Se é que era um peixe

Hoje levámos pela primeira vez o Melville à praia. Procurámos um lugar íntimo, só para nós, e imaginámos um cenário totalmente idílico, os dois nadando com placidez, o cão correndo para a água e deslizando ao nosso encontro, borboletas rodeando-nos aos três, numa folia benigna. Resultou no que, provavelmente, era mais razoável esperar: gritos, correrias, arranhadelas - e, no fim, de algum modo que não cheguei a perceber, o cão isolado numa ilha de rocha, trémulo de frio e de medo, mas não o suficiente para resistir ao pitéu de larvas que languesciam sobre um resto de peixe putrefacto. Felizmente, distávamos do automóvel apenas dois quilómetros de rocha irregular e escarpas. E, de qualquer maneira, a Catarina também não gostava assim tanto daquelas sandálias.


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Published on June 01, 2014 13:32
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