Nova Edição de Os Cadernos Secretos de Sébastian

Está disponível a nova edição de « Os Cadernos Secretos de Sébastian ». Com nova capa e paginação, da responsabilidade do Designer Diogo Maia Caetano, e num novo formato (15,2cm x 1,8 cm x 22,9cm), o romance foi revisto, e inclui, no final, uma entrevista ao autor, e uma nota biobiliográfica.
O Romance, em formato papel, está disponível nas várias lojas da Amazon - é possível comprá-lo através da CreateSpace.
Em formato e-book está disponível, entre outras, na loja virtual da Apple, iTunes (disponível para iPhone, iPad, iPod touch e Mac), em todas as lojas da Amazon, e na Smashwords.
Sobre o autor:
André Benjamim nasceu numa pequena e pacata aldeia da província, em 1981, onde até a morte é lenta. As vicissitudes da vida obrigaram-no a deambular por diferentes destinos, primeiro para estudar, depois para tentar ter um sustento - um trabalho. É licenciado, mas isso não lhe serve para nada, ou apenas para lhe dizerem que tem qualificações a mais, quando não lhe podem dizer que a experiência é a menos. Escritor, Poeta, Blogger, Sonhador. Umas vezes empregado, a maioria das vezes desempregado, a engendrar uma forma de sobrevivência que só com muitos sobressaltos e soluços lhe têm sido possível. E muitas outras coisas. Contudo, nenhuma que lhe renda dinheiro - fama, reconhecimento, ou posição - ou outra coisa qualquer - daquelas coisas que são valorizadas nesta sociedade anti-social.  Uma "Biografia" só deve ser escrita depois de morrermos - se alguém considerar que tínhamos valor que merecesse o esforço de ser escrita - e partilhada. Uma biografia será sempre um retrato desfocado que se tira ao lado errado da pessoa retratada. A vida - a verdadeira vida de uma pessoa - está por dentro. E o lado de dentro - é como o lado escuro da lua: não existe o lado escuro da lua - na verdade, tudo é escuro. Ainda não mandou imprimir o livro de poemas & outros textos que sonha publicar, ainda não acabou de escrever um segundo romance. Ainda não sabe se já desistiu. Como se define numa palavra? Proscrito. Ainda não chegou a casa.

Sobre o Romance: Num registo alternado e em fragmentos muito diversos e centrados nas suas próprias vivências, os escritos de André e Sébastian apresentam as vivências da juventude, da auto-descoberta, da experiência do outro, dos amores secretos, da amizade e da separação, em avanços e retrocessos que constroem a trama ficcional e biográfica. Sébastian e André conhecem-se no colégio interno católico (...) reencontram-se e é iniciado o mecanismo de memória.
No final, percebe-se que a memória é accionada, sim, pelos Cadernos [Secretos] de Sébastian. -
Paulo Mendes.



Excerto:
Olhava para ela. O desejo que me acalentara e mantivera vivo realizara-se. Ela voltou para os meus braços. Mas não era a ela que eu desejava. Era a outra ela que existiu, em mim, através dela. Agora sabia que nunca poderia ser minha. Sabia que nem eu próprio me poderia entregar. Não era eu que ela queria. Era a outro que ela recriara em mim. Existimos nos outros em milhões de versões diferentes. Quantos Andrés percorrem as ruas em mim e eu não vejo? Foram outros nós – que nós desconhecíamos – que talvez se tenham amado. Continuava a desejar a mulher criada por mim em mim, num momento impreciso e sublime. Ela foi o corpo impossível no qual eu esculpi a minha obra. Mas naquele momento conhecia o embuste. Olhava para ela e sentia desejo. E repulsa. Como seria o André, meu irmão gémeo, que ela enganava? Como era o André que se debruçava sobre o seu ser, ouvindo o murmúrio vibrante dos seus lábios doces e suculentos? Inveja e raiva. Inveja. Do André que ela amava, do André amado por ela que eu queria ser, do André com o qual eu não podia competir, sob pena de ambos a perdermos. Raiva. Por a não poder transformar na imagem que usurpava o meu pensamento. Cada indivíduo é uma língua nativa, com termos muitos próprios cujos significados ímpares se perdem na tradução de um sujeito para o outro. Talvez, se me dedicasse com maior afinco, tivesse conseguido apreender a sua língua. Ouvia-a com atenção. Memorizava cada som expirado pela sua boca. E tentava decifrar-lhe o significado. Jogava com ela: pedia-lhe para me explicar o que queria dizer com o que dizia. Mas ela fartava-se depressa. Era muito impaciente... Tinha que avançar devagar. Desbravar terreno. Apalpá-lo com calma e dar pequenos passos. Avançava às escuras. Oh! Doce ilusão. Doce engano. «Talvez venha a conseguir lançar pontes entre as duas linguagens.» Dizia para mim mesmo.

Mais informações no blog Ainda que os Amantes se Percam.
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Published on September 19, 2015 10:34
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