente porque não riam das piadas.
Esse é o primeiro - e único - livro sobre Monty Python escrito por um brasileiro.
Monty Python é um raro exemplo de liberdade criativa e de até onde ela pode chegar. Criaram um humor ácido sem ser agressivo, inteligente sem deixar de ser tolo, e não-tão-sexista, o que é muita coisa para um grupo formado de homens e que teve início em 1969. Em comparação, até recentemente a TV brasileira explorava o "humor" de humilhação, apostando na audiência fácil de bizarrices e mulheres seminuas.
O livro é cheio de detalhes, nomes e datas, mas o autor tem o cuidado de contextualizar, relembrando fatos e conectando pontos que ficariam soltos para quem não tem uma memória fotográfica.
"A missão de Monty Python era, para deleite do mundo, demolir a cinematografia heroica das lendas."
A curiosidade mais marcante é a produção do filme a Vida de Brian, que foi negado pelos grandes estúdios por suas implicações religiosas. Quem salvou a produção foi o ex-beatle George Harrison (nas palavras de Eric Idle "de longe a pessoa mais rica que qualquer um de nós conhecia"), que hipotecou a sua mansão e usou os fundos para investir nos Pythons.
A leitura cumpre o seu papel. Assim que eu fechei o livro, revi as minhas esquetes preferidas (Every Sperm Is Sacred, Witch Accusation, The Funniest Joke In The World) e joguei Worms para lançar algumas Holy Hand Grenades (referência a "Santa Granada de Mão de Antioquia").
Sensacional! Pesquisa ampla, bem organizada cujo resultado é um livro bastante completo sobre a história do grupo e curiosidades que o cercam. Obra imprescindível para os fãs de Monty Python e para aqueles que querem saber mais sobre o grupo. Leitura mais do que recomendada!