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Enfadonhamente didático, tudo é esmiuçado em lições de vida questionáveis numa narrativa exageradamente explícita.

A linguagem objetiva da crítica de arte tradicional encontra um contraponto mágico com a crítica poética de Walmir Ayala. Seria brilhante que todos os poemas fossem ilustrados com as suas respectivas pinturas, mas como bem é explicado no Prefácio, é melhor que este exercício seja do leitor.

A historia da casinha de brinquedo. Pesada.

Todos os contos tem uma sacada boa, uma inteligência semântica, uma fluidez bacana. Tem sido ótima leitura.

Há uma sensação inicial de que o caminho explorado é muito mais o do realismo mágico que o terror em si. Pela capa e proposta, imaginei algo mais voltado para o romanceiro popular, senti muito pouco do que há de nordeste na motivação dos contos… mas logo fui entendendo que é sobre um ponto de vista e não sobre a paisagem. O conto sobre a mulher dos pés molhados me conquistou. Vamos seguindo.

O conto “Povoado Solidão” é uma das coisas mais assombrosas que já li em qualquer literatura de horror. Brilhante.

“Do outro lado da janela” é uma belezinha, daria um ótimo curta-metragem.

“Talvez todo horror, em última análise, não passe de um desamparo que implora o nosso auxílio”

Qualquer decisão pode te matar duas vezes: se não foi o que você queria, ou se foi um fracasso. Uma de duas mortes é bom o suficiente.

“Ser artista não significa calcular e contar, mas sim amadurecer como a árvore que não apressa sua seiva e enfrenta tranquila as tempestades da primavera, sem medo de que depois dela não venha nenhum verão. O verão há de vir. Mas virá só para os pacientes, que aguardam num grande silêncio intrépido, como se diante deles estivesse a eternidade”.

Exercícios de Silêncio e Breve história da Maquinidade são histórias espetaculares.