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Sempre que me falavam de meu avô, começavam dizendo que ele “não sabia ler nem escrever”, como se sua vida e sua personalidade não pudessem ser compreendidas sem essa informação básica.
Quando voltou para casa, não quis mais trabalhar com a cultura. Era assim que ele chamava o trabalho na terra. O outro sentido de cultura, o sentido espiritual, ele considerava inútil.
Passando por lá, uma professora minha disse certa vez que a casa era bonita, “uma verdadeira casa normanda”. Meu pai achou que ela só estava querendo ser educada. Aqueles que admiravam as nossas coisas velhas, a bomba d’água no pátio, as casas normandas com viga de madeira aparente, certamente queriam nos impedir de ter o que eles já tinham, eles que eram tão modernos, com água na torneira e uma casa branca.

