Há seis anos eu residia e escrevia em Bergen e, embora não tivesse a intenção de passar o resto da vida ali, também não nutria planos de abandonar nem a cidade nem a mulher com quem vivia. Ao contrário, planejávamos ter filhos, talvez nos mudar para Oslo, onde eu escreveria alguns romances e ela continuaria sua carreira em rádio e TV. Mas o futuro que prevíamos, o qual não passava de um prolongamento do nosso presente, com sua rotina diária e refeições com amigos e conhecidos, viagens de férias e visitas a pais e sogros, tudo adornado com o sonho de ter filhos, não resultou em nada.

