Da Memória e da Reminiscência: (Traduzido) (ERUDIÇÃO Livro 3)

by Aristotle

quando um homem exercita a sua memória, ele sempre diz em sua mente que já ouviu, sentiu ou pensou nisso antes. A memória, portanto, não é sensação e nem juízo, mas um estado ou inclinação a uma dessas coisas, uma vez decorrido um tempo. Não pode haver memória de algo presente e no tempo presente, como já foi dito, mas a sensação refere-se ao tempo presente, a esfera ou expectativa para o que é futuro e a memória para o que é passado. Toda memória ou lembrança, portanto, implica um intervalo de tempo. Portanto, pode-se dizer que apenas os seres vivos que são conscientes do tempo se lembram e fazem isso com a parte da alma que está consciente do tempo.

Memória e tempo

a memória, mesmo a dos objetos do pensamento, implica uma imagem mental. Por essa razão, parece pertencer acidentalmente à faculdade do pensamento, mas essencialmente pertence à faculdade sensorial primária.

Memória e imagem

memória corresponde àquela parte da alma à qual a imaginação também pertence: Todas as coisas que são imagináveis são essencialmente objetos da memória, e aquelas coisas que necessariamente envolvem a imaginação são objetos de memória apenas de uma maneira acidental.

Memória e imaginação

Assim, explicamos o que é memória ou lembrança: Dissemos que é um estado produzido por uma imagem mental, referida como uma semelhança a aquela da qual é uma imagem e também explicamos a que parte de nós pertence, isto é, que pertence à faculdade sensorial primária, isto é, àquela com a qual percebemos o tempo.

Memória, imagem e tempo: resumo da parte 1

Muitas vezes acontece que você não consegue se lembrar no momento, mas pode obtê-lo através da pesquisa e acaba encontrando o que queria. Isso ocorre, iniciando muitos movimentos ou impulsos, até que finalmente se inicia uma de tal classe, que efetivamente levará ao objeto de sua busca. Porque a lembrança consiste na existência potencial, na mente, do estímulo efetivo e isto, como já foi dito, de tal maneira que o sujeito é movido ou estimulado a partir do mesmo impulso e dos demais estímulos que ele contém em si mesmo. Mas se deve assegurar o ponto de partida. Por essa razão, algumas pessoas parecem lembrar, a partir de lugares. A razão para isso é que eles passam rapidamente de uma ligação da cadeia contínua para a próxima,

Lembrar a partir de lugares, como Simonides

Lembrar difere da memória, não apenas no aspecto do tempo, mas também porque, enquanto muitos outros animais participam da memória, pode-se dizer que nenhum dos animais conhecidos, exceto o homem, pode se lembrar. Por essa razão, recordar é como uma espécie de silogismo ou inferência, pois, quando um homem se lembra, infere ou deduz o que já viu, ouviu ou experimentou algo desse tipo, e o processo de lembrar é uma espécie de busca.