ninguém morre sem ser anunciado (Portuguese Edition)

by paula gomes

não entendo por que o trabalhador gosta tanto de se fantasiar de trabalhador,

sabe aquelas crianças que os pais colocam muita pressão? nada nunca tá bom. ou então aplaudem tudo que fazem? pode apostar que elas vão viver bastante. quem vai viver pouco tem uma criação muito mais no feeling.

pensou em tudo. passa o dia todo pensando, pensa muito essa mulher.

davi do céu, estamos ferrados. vamos ser obrigados a interagir com mais duas pessoas — não falo, mas lanço um olhar significativo pra ele que significa tudo isso. impassível.

o leitor emancipado eu não sei se existe, ninguém até hoje conseguiu provar, mas o leitor irritado existe! E ele é uma criatura assustadora. Um

não sei se ele acreditava que a pessoa iria realmente chegar em casa e ouvir uma trilha sonora de um desenho japonês ou se era só uma questão de respeito com o outro, do tipo "olha, eu montei essa lista pra você e só pra você".

Ninguém checa os fatos de um documentário depois que assiste. A pessoa está assistindo um documentário justamente pra não ter o trabalho de checar os fatos.

"fazer nada" é muito relativo. hoje mesmo, antes de vir aqui pra ser ofendida gratuitamente pela gisele,

Sabe, Ana, quando você abre mão de ser uma pessoa competitiva, todo um leque emocional se abre em sua vida.

Isso é absolutamente natural. Não gostar de alguém. Pra gostar é preciso que algo raro aconteça: aquela molécula fantasma que habita a região entre ombro direito e mais ou menos a altura do olho, e serve pra guardar tudo que você gosta e, principalmente, o que não gosta, precisa ter formato, tamanho e coloração parecidos com os da molécula fantasma de outra pessoa. Mas só um pouco. Como se as circunstâncias já não fossem desfavoráveis o bastante, as duas moléculas fantasma precisam perceber que existe uma vaga semelhança ali. E então gritar ao mesmo tempo que estão de acordo.