Olhe para o céu

Ainda que eu levantasse as mãos para o céu,

não poderia alcançar as nuvens,

tão altas, impossíveis,

elas se desfazem diante do meu desejo;

são como sonhos alados

que voam tão logo reconheço suas formas;

dou nomes a elas,

sorrio para mostrar que estou feliz

e que, apesar de não tocar a maciez líquida,

atinjo todas com minha visão;

são anseios furtivos que choverão no fim da tarde,

anunciando o novo ciclo,

me direcionando para o horizonte,

reconhecendo em si mesmas o valor

daquilo que é vívido e passageiro

como a vida, a estação

eu e o tempo,

inalcançáveis, todos nós,

mas visíveis para quem presta atenção.

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Published on September 13, 2019 17:52
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Igor Marcondes
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