Foi alferes em Angola de 1961 a 1963, capitão de novo em Angola de 1965 a 1967 e também na Guiné entre 1970 e 1973, sendo um dos principais dinamizadores do movimento de contestação ao Dec. Lei nº 353/73, que deu origem ao Movimento dos Capitães e ao MFA. Era o responsável pelo sector operacional da Comissão Coordenadora do MFA e foi ele quem dirigiu as operações do 25 de Abril, a partir do posto de comando clandestino instalado no Quartel da Pontinha. Graduado em brigadeiro, foi nomeado Comandante do COPCON e Comandante da região militar de Lisboa a 13 de Julho de 1975. Fez parte do Conselho da Revolução quando este foi criado em 14 de Março de 1975. Em Maio do mesmo ano integra, com Costa Gomes e Vasco Gonçalves, o Directório, estrutura política de cúpula durante o IV e V Governos Provisórios. Conotado com a ala mais radical do MFA, viria a ser preso em consequência dos acontecimentos do 25 de Novembro. Solto três meses mais tarde, foi candidato às eleições presidenciais de 1976. Volta a concorrer às eleições presidenciais de 1980. Em 1985 foi preso na sequência do caso FP-25. Foi libertado cinco anos mais tarde, após ter apresentado recurso da sentença condenatória, ficando a aguardar julgamento em liberdade provisória. Em 1996 a Assembleia da República aprovou uma amnistia para os presos do Caso FP-25.
Um documento histórico de várias entrevistas sobre o 25 de Abril e o que se lhe sucedeu, é interessante comparar com entrevistas mais recentes e ver que Otelo mantém muitas das mesmas posições sobre as personagens históricas e eventos. Mais impressionante ainda é ver o poder do COPCON e do MFA como foi usado não em proveito próprio mas sempre com vista a implantar a democracia em Portugal.
Uma entrevista com Otelo Saraiva de Carvalho, onde se expõe, claramente, o seu papel e o seu pensamento sobre o processo revolucionário. De uma honestidade desconcertante, Otelo, que é alvo de todo o tipo de preconceitos, expõe, de forma clara, o seu papel e pensamento em relação a vários assuntos (Spínola, prisão dos ex-PIDE's, descolonização) da revolução portuguesa! Dou 5 estrelas porque tenho o maior carinho pela figura do Otelo Saraiva de Carvalho! 25 de abril, sempre!