Deana Barroqueiro's Blog: Author's Central Page, page 32
March 21, 2015
Mais de 215 mil pessoas morreram em quatro anos de guerra na Síria
Um total de 215.218 pessoas foram mortas na Síria, entre civis, militares, milicianos e rebeldes, desde o início da guerra civil no país, em meados de março de 2011, segundo dados hoje divulgados pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Num comunicado, publicado para assinalar os quatro anos de guerra civil na Síria, a organização não-governamental (ONG) explicou que, entre os mortos, há pelo menos 102.831 civis, dos quais 10.808 menores e 6.907 mulheres.
A ONU estimou, em outubro, um número de mortos superior a 200 mil, na guerra civil síria, e várias outras organizações acreditam que supere os 220 mil.
Segundo o OSDH, foram mortos 36.722 membros de distintas brigadas de oposição ao regime do Presidente Bashar al-Assad, sendo as baixas no exército de 46.138 efetivos.
Entre as milícias pró-governamentais, a ONG contabilizou 30.662 mortos e registou 674 mortes nas fileiras do grupo xiita libanês Hezbollah, que luta a favor do governo de Damasco.
Além disso, foram mortos 2.727 combatentes estrangeiros xiitas (pró-regime sírio) procedentes do Irão e de outros países árabes e asiáticos.
O Observatório precisou também que um total de 26.834 combatentes estrangeiros, das organizações 'jihadistas' Estado Islâmico, Frente al-Nusra (ligada a Al-Qaeda na Síria) e outras brigadas extremistas, foram mortos nestes quatro anos de guerra.
A ONG sublinhou igualmente que documentou um total de 3.147 casos de pessoas mortas que não foram identificadas.
Por último, a organização referiu que estes números não incluem as mais de 20 mil pessoas desaparecidas nos centros de detenção do regime sírio e outras mil desaparecidas em operações das tropas e suas milícias, em várias zonas em que foram perpetrados massacres.
Perto de 13.000 sírios morreram sob tortura nas prisões do regime de Bashar al-Assad desde o início do conflito no país há quatro anos, segundo o OSDH.
Também se desconhece o paradeiro de sete mil soldados e milicianos que se encontram prisioneiros e mais duas mil pessoas sequestradas pelos insurgentes e 'jihadistas', que as acusam de colaborar com o Governo sírio.
LUSA
Num comunicado, publicado para assinalar os quatro anos de guerra civil na Síria, a organização não-governamental (ONG) explicou que, entre os mortos, há pelo menos 102.831 civis, dos quais 10.808 menores e 6.907 mulheres. A ONU estimou, em outubro, um número de mortos superior a 200 mil, na guerra civil síria, e várias outras organizações acreditam que supere os 220 mil.
Segundo o OSDH, foram mortos 36.722 membros de distintas brigadas de oposição ao regime do Presidente Bashar al-Assad, sendo as baixas no exército de 46.138 efetivos.
Entre as milícias pró-governamentais, a ONG contabilizou 30.662 mortos e registou 674 mortes nas fileiras do grupo xiita libanês Hezbollah, que luta a favor do governo de Damasco.
Além disso, foram mortos 2.727 combatentes estrangeiros xiitas (pró-regime sírio) procedentes do Irão e de outros países árabes e asiáticos.
O Observatório precisou também que um total de 26.834 combatentes estrangeiros, das organizações 'jihadistas' Estado Islâmico, Frente al-Nusra (ligada a Al-Qaeda na Síria) e outras brigadas extremistas, foram mortos nestes quatro anos de guerra.
A ONG sublinhou igualmente que documentou um total de 3.147 casos de pessoas mortas que não foram identificadas.
Por último, a organização referiu que estes números não incluem as mais de 20 mil pessoas desaparecidas nos centros de detenção do regime sírio e outras mil desaparecidas em operações das tropas e suas milícias, em várias zonas em que foram perpetrados massacres.
Perto de 13.000 sírios morreram sob tortura nas prisões do regime de Bashar al-Assad desde o início do conflito no país há quatro anos, segundo o OSDH.
Também se desconhece o paradeiro de sete mil soldados e milicianos que se encontram prisioneiros e mais duas mil pessoas sequestradas pelos insurgentes e 'jihadistas', que as acusam de colaborar com o Governo sírio.
LUSA
Published on March 21, 2015 02:34
March 19, 2015
Tunísia. Detidos nove suspeitos do ataque terrorista - Renascença
VÍDEO - Tunísia. Detidos nove suspeitos do ataque terrorista - Renascença
As forças de segurança da Tunísia prenderam nove pessoas suspeitas de estar ligadas directamente ao ataque terrorista a um museu na capital, Tunes, na quarta-feira. Este é resultado das medidas de segurança que o governo implementou, entre as quais o exército estar a vigiar as principais cidades do país.
O atentado matou 23 pessoas, sobretudo turistas estrangeiros (japoneses, espanhóis, italianos e ingleses), segundo o mais recente balanço avançado pela Reuters.
Este é pior ataque terrorista desde 2002 naquele país, altura em que um bombista suicida atacou a cidade de Djerba, e surge num momento particularmente complicado para a Tunísia, a braços com uma situação política muito volátil que resultou da Primavera Árabe.
"Depois de uma reunião com as forças armadas, o Presidente decidiu que as maiores cidades serão vigiadas pelo exército", refere comunicado do gabinete presidencial.
Ainda ninguém reclamou a autoria do atentado, mas este já era temido há muito tempo. A Tunísia tem um dos maiores contingentes de combatentes estrangeiros na Síria, Iraque e Líbia em que o autodenominado Estado Islâmico e a Al-Qaeda detém forte presença, razão que faz com que seja um alvo dos terroristas.
Os dois atiradores do ataque a Bardo são tunisinos, Hatem al-Khashnawi and Yassin al-Abidi. Um jornal local escreve que este último esteve a combater no Iraque e Líbia.
Papa condena
O Papa Francisco enviou um telegrama ao arcebispo de Tunes, pelas vítimas do atentado.
Neste telegrama, assinado pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, Francisco reitera a firme condenação de todos os actos contra a paz e contra a sacralidade da vida humana e associa-se com a oração à dor das famílias enlutadas, dos afectados por este drama e a todo o povo tunisino.
As forças de segurança da Tunísia prenderam nove pessoas suspeitas de estar ligadas directamente ao ataque terrorista a um museu na capital, Tunes, na quarta-feira. Este é resultado das medidas de segurança que o governo implementou, entre as quais o exército estar a vigiar as principais cidades do país.
O atentado matou 23 pessoas, sobretudo turistas estrangeiros (japoneses, espanhóis, italianos e ingleses), segundo o mais recente balanço avançado pela Reuters.
Este é pior ataque terrorista desde 2002 naquele país, altura em que um bombista suicida atacou a cidade de Djerba, e surge num momento particularmente complicado para a Tunísia, a braços com uma situação política muito volátil que resultou da Primavera Árabe.
"Depois de uma reunião com as forças armadas, o Presidente decidiu que as maiores cidades serão vigiadas pelo exército", refere comunicado do gabinete presidencial.
Ainda ninguém reclamou a autoria do atentado, mas este já era temido há muito tempo. A Tunísia tem um dos maiores contingentes de combatentes estrangeiros na Síria, Iraque e Líbia em que o autodenominado Estado Islâmico e a Al-Qaeda detém forte presença, razão que faz com que seja um alvo dos terroristas.
Os dois atiradores do ataque a Bardo são tunisinos, Hatem al-Khashnawi and Yassin al-Abidi. Um jornal local escreve que este último esteve a combater no Iraque e Líbia.
Papa condena
O Papa Francisco enviou um telegrama ao arcebispo de Tunes, pelas vítimas do atentado.
Neste telegrama, assinado pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, Francisco reitera a firme condenação de todos os actos contra a paz e contra a sacralidade da vida humana e associa-se com a oração à dor das famílias enlutadas, dos afectados por este drama e a todo o povo tunisino.
Published on March 19, 2015 10:55
Eclipse. A lua e o sol jogam às escondidas
Published on March 19, 2015 10:41
March 11, 2015
O novo mistério de um catálogo de horrores
O que está em causa: "um plano de violência cuidadosamente preparado"; crimes contra a Humanidade. O que acaba de acontecer: uma testemunha apareceu misteriosamente morta - mutilada. País: Quénia.

William Ruto é o primeiro alto responsável político em exercício a ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional / TONY KARUMBA/AFP/Getty Images
Um cadáver que foi descoberto mutilado numa floresta do Quénia a 28 de dezembro passado era mesmo o de Meshack Yebei. O nome será familiar a quem tem acompanhado o processo do atual vice-presidente do país, William Samoei Ruto, no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia (Holanda). Ruto enfrenta acusações por crimes contra a Humanidade, alegadamente cometidos no período que se seguiu às eleições presidenciais de 2007. Yebei era testemunha de defesa e estaria envolvido em tentativas de viciar o julgamento, em especial corrompendo testemunhas da acusação. Desapareceu em dezembro, levando a especulações sobre a mão do governo e a pelo menos uma identificação falsa.Já há dois meses tinha aparecido num rio um corpo, igualmente mutilado, que a família de Yebei disse categoricamente ser o dele. Testes de ADN revelaram, para confusão geral, que afinal era outro homem. A atenção virou-se para então o cadáver antes descoberto, que jazia numa morgue à espera de identificação. Desta vez os resultados foram diferentes. O ADN corresponde ao de familiares de Yebei. Agora, os patologistas vão tentar perceber como morreu, mas parece dado como adquirido que foi raptado e teve um fim violento.
A família sempre garantiu que o desaparecimento estava relacionado com o processo, uma convicção que se terá fortalecido com a descoberta agora anunciada. Yebei tinha ido ao Quénia em dezembro visitar familiares quando o contacto com ele se perdeu. A sua morte violenta apenas faz adensar o mistério e junta-se a um catálogo de horrores que já vai bastante longo.
Mulheres e crianças queimadas numa igreja
O processo judicial tem origens nas eleições presidenciais de 2007. O então Presidente Mwai Kibaki, apenas o terceiro desde que o país do leste africano se tornou independente, em 1963, conseguiu ser reeleito, mas apenas à custa de fraude maciça nas urnas. Assim confirmaram observadores, e o candidato rival Raila Odinga não admitiu outra coisa. Começaram tumultos violentos, com carácter marcadamente étnico e que se prolongariam durante dois meses. No meio de todos os crimes então cometidos, um episódio sinistro, que ficou como símbolo desse período, foi a morte de dezenas de mulheres e crianças refugiadas numa igreja em Kiambaa, à qual uma multidão pegou fogo.
A crise terminou com um acordo de partilha de poder, obtido graças à mediação de Kofi Annan, ex-secretário geral da ONU. Tinham morrido umas 1300 pessoas e mais de 600 mil foram obrigadas a fugir das suas casas. Além disso, houve incontáveis episódios de agressão sexual. Para os sobreviventes e os familiares das vítimas, começou a espera por justiça. Ao longo dos anos, as autoridades quenianas foram protelando. Até que o TPI, ao qual o Quénia tinha aderido formalmente anos antes, entrou em cena. Após uma investigação, seis pessoas foram acusadas, entre elas o então vice-primeiro ministro e actual Presidente Uhuru Kenyatta.
A ação do TPI chocou muita gente, em parte por uma certa perceção de que o tribunal apenas acusa governantes ou ex-governantes quando eles são africanos (há quem lhe chame "um brinquedo dos poderes imperiais em decadência"). O governo queniano continuou a fazer tudo o que podia para bloquear os procuradores, não respondendo a pedidos de colaboração e não disponibilizando provas que lhe eram pedidas. Por fim, o procurador acabou por abandonar a acusação contra Kenyatta por falta de evidências. Contudo, manteve Ruto como réu, acompanhado pelo radialista Joshua arap Sang, que também será julgado.
"Um plano de violência cuidadosamente preparado"
Enquanto Kenyatta era recebido de volta no seu país como um herói, Ruto manteve-se no banco dos réus. Por entre expressões de uma atitude calma e sorridente, o seu incómodo por vezes era visível. Afinal, ele é o primeiro alto responsável político em exercício a ser julgado pelo TPI. Embora o tribunal não tenha conseguido evitar que muitas testemunhas, pressionadas pelo governo, desistissem de testemunhar contra Kenyatta, nem tenha conseguido proteger Yebei (o TPI diz que lhe ofereceu residência segura num lugar diferente, entre outras medidas de proteção), não é seguro que ele evite uma condenação.
"Os crimes de que o senhor Ruto e o senhor Sang são acusados não são meros atos espontâneos e casuais de brutalidade. Isto foi um plano de violência cuidadosamente preparado e executado", disse Fatou Bensouda, o procurador-chefe do TPI. "Em termos legais, um caso num tribunal apenas pode ser resolvido por vias judiciais. Tenho dúvidas que vias não judiciais sejam eficazes", disse George Kegoro, director executivo da Secção Queniana da Comissão Internacional de Juristas.
Ruto nega as acusações. Já há anos tinha explicado que o incêndio na igreja em Kiambaa, que matou sobretudo membros da etnia Kikuyu, a do então Presidente Mwai Kibaki, foi um acidente. Diz que não tem culpa de nada. Entretanto, escândalos de outro tipo, relacionados com negócios muito lucrativos feitos à custa do interesse público, foram ficando pelo caminho.
A acumulação de vastas fortunas por gente ligada à política é um fenómeno comum no Quénia. O primeiro Presidente do país, Jomo Kenyatta, pai do atual Presidente, ter-se-á apropriado de não menos do que um sexto das terras antes pertencentes a colonos que estavam destinadas a quenianos sem terra. Num sistema que funciona assim, é inevitável que de vez em quando os conflitos eleitorais, que são muitas vezes, também ou sobretudo, conflitos sobre terra, rebentem em violência.

William Ruto é o primeiro alto responsável político em exercício a ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional / TONY KARUMBA/AFP/Getty Images
Um cadáver que foi descoberto mutilado numa floresta do Quénia a 28 de dezembro passado era mesmo o de Meshack Yebei. O nome será familiar a quem tem acompanhado o processo do atual vice-presidente do país, William Samoei Ruto, no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia (Holanda). Ruto enfrenta acusações por crimes contra a Humanidade, alegadamente cometidos no período que se seguiu às eleições presidenciais de 2007. Yebei era testemunha de defesa e estaria envolvido em tentativas de viciar o julgamento, em especial corrompendo testemunhas da acusação. Desapareceu em dezembro, levando a especulações sobre a mão do governo e a pelo menos uma identificação falsa.Já há dois meses tinha aparecido num rio um corpo, igualmente mutilado, que a família de Yebei disse categoricamente ser o dele. Testes de ADN revelaram, para confusão geral, que afinal era outro homem. A atenção virou-se para então o cadáver antes descoberto, que jazia numa morgue à espera de identificação. Desta vez os resultados foram diferentes. O ADN corresponde ao de familiares de Yebei. Agora, os patologistas vão tentar perceber como morreu, mas parece dado como adquirido que foi raptado e teve um fim violento.
A família sempre garantiu que o desaparecimento estava relacionado com o processo, uma convicção que se terá fortalecido com a descoberta agora anunciada. Yebei tinha ido ao Quénia em dezembro visitar familiares quando o contacto com ele se perdeu. A sua morte violenta apenas faz adensar o mistério e junta-se a um catálogo de horrores que já vai bastante longo.
Mulheres e crianças queimadas numa igreja
O processo judicial tem origens nas eleições presidenciais de 2007. O então Presidente Mwai Kibaki, apenas o terceiro desde que o país do leste africano se tornou independente, em 1963, conseguiu ser reeleito, mas apenas à custa de fraude maciça nas urnas. Assim confirmaram observadores, e o candidato rival Raila Odinga não admitiu outra coisa. Começaram tumultos violentos, com carácter marcadamente étnico e que se prolongariam durante dois meses. No meio de todos os crimes então cometidos, um episódio sinistro, que ficou como símbolo desse período, foi a morte de dezenas de mulheres e crianças refugiadas numa igreja em Kiambaa, à qual uma multidão pegou fogo.
A crise terminou com um acordo de partilha de poder, obtido graças à mediação de Kofi Annan, ex-secretário geral da ONU. Tinham morrido umas 1300 pessoas e mais de 600 mil foram obrigadas a fugir das suas casas. Além disso, houve incontáveis episódios de agressão sexual. Para os sobreviventes e os familiares das vítimas, começou a espera por justiça. Ao longo dos anos, as autoridades quenianas foram protelando. Até que o TPI, ao qual o Quénia tinha aderido formalmente anos antes, entrou em cena. Após uma investigação, seis pessoas foram acusadas, entre elas o então vice-primeiro ministro e actual Presidente Uhuru Kenyatta.
A ação do TPI chocou muita gente, em parte por uma certa perceção de que o tribunal apenas acusa governantes ou ex-governantes quando eles são africanos (há quem lhe chame "um brinquedo dos poderes imperiais em decadência"). O governo queniano continuou a fazer tudo o que podia para bloquear os procuradores, não respondendo a pedidos de colaboração e não disponibilizando provas que lhe eram pedidas. Por fim, o procurador acabou por abandonar a acusação contra Kenyatta por falta de evidências. Contudo, manteve Ruto como réu, acompanhado pelo radialista Joshua arap Sang, que também será julgado.
"Um plano de violência cuidadosamente preparado"
Enquanto Kenyatta era recebido de volta no seu país como um herói, Ruto manteve-se no banco dos réus. Por entre expressões de uma atitude calma e sorridente, o seu incómodo por vezes era visível. Afinal, ele é o primeiro alto responsável político em exercício a ser julgado pelo TPI. Embora o tribunal não tenha conseguido evitar que muitas testemunhas, pressionadas pelo governo, desistissem de testemunhar contra Kenyatta, nem tenha conseguido proteger Yebei (o TPI diz que lhe ofereceu residência segura num lugar diferente, entre outras medidas de proteção), não é seguro que ele evite uma condenação.
"Os crimes de que o senhor Ruto e o senhor Sang são acusados não são meros atos espontâneos e casuais de brutalidade. Isto foi um plano de violência cuidadosamente preparado e executado", disse Fatou Bensouda, o procurador-chefe do TPI. "Em termos legais, um caso num tribunal apenas pode ser resolvido por vias judiciais. Tenho dúvidas que vias não judiciais sejam eficazes", disse George Kegoro, director executivo da Secção Queniana da Comissão Internacional de Juristas.
Ruto nega as acusações. Já há anos tinha explicado que o incêndio na igreja em Kiambaa, que matou sobretudo membros da etnia Kikuyu, a do então Presidente Mwai Kibaki, foi um acidente. Diz que não tem culpa de nada. Entretanto, escândalos de outro tipo, relacionados com negócios muito lucrativos feitos à custa do interesse público, foram ficando pelo caminho.
A acumulação de vastas fortunas por gente ligada à política é um fenómeno comum no Quénia. O primeiro Presidente do país, Jomo Kenyatta, pai do atual Presidente, ter-se-á apropriado de não menos do que um sexto das terras antes pertencentes a colonos que estavam destinadas a quenianos sem terra. Num sistema que funciona assim, é inevitável que de vez em quando os conflitos eleitorais, que são muitas vezes, também ou sobretudo, conflitos sobre terra, rebentem em violência.
Published on March 11, 2015 07:53
March 5, 2015
Papa Francisco recebe obras do padre António Vieira
Num gesto emblemático para a cultura portuguesa, o Papa recebeu, estamanhã, na Praça de S.Pedro, as obras completas do padre António Vieira,considerado o maior embaixador da língua portuguesa. Investigadores portugueses compararam António Vieira a Francisco.
Published on March 05, 2015 03:09
Ricardo Salgado desobedeceu ao Banco de Portugal
A auditoria forense ao BES encontrou indícios de gestão ruinosa praticada pela administração do Banco Espírito e Santo e do Espírito Santo Financial Group. O Jornal de Negócios avançou ontem à noite que Ricardo Salgado desobedeceu ao Banco de Portugal. Detalhes que constam do sumário executivo que o supervisor enviou à comissão parlamentar de inquérito que investiga a gestão do BES e do GES.
Published on March 05, 2015 02:45
Amadeu Ferreira e o Mirandês
Joana Beleza (texto e vídeo) Fotografias de Marcos Borga e do arquivo Expresso Ler mais: http://expresso.sapo.pt/amadeu-que-ap...
1950-2015 Amadeu, que aprendeu o mundo no campo e tinha o coração na ponta dos dedosEm Portugal, a dedicação à língua mirandesa tem nome próprio: Amadeu Ferreira, o jurista da CMVM que - quando todos diziam que "era uma loucura impossível" - arranjou tempo para traduzir "Os Lusíadas", a "Mensagem", os quatro Evangelhos da Bíblia e ainda duas aventuras do Asterix para uma língua que pertence a um cantinho do nordeste português e é falada por menos de 15 mil pessoas. No final de 2014 deu ao Expresso aquela que viria a ser a sua última entrevista. Morreu no passado domingo e esta quinta-feira é lançada a sua biografia, "O fio das lembranças", com quase 800 páginas.
Dezembro de 2014 Saldanha, centro de Lisboa Hora de ponta Chego a casa dele ao fim da tarde. Já lá está o fotógrafo a arranjar a melhor luz para fotografá-lo. Amadeu Ferreira tem 64 anos e um tumor no cérebro. Estamos no Inverno e sabíamos de antemão que a entrevista só poderia acontecer num ambiente protegido. A sala está quente e os dois filhos de Amadeu estão por casa para ajudar o pai e os jornalistas no que for preciso. Parar não é um verbo que encaixe na vida deste homem.
Apesar de muito doente e quase cego, Amadeu acaba de lançar um livro de provérbios mirandeses, "Ditos dezideiros", e um outro de poemas que acompanham fotografias de Luís Borges da região transmontana, o "Norteando". Anda agora a trabalhar um livro "entre o poético e o filosófico", sobre a velhice. Sabe que já não tem muito tempo de vida, por isso aceita tirar parte da tarde para falar com o Expresso sobre o que mais ama: a língua mirandesa. E do que falta fazer pela vida dela - a este tema o Expresso voltará, de forma mais detalhada, numa das edições de março da revista E.
" No passado, há muitos anos, obrigaram-nos a falar português. Disseram-nos que o mirandês não era uma língua de gente ou, então, era uma língua de gente estúpida, atrasada. (...) Envergonhada, foi-se escondendo de quem vinha de fora, foi encolhendo até ficar presa numa pontinha de Portugal. (...) Em cada aldeia, a língua cresceu com as suas diferenças, a sua maneira de ser, embora sem deixar de ser quem era. Apagar essas diferenças ou fazer de conta que não existem seria ficar mais pobre e, quem sabe, morrer de vez. Pertencer ao mirandês, como uma língua única, é algo de que nos devemos orgulhar. "
Orgulho é uma palavra que encaixa bem em Amadeu Ferreira. Vice-presidente da Comissão de Mercados de Valores Mobiliários (CMVM) e professor de Direito na Universidade Nova de Lisboa, Amadeu foi também o escritor, poeta, tradutor, cronista e o investigador que mais tempo e trabalho dedicou à promoção da língua que o "amamentou". Nascido em 1950 em Sendim, fez parte da geração que abandonou a terra e a língua. Onde muitos tinham vergonha da sua origem, aquele jovem sendines tinha um orgulho desmedido pelas palavras e expressões que ouvia os pais e os vizinhos usarem no dia-a-dia. "A vida no campo, nos anos 50, no interior do país, era uma vida difícil. Sendo filho de uma família muito pobre tive a sorte de poder estudar, mas sempre, desde novo, trabalhei no campo. O mundo que aprendi foi o mundo do campo. E aprendi-o em mirandês." Muitos anos depois de ter nascido e a muitos quilómetros de distância de Miranda, numa "longa noite de setembro de 1999", Amadeu Ferreira sentou-se à secretária e, num rasgo de insónia e de inquietação, escreveu um manifesto pela língua mirandesa. Da ponta dos dedos saíram-lhe oito páginas que eram ao mesmo tempo um resumo de história, um pedido de socorro e uma carta de amor.
" Que destino queremos para o mirandês? É muito difícil responder: a língua está tão doente que ainda não descobriu remédio que a salve. Primeiro, fez uma fronteira com o português e manteve-se apenas numa parte da Terra de Miranda; depois, tornou-se amiga do português e foi-lhe pedindo palavras emprestadas como se fossem suas. Quando, entretanto, a expulsaram da Igreja, foi como receber uma facada que nunca deixou de sangrar e, com o tempo, evoluiu para cancro. Quem conhece a cura para o cancro? Apesar disso, não há que desistir nunca ou dar-se por vencido. O pior é que os mirandeses nem se aperceberam. Está doente, velha e cansada, com poucas forças para resistir. E apenas existe uma maneira de os velhos viverem: através dos filhos. O mirandês deve deixar filhos que tenham orgulho na sua língua e não reneguem os pais. "
Naquela "longa noite de setembro de 1999", Amadeu tinha 49 anos e, na sua casa em Lisboa, escrevia com o pensamento posto no alto do planalto mais oriental de Portugal. No quarto ao lado dormiam os seus dois filhos, José Pedro e João, com os quais diariamente falava em mirandês para que a sua raiz não se perdesse. Mal sabia que, 15 anos depois, o mais velho dos descendentes, linguista de profissão e de paixão, lhe daria uma neta, a primeira neta, chamada Lhuzie. Era o culminar de um círculo perfeito, uma vida inteira a lutar pelo orgulho de uma língua minoritária. Precisamente numa altura em que Amadeu lutava contra um cancro mortífero, veio o orgulho de ver a família crescer. "O nome da minha neta é um manifesto pelo mirandês e o reconhecimento de uma vida, de um esforço, de um ideal que foi o meu. Se ela viver muitos anos, como eu espero que viva, e se os pais falarem com ela em mirandês, como eu espero que falem, então ainda se falará mirandês daqui a muito tempo."
" Há coisas que, quando usamos outra língua para as dizer, soam como estranhas e, no fim, ficamos com a ideia de que não fomos capazes de as dizer. Há palavras, sons, ditos, coisas que dormiram durante tanto tempo connosco que tomaram cama para um lado e quando não nos deitamos para esse lado é como dormir sobre uma pedra. "
1950-2015 Amadeu, que aprendeu o mundo no campo e tinha o coração na ponta dos dedosEm Portugal, a dedicação à língua mirandesa tem nome próprio: Amadeu Ferreira, o jurista da CMVM que - quando todos diziam que "era uma loucura impossível" - arranjou tempo para traduzir "Os Lusíadas", a "Mensagem", os quatro Evangelhos da Bíblia e ainda duas aventuras do Asterix para uma língua que pertence a um cantinho do nordeste português e é falada por menos de 15 mil pessoas. No final de 2014 deu ao Expresso aquela que viria a ser a sua última entrevista. Morreu no passado domingo e esta quinta-feira é lançada a sua biografia, "O fio das lembranças", com quase 800 páginas.
Dezembro de 2014 Saldanha, centro de Lisboa Hora de ponta Chego a casa dele ao fim da tarde. Já lá está o fotógrafo a arranjar a melhor luz para fotografá-lo. Amadeu Ferreira tem 64 anos e um tumor no cérebro. Estamos no Inverno e sabíamos de antemão que a entrevista só poderia acontecer num ambiente protegido. A sala está quente e os dois filhos de Amadeu estão por casa para ajudar o pai e os jornalistas no que for preciso. Parar não é um verbo que encaixe na vida deste homem.
Apesar de muito doente e quase cego, Amadeu acaba de lançar um livro de provérbios mirandeses, "Ditos dezideiros", e um outro de poemas que acompanham fotografias de Luís Borges da região transmontana, o "Norteando". Anda agora a trabalhar um livro "entre o poético e o filosófico", sobre a velhice. Sabe que já não tem muito tempo de vida, por isso aceita tirar parte da tarde para falar com o Expresso sobre o que mais ama: a língua mirandesa. E do que falta fazer pela vida dela - a este tema o Expresso voltará, de forma mais detalhada, numa das edições de março da revista E.
" No passado, há muitos anos, obrigaram-nos a falar português. Disseram-nos que o mirandês não era uma língua de gente ou, então, era uma língua de gente estúpida, atrasada. (...) Envergonhada, foi-se escondendo de quem vinha de fora, foi encolhendo até ficar presa numa pontinha de Portugal. (...) Em cada aldeia, a língua cresceu com as suas diferenças, a sua maneira de ser, embora sem deixar de ser quem era. Apagar essas diferenças ou fazer de conta que não existem seria ficar mais pobre e, quem sabe, morrer de vez. Pertencer ao mirandês, como uma língua única, é algo de que nos devemos orgulhar. "
Orgulho é uma palavra que encaixa bem em Amadeu Ferreira. Vice-presidente da Comissão de Mercados de Valores Mobiliários (CMVM) e professor de Direito na Universidade Nova de Lisboa, Amadeu foi também o escritor, poeta, tradutor, cronista e o investigador que mais tempo e trabalho dedicou à promoção da língua que o "amamentou". Nascido em 1950 em Sendim, fez parte da geração que abandonou a terra e a língua. Onde muitos tinham vergonha da sua origem, aquele jovem sendines tinha um orgulho desmedido pelas palavras e expressões que ouvia os pais e os vizinhos usarem no dia-a-dia. "A vida no campo, nos anos 50, no interior do país, era uma vida difícil. Sendo filho de uma família muito pobre tive a sorte de poder estudar, mas sempre, desde novo, trabalhei no campo. O mundo que aprendi foi o mundo do campo. E aprendi-o em mirandês." Muitos anos depois de ter nascido e a muitos quilómetros de distância de Miranda, numa "longa noite de setembro de 1999", Amadeu Ferreira sentou-se à secretária e, num rasgo de insónia e de inquietação, escreveu um manifesto pela língua mirandesa. Da ponta dos dedos saíram-lhe oito páginas que eram ao mesmo tempo um resumo de história, um pedido de socorro e uma carta de amor.
" Que destino queremos para o mirandês? É muito difícil responder: a língua está tão doente que ainda não descobriu remédio que a salve. Primeiro, fez uma fronteira com o português e manteve-se apenas numa parte da Terra de Miranda; depois, tornou-se amiga do português e foi-lhe pedindo palavras emprestadas como se fossem suas. Quando, entretanto, a expulsaram da Igreja, foi como receber uma facada que nunca deixou de sangrar e, com o tempo, evoluiu para cancro. Quem conhece a cura para o cancro? Apesar disso, não há que desistir nunca ou dar-se por vencido. O pior é que os mirandeses nem se aperceberam. Está doente, velha e cansada, com poucas forças para resistir. E apenas existe uma maneira de os velhos viverem: através dos filhos. O mirandês deve deixar filhos que tenham orgulho na sua língua e não reneguem os pais. "
Naquela "longa noite de setembro de 1999", Amadeu tinha 49 anos e, na sua casa em Lisboa, escrevia com o pensamento posto no alto do planalto mais oriental de Portugal. No quarto ao lado dormiam os seus dois filhos, José Pedro e João, com os quais diariamente falava em mirandês para que a sua raiz não se perdesse. Mal sabia que, 15 anos depois, o mais velho dos descendentes, linguista de profissão e de paixão, lhe daria uma neta, a primeira neta, chamada Lhuzie. Era o culminar de um círculo perfeito, uma vida inteira a lutar pelo orgulho de uma língua minoritária. Precisamente numa altura em que Amadeu lutava contra um cancro mortífero, veio o orgulho de ver a família crescer. "O nome da minha neta é um manifesto pelo mirandês e o reconhecimento de uma vida, de um esforço, de um ideal que foi o meu. Se ela viver muitos anos, como eu espero que viva, e se os pais falarem com ela em mirandês, como eu espero que falem, então ainda se falará mirandês daqui a muito tempo."
" Há coisas que, quando usamos outra língua para as dizer, soam como estranhas e, no fim, ficamos com a ideia de que não fomos capazes de as dizer. Há palavras, sons, ditos, coisas que dormiram durante tanto tempo connosco que tomaram cama para um lado e quando não nos deitamos para esse lado é como dormir sobre uma pedra. "
Published on March 05, 2015 02:09
March 2, 2015
10 nutrientes essenciais para o cérebro
Tristeza prolongada, desinteresse ou falta de prazer em qualquer actividade, falta de energia, cansaço persistente, falta de concentração e de memória, falta ou excesso de apetite, alterações no sono (sonolência ou perda de sono), diminuição gradual da líbido, baixa auto-estima, ansiedade, apatia. Os sinais podem ser muito diversos de pessoa para pessoa.Mas há algumas causas nutricionais que podem estar por detrás desta sintomatologia. Saiba o que pôr no prato para aumentar a memória, diminuir o cansaço e nutrir as ideias, segundo 20 especialistas que partilharam num artigo publicado recentemente no The Lancet Psychiatry , em nome da Sociedade Internacional para a Investigação em Psiquiatria Nutricional (ISNPR), os 10 nutrientes essenciais para o cérebro, de acordo com o agregador O Meu Bem Estar.
1.Ácidos gordos ómega-3, com potencial utilidade no transtorno bipolar, depressão, transtorno de stress pós-traumático e na prevenção da psicose. Estes nutrientes estão envolvidos na modulação da síntese, degradação e recaptação de neurotransmissores, tais como adrenalina, serotonina e dopamina. E também têm efeitos anti-inflamatórios importantes para a formação de novos neurónios através do factor neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) e relacionado com a nutrição do tecido nervoso. Os ácidos gordos ómega-3, presentes no atum, sardinhas, anchovas, salmão, cavala, linguado, entre outros, têm mostrado um papel protector contra doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer.
2.A vitamina B, especialmente os folatos (B9) e B12, são essenciais para o bom funcionamento dos neurónios. A deficiência de folato (vit B9) é comum em pessoas deprimidas e está associada a uma má resposta aos anti-depressivos. Administrada com anti-depressivos melhora a resposta e o início da recuperação. Pode ser encontrada nos peixes, lacticínios, ovos e levedura de cerveja.
3.A colina é a molécula precursora da acetilcolina, um neurotransmissor envolvido em muitas funções, incluindo na memória e no controlo do músculo. Juntamente com a w3 e a uridina, é um nutriente essencial para a formação de novos neurónios. Pertence ao grupo da vitamina B e está presente nos mesmos alimentos.
4.O ferro, juntamente com várias proteínas, está envolvido em processos tão importantes como o transporte de oxigénio, a formação de bainhas de mielina que revestem as fibras nervosas (axónios) e permitem a transmissão de impulsos nervosos, e a síntese de neurotransmissores que permite aos neurónios comunicar. Pode ser encontrado em frutas e legumes, peixe, carne, lacticínios, grãos e nozes, ovos.
5.O zinco é um modulador do sistema imune e da formação de novos neurónios no hipocampo, através do gene BDNF. Os suplementos de zinco melhoram o humor, especialmente quando são associados à toma de anti-depressivos. Alimentos que contêm zinco: legumes, banana, cereais integrais, peixe, alface, espinafre, couve-de-Bruxelas.
6.O magnésio desempenha um papel essencial no cérebro, coração e músculo-esquelético. Os suplementos de magnésio são eficazes no tratamento da depressão e da enxaqueca. Legumes, frutas, nozes, peixe, cereais, legumes, laticínios são ricos neste nutriente.
7.A S–adenosil metionina (SAMe), uma molécula natural encontrada em todos os organismos vivos, está envolvida na regulação do humor. Alguns ensaios clínicos avaliam a sua eficácia como anti-depressivos. A metionina está presente em peixes, carnes e sementes de sésamo.
8.A N-acetilcisteína (NAC)é eficaz no transtorno bipolar, esquizofrenia e outros comportamentos compulsivos. Tem actividade anti-inflamatória, antioxidante e neuroprotectora. A N-acetilcisteína (NAC ou) é uma forma mais estável do aminoácido L-cisteína e está presente em peixes, carnes e nozes, vegetais, entre outros.
9.A vitamina Dé uma neuroesteróide e em baixas concentrações nas mulheres grávidas está associada a um menor risco de esquizofrenia. A sua deficiência também favorece os sintomas depressivos. Pode ser encontrada nos lacticínios, peixes oleosos, ovos, cereal.
10.Os aminoácidos são essenciais para combater a depressão. Nove aminoácidos não conseguem ser produzidos pelo organismo e têm por isso que ser fornecidos pela alimentação (aminoácidos essenciais). As fontes completas de aminoácidos são as carnes, peixes, ovos, lacticínios. Nas fontes vegetais a mais completa é a soja, sendo que a combinação de outros alimentos como arroz e feijão também nos podem fazer esse aporte. Dietas restritivas só com saladas e sopas podem resultar em depressão.
O aminoácido essencial Triptofano é necessário para a formação da serotonina, um neurotransmissor essencial ao bom humor.
Foto: la.kien / Creative Commons
Published on March 02, 2015 02:49
Investigadores portugueses vencem um dos grandes problemas da terapia génica
Um dos grandes entraves ao sucesso da aplicação da terapia génica, terapia que consiste em transferir material genético exógeno para células-alvo, por forma a corrigir doenças que envolvam factores genéticos, como por exemplo o cancro, é o transporte e entrega eficiente do material genético às células alvo. 
Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC), através da Faculdade de Ciências e Tecnologia e do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), conseguiu ultrapassar este grande obstáculo, desenvolvendo um “veículo” de transporte à base de dois polímeros completamente catiónicos (um polímero que tem uma distribuição de cargas positivas em toda a sua cadeia).
Os resultados da investigação, financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), foram tema de capa da última edição da revista científica Macromolecular Bioscience.
Podemos dizer que o nanossistema concebido pela equipa da UC, nos últimos quatro anos, é uma espécie de «novelo formado pelo emaranhado de polímero e genes que assegura o transporte eficaz do material até às células-alvo, protegendo-o e impedindo a sua destruição ao longo do percurso», ilustram os coordenadores do estudo, Jorge Coelho e Henrique Faneca.
A solução inovadora foi testada em linhas celulares cancerígenas, mas a sua potencial aplicação estende-se a várias patologias que envolvem fatores genéticos, como as doenças neurodegenerativas.
Nas experiências realizadas, após complexos estudos que permitiram encontrar a estrutura certa do novo polímero com propriedades favoráveis à entrega do material genético, demonstrou-se que «os genes chegaram ao destino com sucesso, apresentando o novo nanossistema uma toxicidade reduzida.
Outra característica importante deste “veículo” é o facto de conseguir conduzir uma grande quantidade de genes com uma reduzida porção de polímero», notam os investigadores que pretendem prosseguir com o estudo, agora em modelos animais.
Créditos: Arménio Serra, Jorge Coelho, Henrique Faneca e Rosemeyre Cordeiro - UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC), através da Faculdade de Ciências e Tecnologia e do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), conseguiu ultrapassar este grande obstáculo, desenvolvendo um “veículo” de transporte à base de dois polímeros completamente catiónicos (um polímero que tem uma distribuição de cargas positivas em toda a sua cadeia).
Os resultados da investigação, financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), foram tema de capa da última edição da revista científica Macromolecular Bioscience.
Podemos dizer que o nanossistema concebido pela equipa da UC, nos últimos quatro anos, é uma espécie de «novelo formado pelo emaranhado de polímero e genes que assegura o transporte eficaz do material até às células-alvo, protegendo-o e impedindo a sua destruição ao longo do percurso», ilustram os coordenadores do estudo, Jorge Coelho e Henrique Faneca.
A solução inovadora foi testada em linhas celulares cancerígenas, mas a sua potencial aplicação estende-se a várias patologias que envolvem fatores genéticos, como as doenças neurodegenerativas.
Nas experiências realizadas, após complexos estudos que permitiram encontrar a estrutura certa do novo polímero com propriedades favoráveis à entrega do material genético, demonstrou-se que «os genes chegaram ao destino com sucesso, apresentando o novo nanossistema uma toxicidade reduzida.
Outra característica importante deste “veículo” é o facto de conseguir conduzir uma grande quantidade de genes com uma reduzida porção de polímero», notam os investigadores que pretendem prosseguir com o estudo, agora em modelos animais.
Créditos: Arménio Serra, Jorge Coelho, Henrique Faneca e Rosemeyre Cordeiro - UNIVERSIDADE DE COIMBRA
Published on March 02, 2015 02:38
Moscovo considera "abominável" cartoon do Charlie Hebdo
O desenho, intitulado "Cessar-fogo: aborrecimento instala-se em Donetsk", mostra os habitantes da região separatista no meio de ruínas e entulho perguntando-se "E se fizéssemos alguma coisa com cartoonistas?".
"Isto é abominável, não é liberdade de expressão", disse Pushkov através da sua conta de Twitter.
A Rússia apoiou inicialmente a marcha contra o terrorismo que aconteceu em Paris, depois dos ataques de janeiro contra o jornal satírico, mas muitos meios de comunicação e governantes russos acabaram por virar costas ao Charlie Hebdo, dizendo que desrespeita as pessoas de fé.
Três órgãos de comunicação russos foram multados pelo regulador do país, em janeiro, por republicar recentes caricaturas do profeta Maomé.
Published on March 02, 2015 02:32
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