Já estou que não posso com isto da "mulher de jogador"

Tenho, já se sabe, uma visão particular sobre a relação entre as mulheres e o futebol. Em regra, acho que se trata de uma relação contranatura. Futebol é coisa de homens e para homens. Quando se trata da seleção, porém, descubro-me cheio de bonomia. Por mim, elas podem participar. Até nos ajudam a assimilar a ideia de conclave de nacionalidades, tão diversificados (e bonitos) são os rostos em desfile nos nossos televisores. Outra coisa é isto da mulher do jogador. Ou da namorada. Durante décadas, conhecíamos apenas meia-dúzia e olhávamos para elas ao mesmo tempo com respeito e desdém. Eram elas quem proporcionava aos nossos heróis a estabilidade necessária ao heroísmo, mas também quem lhes tirava o tapete nos momentos menos oportunos. Depois, apareceu a moda das manequins. Foi o tempo de Adrianna Karembeu, de Victoria Beckham. No fundo, significavam uma aspiração. Os nossos heróis tinham mulheres lindas e isso era mais uma razão para nós querermos ser como os nossos heróis. Nada como a banalização de agora, porém. Por esta altura, não há duas ou três. Na verdade, não há futebolista que não tenha a sua mulher-troféu, não há sopeirinha mais ou menos apetrechada de busto que não procure o seu jogador da bola e não há casamento que não pareça uma brincadeira feita à medida das revistas do coração. Isso é verdade o ano todo e é ainda mais verdade neste tempo de grandes competições internacionais. E, com franqueza, chega. Não é só a mim que vai faltando a paciência para isto, pois não?/O JOGO


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Published on June 25, 2012 03:57
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