Jump to ratings and reviews
Rate this book

Cotidiano

Rate this book
O mundo não acaba com um estrondo, já sabemos por T.S. Eliot. Mas de que trama é feita esse gemido que às vezes é um final, a dissolução de algo, e às vezes é só um rumor, um ronronar interno que reverbera em cada esquina da mente e não nos deixa respirar?

Os contos, as vozes de Mariana Travacio transitam por esse limite estreito, cuja única escapatória parece se materializar nas duas caras da mesma moeda: a loucura e o esquecimento, últimas estações de uma viagem que com frequência apenas se inicia. A distância e estranheza dessas vozes as tornam perigosas; exageradamente controladas, se fundem, contudo, no exagero sem perceberem, como se retardassem algo que pode vir a resultar em uma fatalidade.

Talvez haja um traço que defina a escritura de Travacio como nenhum outro: esse traço é a angústia. E se essa angústia se volta onipresente para os seus personagens, não é porque eles distorcem a realidade, muito pelo contrário: é porque aninham em cada gesto, em cada movimento, o silencioso fluir do cotidiano.

José Maria Brindisi

194 pages, Paperback

Published January 1, 2015

1 person is currently reading
76 people want to read

About the author

Mariana Travacio

13 books80 followers
Mariana Travacio, (Rosario, 1967), creció en São Paulo y actualmente reside en Buenos Aires. Es Licenciada en psicología por la Universidad de Buenos Aires. Se desempeñó como docente en la Cátedra de Psicología Forense de la Facultad de Psicología de la Universidad de Buenos Aires. Es Magister en Escritura Creativa por la Universidad Nacional de Tres de Febrero y traductora de francés y portugués. Sus cuentos han recibido numerosos premios nacionales e internacionales y han sido publicados en revistas y antologías de Brasil, Cuba, España, Estados Unidos, Argentina y Uruguay. Ha publicado Cotidiano (Baltasara Editora, 2015; Editora Moinhos, 2019), Como si existiese el perdón (Metalúcida editora, 2016; Las afueras, 2020; Tusquets editores, 2021); Cenizas de carnaval (Tusquets editores, 2018) y Figuras infinitas, (Omashu editora, 2021). Quebrada, su próxima novela, saldrá en 2022 por Tusquets editores en Argentina y por Las afueras para España.

(Source: https://www.agenciapacourondo.com.ar/...)

Ratings & Reviews

What do you think?
Rate this book

Friends & Following

Create a free account to discover what your friends think of this book!

Community Reviews

5 stars
4 (18%)
4 stars
14 (63%)
3 stars
4 (18%)
2 stars
0 (0%)
1 star
0 (0%)
Displaying 1 - 2 of 2 reviews
Profile Image for Iris.
Author 19 books652 followers
June 20, 2021
4.5

Contos maravilhosos, super curtinho e rápido de ler. Obrigada, Argentina, pela nova safra de autoras que me fazem revirar minha própria vida um milhão de vezes 🙏🏻
Profile Image for Ivandro Menezes.
Author 5 books27 followers
January 7, 2020
Os contos de Cotidiano, como sugere o título, remete a situações comuns, corriqueiras, mas não simplórias. Guarda uma contradição generosa do quão absurdas são (ou podem ser) os pequenos gestos imperceptíveis que repetem e repetem e repetem. O ciclo infindo traz estabilidade e tédio; uma certeza incômoda que se disfarça de normalidade.

Quando deixamos de amar quem está ao nosso lado? Quando perdemos a liberdade de escolher um outro destino, uma nova realidade? Quando abandonamos a audácia e a ousadia de nos sentirmos vivos e não aprisionados ao dilema de Sísifo no contínuo nascer, crescer, reproduzir e morrer?

Mariana revela os desencontros e escreve de modo quase displicente a sedução das tramas e da vida diária, tomando-nos de assalto com cortes abruptos e coisas por concluir, sem se encerrarem, tal qual a infinita roda do cotidiano.

Em certa medida, somos nós. Cada um de nós tentando, fracassando, lidando com dilemas, continuando, fazendo a engrenagem da vida seguir no ritmo inconstante, ainda que busquemos lhe imprimir uma constante. E eis aí o assustador, o surpreendente. Talvez não queiramos ser os personagens daquelas histórias, nosso reflexo nos espelhos de uma nova casa de uma nova mulher desmemoriada (como em Construção), nossos amores joviais ou tardios, dados por ridículos, haja vista a perspectiva que ninguém foge da própria solidão.

Ao fim, resta a sensação incômoda de que a rotina, apesar de chata, burocrática e deprimente, é ainda o melhor consolo e remédio para continuarmos vivos, seguindo sem o assombro de ver-se como realmente somos.

Vale destacar o ótimo trabalho de tradução do Bruno Ribeiro e a delicadeza da capa de Sérgio Ricardo.

Ótimo livro.
Displaying 1 - 2 of 2 reviews

Can't find what you're looking for?

Get help and learn more about the design.