Autor Paleolítico: Conselhos Terríveis de Escrita com um Autor da Idade da Pedra
Imagine descobrir um manuscrito literário congelado em um bloco de gelo, escrito por um autor do paleolítico. Agora imagine esse mesmo autor, recém-descongelado, dando entrevistas e distribuindo dicas de escrita como se fosse um guru literário do século 21. Foi exatamente isso que aconteceu. Nossa equipe conversou com o Escriba das Cavernas, que insiste em dizer que é pioneiro da “publicação independente em paredes de caverna”. O resultado? Conselhos tão ruins que fariam qualquer escritor moderno agradecer por nascer milênios depois. “Escreva o que você sabe” (mesmo que só saiba bater pedras) Para o Autor Troglodita, a chave de um bom livro é escrever somente sobre aquilo que você conhece. Como ele só conhece caçadas, fogueiras e pedras, todos os protagonistas de seus livros são homens das cavernas musculosos, irresistíveis e absolutamente perfeitos. Quando questionado sobre críticas de que seus personagens são “Mary Sue”, ele responde sem hesitar: “Leitor não gosta de personagem com falha. Personagem com falha lembra muito leitor. Melhor herói começar incrível e terminar ainda mais incrível”. Ponto de vista narrativo: todos sabem tudo Enquanto escritores modernos discutem narradores em primeira pessoa ou terceira pessoa limitada, o Autor Troglodita prefere outra abordagem: “Narrador deve dizer tudo. O que herói pensa, o que vilão pensa, o que galinha pensa no fundo da cena. Sem segredos para o leitor.”O resultado? Livros de mistério em que, já no primeiro capítulo, o assassino pensa em voz alta que é o culpado. Suspense, segundo o Escriba das Cavernas, é “perda de tempo”. Planejamento de enredo? Só se for na pedra lascada Perguntamos se ele é do time que planeja a história ou dos que escrevem de improviso. A resposta foi curta: “Autor Troglodita não planeja. E Autor Troglodita não tem calças.”Seu método de escrita é simples: começar com uma ideia absurda e adicionar outras ainda mais absurdas, sem nenhuma preocupação com coerência. Um de seus romances começa com um homem das cavernas que come uma galinha, que vira outra galinha, que vira um monstro de pedra, que depois se transforma em uma rocha que decide morar na Lua. O título prometia ser sobre uma garota, mas ele esqueceu de colocar a personagem principal. Detalhes. Influências literárias e processo criativo No tempo que passou no século 21, o Escriba das Cavernas garante ter estudado outros escritores, mas diz que seu maior exemplo é “um cara que escrevia muito, acreditava em deuses estranhos e nunca revisava nada”. Sua filosofia é clara: primeiro rascunho é também último rascunho. Se um agente literário sugerir revisões, a melhor solução, segundo ele, é “discutir enquanto o agente dorme com pedra na mão”. Marketing pré-histórico: como vender livros sem internet Perguntamos ao Autor Troglodita quais seriam suas estratégias de marketing. A resposta foi imediata: “Livro bom se vende sozinho. Mas, se não vender, risca propaganda na parede da caverna vizinha.”Segundo ele, alguns métodos infalíveis de divulgação incluem: Sessões de autógrafos em pedra Enquanto autores modernos sonham com noites de autógrafos em livrarias, o Escriba das Cavernas garante que não há nada como “sessão de autógrafos na pedra polida”. O fã entrega uma lasca de pedra, e ele devolve com uma assinatura feita com sangue de javali. “Muito mais pessoal e inesquecível”, ele garante. Distribuição de exemplares: ossos e favores Em vez de vender exemplares, o Autor Troglodita prefere trocar livros por ossos raros, frutas secas ou favores caçadores. Perguntamos como ele mede o sucesso das vendas. Ele explicou: “Um livro de sucesso é quando pilha de ossos na frente da caverna fica tão alta que bloqueia a entrada.” Conclusão: péssimos conselhos, ótimas risadas No fim, o Autor Troglodita deixa claro que sua missão é inspirar novos escritores a abandonarem regras chatas como coerência, suspense e revisão. Para ele, literatura é como pintura rupestre: basta riscar na parede e esperar que alguém goste.Talvez suas dicas sejam realmente terríveis para autores modernos, mas não dá para negar que sua sinceridade é pré-histórica e, de certa forma, refrescante.
Published on October 08, 2025 01:42
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