Beyond Redemption (Fevereiro/2017)

[Raquel]

Olá, e bem vindos a Fevereiro, queridos Nerds! O que estão achando do nosso livro do mês? (Não esqueçam de marcar spoilers, se houver algum!)

[Lanko]

Bom, já que fui eu que indiquei o livro, vamos começar! Eu li esse livro duas vezes ano passado.

O livro tem bastante inspiração em nomes e palavras alemãs e bascas. No começo pode parecer estranho, especialmente alguns nomes mais longos mas é bem feito e fácil de se acostumar e também diferente do usual anglo-saxão ou nórdico.

O trio de protagonistas é muito bom, e se você reparar com cuidado pode ir aos poucos percebendo um fundo de triângulo amoroso, mas de uma forma bem inesperada.

O Konig e os Doppelgangers dele são um show a parte, pra não dizer que talvez até roubem as cenas no livro.

O Morgen uma forma bem criativa de criar uma divindade ou colocá-la em ação numa história sem ser cliché ou da maneira típica como normalmente é em Fantasia.

Por fim, lembrem que os personagens são desiludidos e insanos, e só eles realmente acreditam que sabem o que estão fazendo. Então algumas vezes pode parecer que algo tá parecendo meio contraditório ou diferente do que foi descrito ou aconteceu antes, como um personagem viu uma coisa e outro outra... mas isso porque eles não batem muito bem da cabeça e às vezes parecem narradores duvidosos.

[Tanise]

Li pouco do livro até o momento, então essas são as primeiras impressões:

- Tive dificuldade nos primeiros 5-10% do livro para entender o que os personagens eram (além de quem eram e o contexto em que estavam inseridos). Passada essa primeira estranheza, o livro está fluindo bem e estou ficando cada vez mais apaixonada pelos questionamentos que o autor levanta sobre as diferentes percepções da realidade.

- Konig e seus Doppels tem sido incríveis, de longe minha parte favorita do livro.

[Raquel]

Então, eu fui agora na loja da Audible usar meu querido crédito para comprar Beyond Redemption e começar a ouvir já e... não existe em audio (ainda). :/
Vou ler no Scribd (oba, acabei de ver que tem lá!), lógico, mas gente, eu preciso dar um jeito nesse vicio de audiobook. Eu estou há quase um mês lendo Harry Potter and the Sorcerer's Stone e faço um progresso de 100 pgs por semana, no máximo (isso que estou amando, que é divertido e fofo). Mas ouvir o audiobook enquanto faço outras coisas é tão mais fácil, e se eu for verdadeira comigo mesma eu me sinto mais útil também...
Oh, well. Espero que seja um livro bem cheio de ação, daqueles que a gente quer logo virar a página pra ver o que acontece!

[Lanko]

Ah, acho que você não vai ficar desapontada, Raquel!

Tem muita coisa curiosa e bizarra demais acontecendo. Os capítulos não são longos e o autor não fica enchendo linguiça.

[Sótis]

Estou tão curiosa para lê-lo, porém devido a correria do dia-a-dia, não estou tendo tempo para nada. Não há tempo para escrever reviews e publicá-las. Nem para me dedicar a livros muito longos durante a semana.
Não sei se irei conseguir ler ainda esse mês, mas, de qualquer maneira, ele irá continuar na minha estante de to-read. Pelos comentários, deve ser excepcional.

[Raquel]

Comecei e por enquanto meus pensamentos são estes: tem bastante coisa jogada junta em uma panela, e eu não sei o que está cozinhando ainda. Mas o cheiro está bom! Achei os diálogos divertidos e os personagens irreverentes. Por enquando a coisa da manifestação das crenças ainda não está fazendo sentido pra mim, mas parece promissor. Let's see!

[Tanise]

Terminei o livro e posso dizer que gostei bastante. Achei o início meio lento e tive dificuldade para continuar na leitura, mas depois de uns 10-15% do livro, a história flui muito bem.

A minha parte preferida são os questionamentos que os personagens fazem sobre a própria realidade.

(view spoiler)[Morgen foi uma grata surpresa, achei que seria um personagem mais ingênuo e que não se mostraria um "Deus" tão vingativo ou com planos tão ambiciosos. Quero saber se ele de fato teve uma mãe ou nasceu da fé do povo de Selbsthass (desculpem se errei o nome da cidade, são nomes complicados e eu confundo um pouco).
O Afterdeath parece muito interessante e eu fico me perguntando: a crença molda esse mundo também? As pessoas são obrigadas a servir aqueles que as mataram apenas porque acreditam nisso?
Não achei que as ilusões do Konig pudessem suplantá-lo de forma tão eficaz. Fiquei chocada.
(hide spoiler)]

[Lanko]

Que bom que gostou, Tanise!

Se você adorou o Morgen tanto, na sequel ele praticamente é a estrela do livro na minha opinião. Me surpreendeu muito e promete ainda mais.
A sequel também tem uma das maneiras mais criativas que eu vi em como matar um dragão haha.

[Tanise]

Estou bem ansiosa pela sequência, Lanko.

(view spoiler)[O que eu gostei foi o desenvolvimento do Morgen. No começo, somos apresentados a uma criança ingênua, que vai se desenvolvendo rapidamente após o sequestro e se torna capaz de perceber quando está sendo manipulado. Claro que algumas atitudes nos fazem questionar a sanidade dele (o destino do Wichtig e a crença cega nas imagens que ele vê no fogo), além de suspeitar que como divindade ele será (no mínimo) problemático.

Por mais que eu tenha gostado de outros personagens, eles pareceram bastante rasos e eu espero ver algum desenvolvimento no próximo livro.

Só uma curiosidade: as imagens que o Morgen via nas chamas, ascenderam com ele e viraram deuses também? Me perdi nessa parte. (hide spoiler)]

[Lanko]

O desenvolvimento dos personagens é praticamente o foco no segundo livro, tanto que eu até reclamei um pouco que podia ter até mais ação (heresia!)

(view spoiler)[Sim... mas falharam. Não lembro como, mas falharam em ascender. Mas uma das imagens sobrevive e vira um main character muito bom, tipo um Doppel do próprio Morgen. (hide spoiler)]

[Tanise]

Heresia mesmo! :P Mas eu entendo, quando o autor foca muito em desenvolver os personagens e descrever cenários, sentimos falta de mais ação.

Obrigada pela informação escondida no spoiler :)

[Lanko]

Verdade. Por outro lado o buildup foi muito bom e quando a ação atingiu o clímax foi muito mais significativo e tenso graças a conexão estabelecida.

[Raquel]

Gente, ainda estou lendo muito devagar, mas amando cada vez mais. É o vicio do audiobook, não a falta de interesse. Estou na metade, por isso ainda não me atrevi a ver os spoilers de vocês. Mas queria colocar umas observações minhas sem muitos spoilers pra não esquecer depois:

A construção de mundo está absolutamente incrível. Não é novidade que prefiro sacrificar construção de mundo do que construção de personagem, se tiver que escolher. Mas pra mim a combinação ganhadora é quando a construção de mundo SERVE a construção dos personagens. E isso é exatamente o que acontece neste livro. A paisagem externa é legal e dá pra ter uma ideia boa do mundo físico, mas é o mundo emocional, psicológico e social que é a estrela aqui.

E tudo faz muito muito sentido psicologicamente. A ideia de que quanto mais sãos, menos poderosos eles são é muito interessante. Não sei se vocês pegaram esta ideia (que não é muito spoiler, mas vou colocar pois gostei de chegar a este pensamento sozinha e não quero prover ninguém disso) (view spoiler)[ de que o poder de cada pessoa se manifesta segundo a sua vontade, seu querer, e contraditóriamente/complementarmente seu maior medo. Os Geisteskranken querem mais que tudo ser necessários, os Slavers querem ser amados, a Gehim (esqueci como chama as pessoas que tem o poder do fogo) quer se limpar e se destruir ao mesmo tempo, os Mirrorists querem saber o futuro, os Cotardists queriam sobreviver, etc... Mas paradoxalmente (e paradoxos parecem ser o ponto principal deste livro) ter o que mais querem os fazem cada vez mais infelizes e vulneráveis. Quanto mais eles tem, mais se auto-destroem. (hide spoiler)] É um paralelo incrível com a parte doentia da mente humana. MUITO BOM!