Kindle Notes & Highlights
O cu, não é isso? No final das contas tudo se reduz a isso. Se eu fizesse assim com os dedos o Carlinhos caía nos meus pés e me dava o cu em público. Ou me comia o cu. Podia até ser gostoso. Daquele tamanho, deve ter um baita pau. O Carlinhos, o Paulinho, o Luizinho, todos os inhos com seus enormes chaveiros. Queria bater neles todos. Cu, cu, cu
amor é igual a sexo que é igual a cu que é igual a merda.
Amor entre homens tem sempre cheiro de merda.
Já me roubaram, qualquer dia me matam.
E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor?
Será que amor não começa quando nojo, higiene ou qualquer outra dessas palavrinhas, desculpe, você vai rir, qualquer uma dessas palavrinhas burguesas e cristãs não tiver mais nenhum sentido?
Se tudo isso, se tocar no outro, se não só tolerar e aceitar a merda do outro, mas não dar importância a ela ou até gostar, porque de repente você até pode gostar, sem que isso seja necessariamente uma perversão, se tudo isso for o que chamam de amor.
O amor só acontece quando uma pessoa aceita que também é bicho. Se amor for a coragem de ser bicho. Se amor for a coragem da própria merda. E depois, um instante mais tarde, isso sequer ser coragem nenhuma, porque deixou de ter importância. O que vale é ter conhecido o corpo de outra pessoa tão intimamente como você só conhece o seu próprio corpo. Porque então você se ama também.
A vida é apenas uma ponte entre dois nadas e tenho pressa.
somos a última geração que sabe versos.
Mas você não sente medo? – Sinto, sinto. Claro que sinto. Tenho milhões de medos. Alguns até mais graves. Medo de ficar só, medo de não encontrar, medo de AIDS. Medo de que tudo esteja no fim, de que não exista mais tempo para nada. E da grande peste.
Não existe uma tal cultura gay? E se acham todos muitos originais, muito exclusivos. Odeio guetos.
Um desamparo súbito desabando. Aquela poeira fina chovendo dos telhados cheios de cupins.

