Deana Barroqueiro's Blog: Author's Central Page, page 33
February 28, 2015
Nova Edição de "O Espião de D. João II - Pêro da Covilhã
Está já no prelo a nova edição, revista e aumentada, de
O Espião de D. João II - Pêro da Covilhã
, desta vez com a chancela da Leya - Casa das Letras.Já era muito raro achar nas livrarias um exemplar da versão anterior, publicada pela editora Ésquilo, e muitos leitores me perguntaram por ele, assim, estou muito feliz por o ver aparecer com novas roupagens e mais completo.
Ainda não tem data marcada para o seu aparecimento, mas os leitores serão informados logo que a editora indique o dia em que o livro já seguiu para as livrarias.
Algumas críticas na imprensa:
Em seis anos, Deana Barroqueiro tornou-se uma perita no romance histórico. Iniciada na escrita juvenil ao longo da década de 90, operou, já este século, a passagem para a dificílima arte da escrita do romance histórico, constituindo-se hoje, com mais de 2 000 páginas publicadas e, sobretudo, com a recente edição de O Corsário dos Sete Mares. Fernão Mendes Pinto, um dos mais singulares autores neste género literário. (Miguel Real – JL)
Com base nos testemunhos tradições e documentos coevos, a autora faz uma descrição minuciosa e rigorosa da viagem (de Pêro da Covilhã) … não se limita, porém, à descrição fria dos acontecimentos, concede densidade dramática aos momentos mais marcantes da narrativa. A um tempo, estamos perante os exemplos vivos quer do participante activo na empresa dos descobrimentos portugueses (no lado, algo inesperado, da preparação das navegações e da espionagem terrestre, bem diferente das histórias trágico-marítimas), quer da aventura em estado puro, que a autora inteligentemente explora com conhecimento e verosimilhança. Trata-se, no fundo, para usar uma metáfora medieval, quase de uma demanda mística que só pode ter paralelo na busca do Graal. Esta é a melhor homenagem que pode ser feita a Pêro da Covilhã, cuja memória parece ir-se desvanecendo, apesar da sua importância fundamental... Guilherme de Oliveira MartinsA Vida dos Livros – Centro Nacional de Cultura(Artigo publicado também num jornal da Beira)http://e-cultura.sapo.pt/Artigo.aspx?ID=200
Published on February 28, 2015 07:18
O vídeo de Zeinal, gestor sem memória: "Não atuei, não li, não fiz nada"
Seis horas de audição em menos de cinco minutos. Zeinal Bava esteve esta semana na comissão de inquérito ao colapso do Grupo Espírito Santo e levou os deputados à perplexidade. Veja porquê.
O antigo presidente da Portugal Telecom e da Oi foi esta quinta-feira ouvido durante cerca de seis horas pelos deputados da comissão de inquérito. A maior parte das perguntas destinou-se a querer saber as relações entre a PT e o BES, bem como as razões, métodos e intervenientes da compra de papel comercial do Grupo Espírito Santo, que acabaram por contagiar a PT de forma irreversível.
Zeinal Bava respondeu, segundo os deputados, muitas vezes de forma insatisfatória, explicando com falta de conhecimento, de intervenção ou de memória a sua não intervenção no processo e a sua relação com Ricardo Salgado. Isso levou os deputados a diversas intervenções críticas.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/o-video-de-ze...
O antigo presidente da Portugal Telecom e da Oi foi esta quinta-feira ouvido durante cerca de seis horas pelos deputados da comissão de inquérito. A maior parte das perguntas destinou-se a querer saber as relações entre a PT e o BES, bem como as razões, métodos e intervenientes da compra de papel comercial do Grupo Espírito Santo, que acabaram por contagiar a PT de forma irreversível.
Zeinal Bava respondeu, segundo os deputados, muitas vezes de forma insatisfatória, explicando com falta de conhecimento, de intervenção ou de memória a sua não intervenção no processo e a sua relação com Ricardo Salgado. Isso levou os deputados a diversas intervenções críticas.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/o-video-de-ze...
Published on February 28, 2015 03:41
Mulheres para editar a Wikipédia, procuram-se
Editar no feminino e em português e levar cada vez mais mulheres a introduzir informação na Wikipédia é o objetivo de um encontro a realizar em Lisboa e em muitas outras cidades do mundo. "Falta de participação feminina na produção gera uma distorção nos conteúdos disponíveis."
Anabela Natário | 19:45 Sexta feira, 27 de fevereiro de 2015
Cartaz do o encontro de edição colectiva Arte e Feminismo & WikiD - Edit a Thon Lisboa 2015 Lisboa é um dos 75 locais, em três continentes, onde vai ser assinalado um acontecimento mundial, no fim de semana de 7 e 8 de março. Na Universidade Lusófona, acontece "Arte e Feminismo & WikiD - Edit a Thon Lisboa 2015", que tem como principal objetivo "minimizar a quase ausência de mulheres editoras a publicar na Wikipédia, com foco para as temáticas sobre arte, feminismo e arquitetura".
A razão deste "evento satélite" do "Art+Feminism Edit-a-Thon", que decorre no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque em conjunto com o WikiD - Women Wikipedia Design, organizado pelo coletivo ArchiteXX, prende-se com o facto de um grupo de mulheres portuguesas querer despertar as cidadãs e levá-las a ajudar a inverter a falta de informação feminina.
Em Portugal, o acontecimento tem a sua originalidade, já que junta duas ações internacionais distintas, como diz ao Expresso Patrícia Pedrosa, uma das organizadoras. O fim é o mesmo, pôr mais mulheres na Wikipédia, mas une duas áreas disciplinares distintas, a arquitetura e as artes.
A arquiteta e professora universitária estava a montar a Wiki da arquitetura no feminino, "por interesse académico e ativismo pessoal", quando "tropeçou" na iniciativa da produtora Marta Raquel Fonseca e da professora e artista norte-americana Maile Colbert (mencionamos estes três nomes mas a escala é maior), que pretendiam realizar a Wiki para as artes também no feminino, mas debatiam-se com o problema do espaço físico.
"O mais importante é montar as redes, com estratégia, entranhando e enraizando...", frisa a académica, entusiasmada com mais este projeto, já que também está a organizar, para o final de março, o 2º Congresso Internacional de Arquitetura e Género.
Mais mulheres na net, mas poucas a editar
Um estudo de 2011 indica que o número de mulheres a contribuir para a Wikipédia estava a subir. E o objetivo dos fundadores desta enorme enciclopédia online era chegar aos 25%. Mas a realidade é que 91% dos editores são homens e o problema é que "a falta de participação feminina na produção gera uma distorção nos conteúdos disponíveis".
Trata-se de uma situação curiosa se se tiver em conta outros estudos, mais alargados, que indicam que as mulheres passam mais tempo a navegar na web do que os homens. Porque será que não se interessam por editar conteúdos na Wikipédia? É que esta falta de mão feminina representa, segundo a organização, "uma ausência alarmante na construção deste repositório de partilha de conhecimento cuja importância é cada vez maior".
A união de vontades ("é a única Wiki que junta as duas ações - num país pequeno como o nosso, o que temos é de juntar esforços", diz Patrícia Pedroso) vai resultar num encontro no próximo dia 7, na Universidade Lusófona, em Lisboa, com a manhã dedicada a uma "lição" sobre como editar na Wikipédia e a tarde para "trabalhar, trabalhar", isto é, "fazer entradas" em língua portuguesa sobre mulheres ligadas à arquitetura e às artes, sejam elas portuguesas ou estrangeiras. Neste último caso podem até ser traduções de artigos já existentes na enciclopédia online.
Para Pedrosa, o encontro duplo Wiki em Lisboa, apesar de ainda não se ter concretizado, já conta algo diferente: "Foi juntar, ao contrário do que se faz, que é separar, compartimentar, pôr de costas. O que nós queremos é rede, informação a circular. E de qualidade, sustentada pela academia, porque esta sabe fazer as coisas. É a mistura entre ativismo, visibilidade e academia".
As inscrições para a iniciativa "duas em uma" estão abertas até dia 5 de março, bastando para o efeito enviar um mail para editathonlx@gmail.com.
Anabela Natário | 19:45 Sexta feira, 27 de fevereiro de 2015
Cartaz do o encontro de edição colectiva Arte e Feminismo & WikiD - Edit a Thon Lisboa 2015 Lisboa é um dos 75 locais, em três continentes, onde vai ser assinalado um acontecimento mundial, no fim de semana de 7 e 8 de março. Na Universidade Lusófona, acontece "Arte e Feminismo & WikiD - Edit a Thon Lisboa 2015", que tem como principal objetivo "minimizar a quase ausência de mulheres editoras a publicar na Wikipédia, com foco para as temáticas sobre arte, feminismo e arquitetura". A razão deste "evento satélite" do "Art+Feminism Edit-a-Thon", que decorre no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque em conjunto com o WikiD - Women Wikipedia Design, organizado pelo coletivo ArchiteXX, prende-se com o facto de um grupo de mulheres portuguesas querer despertar as cidadãs e levá-las a ajudar a inverter a falta de informação feminina.
Em Portugal, o acontecimento tem a sua originalidade, já que junta duas ações internacionais distintas, como diz ao Expresso Patrícia Pedrosa, uma das organizadoras. O fim é o mesmo, pôr mais mulheres na Wikipédia, mas une duas áreas disciplinares distintas, a arquitetura e as artes.
A arquiteta e professora universitária estava a montar a Wiki da arquitetura no feminino, "por interesse académico e ativismo pessoal", quando "tropeçou" na iniciativa da produtora Marta Raquel Fonseca e da professora e artista norte-americana Maile Colbert (mencionamos estes três nomes mas a escala é maior), que pretendiam realizar a Wiki para as artes também no feminino, mas debatiam-se com o problema do espaço físico.
"O mais importante é montar as redes, com estratégia, entranhando e enraizando...", frisa a académica, entusiasmada com mais este projeto, já que também está a organizar, para o final de março, o 2º Congresso Internacional de Arquitetura e Género.
Mais mulheres na net, mas poucas a editar
Um estudo de 2011 indica que o número de mulheres a contribuir para a Wikipédia estava a subir. E o objetivo dos fundadores desta enorme enciclopédia online era chegar aos 25%. Mas a realidade é que 91% dos editores são homens e o problema é que "a falta de participação feminina na produção gera uma distorção nos conteúdos disponíveis".
Trata-se de uma situação curiosa se se tiver em conta outros estudos, mais alargados, que indicam que as mulheres passam mais tempo a navegar na web do que os homens. Porque será que não se interessam por editar conteúdos na Wikipédia? É que esta falta de mão feminina representa, segundo a organização, "uma ausência alarmante na construção deste repositório de partilha de conhecimento cuja importância é cada vez maior".
A união de vontades ("é a única Wiki que junta as duas ações - num país pequeno como o nosso, o que temos é de juntar esforços", diz Patrícia Pedroso) vai resultar num encontro no próximo dia 7, na Universidade Lusófona, em Lisboa, com a manhã dedicada a uma "lição" sobre como editar na Wikipédia e a tarde para "trabalhar, trabalhar", isto é, "fazer entradas" em língua portuguesa sobre mulheres ligadas à arquitetura e às artes, sejam elas portuguesas ou estrangeiras. Neste último caso podem até ser traduções de artigos já existentes na enciclopédia online.
Para Pedrosa, o encontro duplo Wiki em Lisboa, apesar de ainda não se ter concretizado, já conta algo diferente: "Foi juntar, ao contrário do que se faz, que é separar, compartimentar, pôr de costas. O que nós queremos é rede, informação a circular. E de qualidade, sustentada pela academia, porque esta sabe fazer as coisas. É a mistura entre ativismo, visibilidade e academia".
As inscrições para a iniciativa "duas em uma" estão abertas até dia 5 de março, bastando para o efeito enviar um mail para editathonlx@gmail.com.
Published on February 28, 2015 03:25
February 12, 2015
3 anos de Actividade Solar em 3 minutos | Ciências Gerais via NASA
A NASA está a celebrar os cinco anos do lançamento de um veículo espacial que tinha como objectivo observar o Sol. Agora a agência publicou dois vídeos que revelam detalhes do astro.A Solar Dynamics Observatory está de parabéns. Foi há cinco anos que o observatório espacial foi
enviado para o espaço e consigo levou sensores, câmaras e telescópios com uma única missão: observar o Sol.
Desde o princípio de 2010, a NASA utilizou a Solar Dynamics Observatory para tentar captar uma imagem a cada segundo que passava. O arquivo, com um tamanho de 2.600 terabytes, carrega já 200 milhões de fotografias, algo que levou à publicação de mais de dois mil artigos científicos sobre o "astro rei", diz a CNET.
Para celebrar o aniversário, a NASA divulgou dois vídeos da estrela principal do Sistema Solar. Um desses vídeos é em time lapse, e resulta de um conjunto de imagens captadas a cada oito horas e que
ilustra os últimos cinco anos de vida do sol em menos de três minutos.
Com o passar da investigação foi possível captar labaredas solares, ejeções de massa coronal (erupções de gás provenientes da coroa solar) e outros momentos que marcaram a história do Sol ao longo dos últimos cinco anos.
Published on February 12, 2015 06:07
February 3, 2015
"Estado Islâmico" divulga vídeo em que queima vivo piloto jordano
A barbárie irracional e blasfema do auto-proclamado "Estado Islâmico". Finalmente começa-se a ouvir as vozes dos soberanos e presidentes do mundo islâmico contra estes terroristas. A meu ver demasiado tarde, mas mais vale tarde do que nunca: Trata-se do piloto-aviador jordano que caiu em território sírio a 24 de dezembro. Forças Armadas da Jordânia confirmam a autenticidade do vídeo. Expresso |16:59 Terça feira, 3 de fevereiro de 2015
Um vídeo divulgado esta terça-feira por militantes do auto-denominado "Estado Islâmico" mostra alegadamente o piloto-aviador jordano Moaz al-Kasasbeh, 26 anos, a ser queimado vivo. No vídeo é possível ver um homem numa jaula envolto em chamas.
Segundo a agência Reuters, o Estado-Maior das Forças Armadas jordanas já terá informado a família de Moaz al-Kasasbeh da sua morte. A televisão pública da Jordânia avança que a execução do piloto terá acontecido a 3 de janeiro, apesar de o vídeo ter sido divulgado esta terça-feira.
O tenente Moaz al-Kasasbeh foi capturado a 24 de dezembro depois de o F-16 por si pilotado ter caído em Raqqa, no norte da Síria. O militar cumpria uma missão no âmbito da coligação internacional contra o Estado Islâmico, liderada pelos Estados Unidos.
A Jordânia tentou, sem sucesso, negociar a libertação do piloto, propondo trocar Moaz al-Kasasbeh por Sajida al-Rishawi , uma mulher bombista suicida condenada à morte pelo envolvimento no ataque a um hotel em Amã, em 2005.
O vídeo divulgado esta terça-feira, com 22 minutos e 34 segundo, foi colocado inicialmente numa conta na rede social Twitter, entretanto bloqueada, usada habitualmente pela máquina de propaganda do auto-denominado Estado Islâmico. Foi realizado ao estilo de um documentário, onde nos primeiros 16 minutos é possível ver o piloto jordano a caminhar entre destroços de alegados bombardeamentos da coligação internacional.
Um vídeo divulgado esta terça-feira por militantes do auto-denominado "Estado Islâmico" mostra alegadamente o piloto-aviador jordano Moaz al-Kasasbeh, 26 anos, a ser queimado vivo. No vídeo é possível ver um homem numa jaula envolto em chamas. Segundo a agência Reuters, o Estado-Maior das Forças Armadas jordanas já terá informado a família de Moaz al-Kasasbeh da sua morte. A televisão pública da Jordânia avança que a execução do piloto terá acontecido a 3 de janeiro, apesar de o vídeo ter sido divulgado esta terça-feira.
O tenente Moaz al-Kasasbeh foi capturado a 24 de dezembro depois de o F-16 por si pilotado ter caído em Raqqa, no norte da Síria. O militar cumpria uma missão no âmbito da coligação internacional contra o Estado Islâmico, liderada pelos Estados Unidos.
A Jordânia tentou, sem sucesso, negociar a libertação do piloto, propondo trocar Moaz al-Kasasbeh por Sajida al-Rishawi , uma mulher bombista suicida condenada à morte pelo envolvimento no ataque a um hotel em Amã, em 2005.
O vídeo divulgado esta terça-feira, com 22 minutos e 34 segundo, foi colocado inicialmente numa conta na rede social Twitter, entretanto bloqueada, usada habitualmente pela máquina de propaganda do auto-denominado Estado Islâmico. Foi realizado ao estilo de um documentário, onde nos primeiros 16 minutos é possível ver o piloto jordano a caminhar entre destroços de alegados bombardeamentos da coligação internacional.
Published on February 03, 2015 17:53
February 1, 2015
Os Contos da Carochinha de Passos Coelho
Hoje vou misturar a política com a música, porque "música" (de muito má qualidade) é a que nos tem dado o nosso Primeiro Ministro Passos Coelho, o "bom aluno" de Angela Merkel e lacaio da Troika. A propósito das promessas que fez ao país, para ser eleito, lembrei-me da canção "Parole, Parole" (Palavras, Palavras) do duo Mina e Alberto Lupo. Vejam como ele promete e como ela (metáfora da nação) já não se deixa enganar. Mas não deixem de ler o "Conto para crianças", de Passos Coelho, que a jornalista compilou. De facto os nossos governantes tratam-nos como crianças ou deficientes mentais. E um "VIVA" ao povo grego que deu uma licão de DEMOCRACIA a esta Europa que perdeu o rumo.
Não existirpor FERNANDA CÂNCIO30 janeiro 2015Baixar os impostos, aumentar rendimentos e ainda assim não ter nenhum problema com isso. É um conto de crianças. Não existe." Passos, sobre vitória do Syriza nas eleições gregas, 26/1/15
"Se formos governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português." Passos, presidente do PSD, 2/5/11
"Garanto que não financiaria a redução do défice recorrendo, sobretudo, aos salários dos funcionários públicos." Passos, presidente do PSD, 4/10/10
"O PSD não viabilizará um Orçamento que estrangule a nossa capacidade de crescer e que onere ainda mais os portugueses no pagamento de impostos." Passos, presidente do PSD, 10/10
"A haver algum ajustamento que seja necessário fazer, será mais por via dos impostos sobre o consumo do que do rendimento das pessoas através dos impostos ou através de cortes salariais ou das pensões." Passos, presidente do PSD, 24/3/11
"Em relação ao aumento das receitas fiscais, o esforço será feito sem aumento de impostos, baseando-se na melhoria da eficácia da administração fiscal, do combate à economia informal e à fraude e evasão fiscal, o que permitirá um alargamento da base tributável." Programa eleitoral do PSD, 8/5/11
"O aumento de impostos que já está previsto no documento que assinámos com a troika da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional já é mais do que suficiente." Passos, presidente do PSD, 5/11
"Desenganem-se aqueles que queiram ver [nisto] um instrumento de populismo, uma cedência à demagogia ou uma listagem de promessas fáceis. O que deixamos à apreciação e ao escrutínio dos portugueses resiste a qualquer teste de avaliação ou credibilidade. Tudo o [que] se propõe foi estudado, testado e ponderado." Programa eleitoral do PSD, 8/5/11
"Os funcionários públicos vão ser chamados a pagar uma parte significativa do esforço. Eles e os pensionistas. As medidas aplicadas aos trabalhadores do Estado e pensionistas são extremamente pesadas, mas não há alternativa." Passos, 25/10/11
"Ninguém impõe aos governos seja o que for, os países escolhem os seus caminhos." Passos, sobre vitória do Syriza, 26/1/15
"O princípio que rege este governo em matéria de austeridade é este: garantir que os objetivos que foram traçados na assistência internacional serão alcançados para permitir que o prestígio do país seja recuperado." Passos, 11/5/2012
"Fomos eleitos para cumprir programa de assistência. É o que estamos a fazer." Passos, 5/6/13
"Há necessidade de reintroduzir a autenticidade no debate político, privilegiando a substância do pensamento e da análise à forma da comunicação e submetendo as soluções apresentadas aos valores em que acreditamos." Passos, presidente do PSD, livro Mudar, 1/10
Não existirpor FERNANDA CÂNCIO30 janeiro 2015Baixar os impostos, aumentar rendimentos e ainda assim não ter nenhum problema com isso. É um conto de crianças. Não existe." Passos, sobre vitória do Syriza nas eleições gregas, 26/1/15
"Se formos governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português." Passos, presidente do PSD, 2/5/11
"Garanto que não financiaria a redução do défice recorrendo, sobretudo, aos salários dos funcionários públicos." Passos, presidente do PSD, 4/10/10
"O PSD não viabilizará um Orçamento que estrangule a nossa capacidade de crescer e que onere ainda mais os portugueses no pagamento de impostos." Passos, presidente do PSD, 10/10
"A haver algum ajustamento que seja necessário fazer, será mais por via dos impostos sobre o consumo do que do rendimento das pessoas através dos impostos ou através de cortes salariais ou das pensões." Passos, presidente do PSD, 24/3/11
"Em relação ao aumento das receitas fiscais, o esforço será feito sem aumento de impostos, baseando-se na melhoria da eficácia da administração fiscal, do combate à economia informal e à fraude e evasão fiscal, o que permitirá um alargamento da base tributável." Programa eleitoral do PSD, 8/5/11
"O aumento de impostos que já está previsto no documento que assinámos com a troika da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional já é mais do que suficiente." Passos, presidente do PSD, 5/11
"Desenganem-se aqueles que queiram ver [nisto] um instrumento de populismo, uma cedência à demagogia ou uma listagem de promessas fáceis. O que deixamos à apreciação e ao escrutínio dos portugueses resiste a qualquer teste de avaliação ou credibilidade. Tudo o [que] se propõe foi estudado, testado e ponderado." Programa eleitoral do PSD, 8/5/11
"Os funcionários públicos vão ser chamados a pagar uma parte significativa do esforço. Eles e os pensionistas. As medidas aplicadas aos trabalhadores do Estado e pensionistas são extremamente pesadas, mas não há alternativa." Passos, 25/10/11
"Ninguém impõe aos governos seja o que for, os países escolhem os seus caminhos." Passos, sobre vitória do Syriza, 26/1/15
"O princípio que rege este governo em matéria de austeridade é este: garantir que os objetivos que foram traçados na assistência internacional serão alcançados para permitir que o prestígio do país seja recuperado." Passos, 11/5/2012
"Fomos eleitos para cumprir programa de assistência. É o que estamos a fazer." Passos, 5/6/13
"Há necessidade de reintroduzir a autenticidade no debate político, privilegiando a substância do pensamento e da análise à forma da comunicação e submetendo as soluções apresentadas aos valores em que acreditamos." Passos, presidente do PSD, livro Mudar, 1/10
Published on February 01, 2015 03:13
January 29, 2015
Três países lusófonos partilham repressão e corrupção
Human Rights Watch. Foto: RRAngola, Brasil e Guiné Equatorial apontados no relatório da organização de direitos humanos, divulgado esta quinta-feira, no Líbano, no qual se analisa a situação em mais de 90 países. Angola, Brasil e Guiné Equatorial, os três países da comunidade lusófona analisados no mais recente relatório da Human Rights Watch (HRW) , têm em comum registos de corrupção e repressão, em maior ou menor grau.No 25º relatório anual da HRW, divulgado esta quinta-feira, no Líbano, a organização de direitos humanos analisa as práticas em mais de 90 países e sublinha que a corrupção, a má governação e a repressão governamental em Angola assumem "proporções catastróficas".
Destacando que Angola tem um "poder influente em África", a organização considera que o regime do Presidente José Eduardo dos Santos enfrenta "um crescente criticismo", mas lamenta que quem faz negócios em Luanda tenha "em muito pouca consideração o mau registo do país em matéria de governação e direitos humanos".
A HRW destaca que as autoridades angolanas "intensificaram as medidas repressivas, restringindo a liberdade de expressão, associação e reunião", lembrando que o Governo angolano tem visado jornalistas e activistas com processos em tribunal, detenções arbitrárias, intimidação, perseguição e vigilância.
A organização identifica ainda outros abusos, entre os quais o novo adiamento das muito adiadas eleições municipais, os "despejos forçados" em Luanda e o "afastamento violento dos comerciantes de rua, incluindo mulheres grávidas e com filhos".
Sobre o Brasil, a organização começa por salientar que "está entre as democracias globais e regionais mais influentes", que, "nos últimos anos, tem mostrado ser uma voz crescentemente importante nos debates internacionais". Porém, a imagem externa é melhor do que a prática interna, assinala o relatório, observando que existem "sérios desafios de direitos humanos", incluindo tortura e maus-tratos, e também vários casos de corrupção.
Os abusos policiais, a sobrelotação prisional e os gangues criminosos são "problemas significativos em muitas cidades brasileiras", menciona.
"Corrupção, pobreza e repressão continuam a ser uma praga na Guiné Equatorial", sentencia a HRW, recordando que o regime de Teodoro Obiang tem apostado em "melhorar a imagem" externa, apoiado em apoios internacionais como a adesão à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
A HRW denuncia a "má utilização de fundos públicos" e a concentração do poder e da riqueza nas mãos de "uma pequena elite que rodeia o Presidente", ao mesmo tempo que "uma grande parte da população continua a viver na pobreza".
Tortura, detenção arbitrária e julgamentos parciais são abusos comuns na Guiné Equatorial, denuncia a organização.
Published on January 29, 2015 09:15
Unicef alerta para uma nova geração de crises humanitárias
Organização estima que vai precisar de mais de três mil milhões de euros para ajudar 62 milhões de crianças. A Unicef precisa de 3,1 mil milhões de dólares para poder ajudar 62 milhões de crianças. A organização das Nações Unidas para a infância lançou um apelo onde reconhece que este valor é o maior de sempre, representando um salto de mil milhões de dólares nas necessidades de financiamento.
“Desde catástrofes naturais mortíferas até aos conflitos brutais e epidemias galopantes, as crianças do mundo estão perante uma nova geração de crises humanitárias,” afirmou Afshan Khan, directora dos programas de emergência da Unicef.
“Quer cheguem às manchetes quer aconteçam longe dos olhares, as emergências provocadas por fracturas sociais, alterações climáticas e doenças estão a atormentar as crianças de maneiras nunca antes vistas”, lê-se no comunicado.
A nota enviada à imprensa recorda que mais de uma em cada dez crianças no mundo – ou seja 230 milhões – vivem actualmente em países e zonas afectadas por conflitos armados.
A Unicef explica onde pretende gastar o dinheiro. “A maior fatia do apelo destina-se à Síria e respectiva sub-região. A organização está a pedir 903 milhões de dólares para a resposta regional a fim de proteger as crianças em risco e prestar assistência crucial, nomeadamente através da imunização, água potável e saneamento, e educação”, referem.
Published on January 29, 2015 08:58
January 22, 2015
O que somos quando somos Charlie
Não é a vida que é uma história contada por um idiota, cheia de som e de fúria, e desprovida de significado. É o facebook. Apesar de não ter facebook, vou acompanhando o som e a fúria através das reacções das pessoas que têm. No caso do Charlie Hebdo, contei quatro fases de agitação sonora e furiosa, a saber:
1. Eu sou Charlie;
2. Eu sou mais Charlie do que tu;
3. Eu era Charlie, mas não quero ser Charlie com quem não é Charlie;
4. Eu não sou Charlie.
A primeira reacção é previsível e normal. Morreram doze pessoas por causa da publicação de desenhos satíricos. Parece--me natural que pessoas decentes se solidarizem com as vítimas de um crime destes, indo ao ponto de lhes tomarem a identidade. Até eu, que sou decente apenas se não puder evitá-lo, o fiz. Confesso que nunca comprei o Charlie Hebdo, nunca o referi como referência humorística e nem sou apreciador do jornal. Ao que tenho visto, sou o único. Ainda assim, disse - e repito: eu sou Charlie. Posso fazê-lo? Posso, posso. Não preciso de ter a assinatura do jornal em dia. De igual modo, em Setembro de 2001, quando dissemos "somos todos americanos", ninguém veio pedir-nos o passaporte. Se para ser Charlie é necessário ter a coragem dos cartunistas que morreram, então ninguém no mundo está habilitado a ser Charlie - tirando, talvez, Salman Rushdie e mais duas ou três pessoas.
Também por isso, a segunda fase foi muito divertida. Consistiu num campeonato para apurar quem é mais Charlie. Alguns auto-investidos Charlies reclamaram-se proprietários do luto, herdeiros de um legado que aliás desconhecem e porta-estandartes de uma coragem que não têm nem precisam de ter. Estes Charlies gritaram que só não eram Charlies praticantes porque os poderes instituídos não deixam, recusando-lhes o acesso aos meios de comunicação social. Não lhes ocorreu que o Charlie Hebdo não contava com os poderes instituídos para nada. E que não têm o direito inalienável ao acesso aos meios de comunicação social. E que há uma diferença bastante sensível entre não ter acesso aos media e ser executado com um tiro na nuca. E que é feio aproveitar a morte de 12 desgraçados para tentar arranjar um emprego. E que, hoje em dia, nada os pode impedir de se exprimirem e serem plenamente Charlies na internet, por exemplo.
A terceira fase foi a dos hipsters do Charlie. Isto de sermos Charlie foi giro no início, mas agora está muito visto. É uma solidariedade à condição, que vai diminuindo à medida a que a dos outros aumenta. E essa fase abriu caminho para a última, que fechou o ciclo. Agora é cada vez mais frequente a declaração "Não sou Charlie". Jean Marie Le Pen foi dos primeiros: "Não sou Charlie porque eles eram anarco-trotskistas e eu não sou." Para que Le Pen se identifique com as vítimas, temos de esperar até que os terroristas matem um cartunista idiota.
Published on January 22, 2015 04:36
A geração da Jihad
São cada vez mais e mais novos. E tiram o sono aos políticos, aos polícias e aos espiões, que não sabem como os controlar Filipe Fialho (texto publicado na VISÃO, de 15 de janeiro)
Quer saber como fabricar uma bomba em casa, num simples alguidar e só com os detergentes que tem na despensa? Como tornar um simples telemóvel num incrível detonador de um engenho explosivo? Quais os melhores ingredientes para aumentar a potência destruidora de um mero petardo? Como converter um carro num instrumento mortal para levar a cabo um atentado numa zona urbana e cheia de peões? Qual o melhor lugar a bordo de um avião para concretizar uma missão suicida? A resposta a estas questões e a muitas outras de idêntico teor podem ser lidas nas revistas Inspire e Dabiq. Ambas podem ser encontradas sem grande dificuldade na internet - sobretudo nas suas edições em inglês - e ambas são autênticos e inestimáveis manuais de aprendizagem para terroristas. A primeira, cujo primeiro número data de janeiro de 2010, é o órgão oficial da Al Qaeda e respetivas filiais - seja no Magrebe e na África Oriental, seja na Península Arábica. O seu título é inspirado num versículo do Corão e é suposto retratar o espírito de luta dos verdadeiros crentes.

A segunda publicação, aparecida em julho de 2014, dá voz ao autoproclamado Estado Islâmico (EI) ou Daesh (acrónimo em árabe), o movimento que pretende instaurar um califado na Síria e no Iraque. Dabiq é também o nome de uma cidade síria - no norte do país - onde muitos muçulmanos acreditam que se travará a apocalítica e final batalha entre os fiéis do Islão e os seus inimigos. Uma e outra têm sido de leitura indispensável para centenas ou milhares de candidatos à Guerra Santa. Exatamente por esse motivo, estão proibidas de circular e de ser vendidas um pouco por toda a parte. E em vários estados a sua posse constitui crime, havendo até casos de condenações no Reino Unido e na Austrália.
Vinganças em série
O último número da Dabiq, disponibilizado no final do mês passado, consegue ser ainda mais perturbador do que as cinco edições anteriores. Além de elogiar o sequestro protagonizado pelo iraniano Haron Monis, a 15 de dezembro, num café de Sydney, na Austrália, e o ataque, cinco dias depois, de um francês nascido no Burundi contra uma esquadra de polícia em Joué-les-Tours, 248 quilómetros a sul de Paris, a revista faz uma ameaça muito clara: "(...) o Ocidente deve esperar impacientemente o próximo atentado (...) Os muçulmanos vão continuar a máquina de guerra kaffir [dos infiéis], atacando os cruzados nas suas próprias ruas"... Como sabemos, a 7 de janeiro, Paris, a Cidade Luz e das luzes - da liberdade e da tolerância - era palco de um atentado sem precedentes. A ameaça estava cumprida.
Desde setembro que Estado Islâmico prometia vingança pela entrada da França na campanha militar liderada pelos EUA, iniciada no mês anterior com o propósito de combater o Califado e proteger as populações curdas e os campos petrolíferos do norte do Iraque. A pátria dos direitos humanos e do laicismo, era vítima das suas próprias contradições: por ter a maior comunidade muçulmana da Europa (mais de cinco milhões); por ter, em simultâneo, a maior comunidade judaica (perto de 600 mil); por ter o mais influente partido de extrema-direita do Velho Continente; e por ser também o estado de onde saiu o maior número (em valores absolutos) de jihadistas europeus rumo ao Levante à Mesopotâmia (ver infografia), desde o início das primaveras árabes, em 2011.
No entanto, não se pense que as prometidas vinganças do Estado Islâmico se confinam ao território gaulês. O movimento sabe que a melhor forma de atacar em solo europeu é recorrer aos nacionais que se converteram ao Islão radical - tenham eles combatido em Aleppo ou Kobane e depois regressado a casa, ou se tenham radicalizado sem nunca atravessar qualquer fronteira. E são precisamente estes militantes que governos, polícias e serviços de informação mais temem. Um sentimento que, verdade seja dita, já tem algum tempo. Há dois anos, quando ainda era ministro do Interior, Manuel Valls - atual chefe do Executivo francês - admitiu numa entrevista à Foreign Policy que a ameaça jihadista se tratava de "uma bomba relógio prestes a rebentar".
Em maio de 2014, numa conferência sobre terrorismo internacional realizada em Lisboa, no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, um dos maiores especialistas europeus nestas questões, o espanhol Fernando Reinares, alertou para a "inevitabilidade" de novos e mediáticos atentados, a par da falta de coordenação entre as diferentes instituições para neutralizar estes soldados fanatizados. A realidade dos últimos meses, o ataque contra o Charlie Hebdo e os encontros de alto nível previstos para Bruxelas e Washington nas próximas semanas são a prova de que o investigador principal do Real Instituto Elcano de Madrid estava certo.
Jogos mortais
E se calhar não tem havido tragédias maiores porque, na última década, a União Europeia foi capaz de criar o "mandado de detenção" entre os seus membros, de agilizar e reforçar a troca de informações judiciais e entre serviços secretos e de ter criado a figura do coordenador para a luta contra o terrorismo, cargo ocupado desde a sua criação, em 2007, pelo belga Gilles de Kerchove. Aliás, numa entrevista concedida a 23 de novembro ao Libération, este antigo jurista admitia ser difícil controlar todos os jihadistas - em particular os que regressam dos campos de batalha na Síria: "O perigo que corremos (...) tira o sono aos responsáveis dos serviços de informações". Mas não só a estes.
"As nossas capacidades atingiram o limite", advertiu o procurador geral da Alemanha, Harald Range, referindo-se aos processos e às investigações em curso aos grupos islamitas. Um cenário que se deve ter agravado na última semana, após o Governo de Berlik ter acionado os seus planos de contingência face a eventuais atentados e por ter de "controlar" um universo de mil indivíduos potencialmente perigosos - 180 deles recém chegados do território sírio. Segundo as contas da Federação alemã de Polícia (BDK), divulgadas pela revista Der Spiegel, seriam necessários pelo menos 3600 agentes para tal tarefa, a tempo inteiro. Algo inviável e que leva a BND e a BfV - as duas principais agências germânicas de espionagem - a trabalhos reforçados e a darem como garantido que, mais tarde ou mais cedo, o país será alvo de uma ação jihadista. Até porque estas limitações são plenamente conhecidas dos círculos terroristas. O mesmo sucede no Reino Unido, onde o MI5 considera impossível disponibilizar cerca de 20 agentes para vigiar, 24 sobre 24 horas, cada um dos 600 suspeitos identificados no país.
Moral da história: o que sucedeu em Paris vai seguramente ter réplicas numa qualquer outra cidade europeia. É apenas uma questão de tempo porque o recrutamento de novos membros para a Al Qaeda e sobretudo para o Daesh não dá sinais de parar. "Estamos perante um novo ciclo de violência.
O fenómeno ultrapassa largamente as comunidades muçulmanas. No último ano e meio tornou-se global. E já inclui a faixa etária dos 15 aos 17 anos", garante o sociólogo franco-iraniano Farh Kosrokhavar, consultor do Governo francês e autor de diversos obras sobre questões muçulmanas e de segurança. Como explicou ao Le Monde Olivier Roy, um outro prestigiado académico gaulês, estes jovens constituem um "movimento geracional" marcado pelo nihilismo e "pela cultura da violência": "A minha geração escolhia a extrema-esquerda, eles escolhem a Jihad". E, acrescente-se, demasiadas vezes a morte.
Quer saber como fabricar uma bomba em casa, num simples alguidar e só com os detergentes que tem na despensa? Como tornar um simples telemóvel num incrível detonador de um engenho explosivo? Quais os melhores ingredientes para aumentar a potência destruidora de um mero petardo? Como converter um carro num instrumento mortal para levar a cabo um atentado numa zona urbana e cheia de peões? Qual o melhor lugar a bordo de um avião para concretizar uma missão suicida? A resposta a estas questões e a muitas outras de idêntico teor podem ser lidas nas revistas Inspire e Dabiq. Ambas podem ser encontradas sem grande dificuldade na internet - sobretudo nas suas edições em inglês - e ambas são autênticos e inestimáveis manuais de aprendizagem para terroristas. A primeira, cujo primeiro número data de janeiro de 2010, é o órgão oficial da Al Qaeda e respetivas filiais - seja no Magrebe e na África Oriental, seja na Península Arábica. O seu título é inspirado num versículo do Corão e é suposto retratar o espírito de luta dos verdadeiros crentes.

A segunda publicação, aparecida em julho de 2014, dá voz ao autoproclamado Estado Islâmico (EI) ou Daesh (acrónimo em árabe), o movimento que pretende instaurar um califado na Síria e no Iraque. Dabiq é também o nome de uma cidade síria - no norte do país - onde muitos muçulmanos acreditam que se travará a apocalítica e final batalha entre os fiéis do Islão e os seus inimigos. Uma e outra têm sido de leitura indispensável para centenas ou milhares de candidatos à Guerra Santa. Exatamente por esse motivo, estão proibidas de circular e de ser vendidas um pouco por toda a parte. E em vários estados a sua posse constitui crime, havendo até casos de condenações no Reino Unido e na Austrália.
Vinganças em série
O último número da Dabiq, disponibilizado no final do mês passado, consegue ser ainda mais perturbador do que as cinco edições anteriores. Além de elogiar o sequestro protagonizado pelo iraniano Haron Monis, a 15 de dezembro, num café de Sydney, na Austrália, e o ataque, cinco dias depois, de um francês nascido no Burundi contra uma esquadra de polícia em Joué-les-Tours, 248 quilómetros a sul de Paris, a revista faz uma ameaça muito clara: "(...) o Ocidente deve esperar impacientemente o próximo atentado (...) Os muçulmanos vão continuar a máquina de guerra kaffir [dos infiéis], atacando os cruzados nas suas próprias ruas"... Como sabemos, a 7 de janeiro, Paris, a Cidade Luz e das luzes - da liberdade e da tolerância - era palco de um atentado sem precedentes. A ameaça estava cumprida.
Desde setembro que Estado Islâmico prometia vingança pela entrada da França na campanha militar liderada pelos EUA, iniciada no mês anterior com o propósito de combater o Califado e proteger as populações curdas e os campos petrolíferos do norte do Iraque. A pátria dos direitos humanos e do laicismo, era vítima das suas próprias contradições: por ter a maior comunidade muçulmana da Europa (mais de cinco milhões); por ter, em simultâneo, a maior comunidade judaica (perto de 600 mil); por ter o mais influente partido de extrema-direita do Velho Continente; e por ser também o estado de onde saiu o maior número (em valores absolutos) de jihadistas europeus rumo ao Levante à Mesopotâmia (ver infografia), desde o início das primaveras árabes, em 2011.
No entanto, não se pense que as prometidas vinganças do Estado Islâmico se confinam ao território gaulês. O movimento sabe que a melhor forma de atacar em solo europeu é recorrer aos nacionais que se converteram ao Islão radical - tenham eles combatido em Aleppo ou Kobane e depois regressado a casa, ou se tenham radicalizado sem nunca atravessar qualquer fronteira. E são precisamente estes militantes que governos, polícias e serviços de informação mais temem. Um sentimento que, verdade seja dita, já tem algum tempo. Há dois anos, quando ainda era ministro do Interior, Manuel Valls - atual chefe do Executivo francês - admitiu numa entrevista à Foreign Policy que a ameaça jihadista se tratava de "uma bomba relógio prestes a rebentar".
Em maio de 2014, numa conferência sobre terrorismo internacional realizada em Lisboa, no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, um dos maiores especialistas europeus nestas questões, o espanhol Fernando Reinares, alertou para a "inevitabilidade" de novos e mediáticos atentados, a par da falta de coordenação entre as diferentes instituições para neutralizar estes soldados fanatizados. A realidade dos últimos meses, o ataque contra o Charlie Hebdo e os encontros de alto nível previstos para Bruxelas e Washington nas próximas semanas são a prova de que o investigador principal do Real Instituto Elcano de Madrid estava certo.
Jogos mortais
E se calhar não tem havido tragédias maiores porque, na última década, a União Europeia foi capaz de criar o "mandado de detenção" entre os seus membros, de agilizar e reforçar a troca de informações judiciais e entre serviços secretos e de ter criado a figura do coordenador para a luta contra o terrorismo, cargo ocupado desde a sua criação, em 2007, pelo belga Gilles de Kerchove. Aliás, numa entrevista concedida a 23 de novembro ao Libération, este antigo jurista admitia ser difícil controlar todos os jihadistas - em particular os que regressam dos campos de batalha na Síria: "O perigo que corremos (...) tira o sono aos responsáveis dos serviços de informações". Mas não só a estes.
"As nossas capacidades atingiram o limite", advertiu o procurador geral da Alemanha, Harald Range, referindo-se aos processos e às investigações em curso aos grupos islamitas. Um cenário que se deve ter agravado na última semana, após o Governo de Berlik ter acionado os seus planos de contingência face a eventuais atentados e por ter de "controlar" um universo de mil indivíduos potencialmente perigosos - 180 deles recém chegados do território sírio. Segundo as contas da Federação alemã de Polícia (BDK), divulgadas pela revista Der Spiegel, seriam necessários pelo menos 3600 agentes para tal tarefa, a tempo inteiro. Algo inviável e que leva a BND e a BfV - as duas principais agências germânicas de espionagem - a trabalhos reforçados e a darem como garantido que, mais tarde ou mais cedo, o país será alvo de uma ação jihadista. Até porque estas limitações são plenamente conhecidas dos círculos terroristas. O mesmo sucede no Reino Unido, onde o MI5 considera impossível disponibilizar cerca de 20 agentes para vigiar, 24 sobre 24 horas, cada um dos 600 suspeitos identificados no país.
Moral da história: o que sucedeu em Paris vai seguramente ter réplicas numa qualquer outra cidade europeia. É apenas uma questão de tempo porque o recrutamento de novos membros para a Al Qaeda e sobretudo para o Daesh não dá sinais de parar. "Estamos perante um novo ciclo de violência.
O fenómeno ultrapassa largamente as comunidades muçulmanas. No último ano e meio tornou-se global. E já inclui a faixa etária dos 15 aos 17 anos", garante o sociólogo franco-iraniano Farh Kosrokhavar, consultor do Governo francês e autor de diversos obras sobre questões muçulmanas e de segurança. Como explicou ao Le Monde Olivier Roy, um outro prestigiado académico gaulês, estes jovens constituem um "movimento geracional" marcado pelo nihilismo e "pela cultura da violência": "A minha geração escolhia a extrema-esquerda, eles escolhem a Jihad". E, acrescente-se, demasiadas vezes a morte.
Published on January 22, 2015 04:04
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