Ai, que não tardam aí as tecnologias do Rui Santos


Perguntamos: "Para que gaita servem os árbitros de baliza?". E perguntamos bem, porque como nos mostrou o Inglaterra-Ucrânia os erros de arbitragem são possíveis mesmo com eles, e inclusive na matéria a que eles deveriam dar mais atenção (a linha de baliza). O pior é que, com o fracasso concretizado, o próximo passo há-de ser a tal coisa da "tecnologia de baliza". O Rui Santos ficará contentíssimo, claro. Já eu acho que o futebol tornará a perder um pouco mais do seu encanto. Primeiro, porque a linha de golo não é o principal palco dos equívocos de arbitragem (muito mais drama têm os penáltis e os foras-de-jogo), o que causará uma falsa ilusão de blindagem ao erro. Depois porque, no dia em que o jogo for tão transparente que não deixe espaço à dúvida, restará o quê? Futebol é debate, mais do que qualquer outra coisa. É discussão, acusação, insulto. Tanto quanto me parece, já há demasiada transparência nele – e, naturalmente, demasiada tecnologia também. Há câmaras, microfones, altifalantes. Há comentadores, especialistas, pivôs. Encontrar alguma coisa sobre a qual ainda haja dúvidas já é um suplício. Resta-nos o árbitro. E eu não quero vê-lo substituído por uma máquina. Quero dar um nome à minha frustração – e quero que esse nome seja o de um homem.

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Published on June 19, 2012 14:02
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