Denise Bottmann's Blog, page 99

September 1, 2011

esclarecimento público

Um problema bastante complicado que tem afetado o setor editorial brasileiro nos últimos anos é a superprodução. Naturalmente, como em qualquer crise de superprodução de qualquer setor, isso pode gerar problemas de estoque a tal ponto que, em algum momento, entra em pauta a hipótese de destruição do produto.



Num país com problemas crônicos na área da alfabetização e leitura, com custos altos de produção e preços elevados para a aquisição do livro, a ideia de incinerar ou transformar em aparas milhões e milhões de volumes é realmente dolorosa.



Abordei o tema aqui. Hoje, para minha surpresa, vejo atribuído a mim algo que só posso considerar um equívoco por parte de Raquel Cozer, jornalista do Estado de São Paulo, em seu blog do jornal. Afirma ela que, "Por e-mail, a tradutora Denise Bottman argumentou ainda que a venda de sobras para reciclagem gera lucro para as editoras, ao contrário da doação".



Gostaria de contestar publicamente tal declaração, que jamais fiz. Abaixo reproduzo o comentário que deixei no blog de Raquel Cozer: http://blogs.estadao.com.br/a-biblioteca-de-raquel/2011/09/01/ainda-sobre-a-superproducao-de-livros-no-brasil/comment-page-1/#comment-1319



01/09/2011 - 23:30

Enviado por: denise bottmannprezada raquel: apenas a título de esclarecimento, e talvez fosse interessante vc retificar na matéria. não me lembro de ter escrito em lugar algum – nem mesmo em nossa troca privada de emails, que reli atentamente – que vender para reciclagem ou sucata "gera lucro para as editoras" – seria uma sandice, uma demonstração da mais absoluta ignorância imaginar que vender estoque para sucata gera algum centésimo de lucro em qualquer lugar do mundo para qualquer empresa que seja.minha afirmação foi que vender para reciclagem gera FATURAMENTO, o que é muito diferente de LUCRO.e esta afirmação não foi feita em troca privada de emails, e sim publicamente, em meu blog. reproduzo o trecho:

"quando uma editora fala em transformar seus estoques em aparas, imagino que isso significa que ela vende seus encalhes para empresas de sucata e reciclagem, não? aí é evidente que qualquer doação sempre será um prejuízo, em comparação a uma operação de venda, que gera faturamento. ou estou enganada?" – http://naogostodeplagio.blogspot.com/2011/08/encalhe-destruicao-etc.htmlagradeceria que você publicasse esta retificação na matéria principal

atenciosamente,

denise bottmann.
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Published on September 01, 2011 19:43

muito legal

[image error]

ótima indicação de mônica s.martins:





View this movie at cultureunplugged.com





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Published on September 01, 2011 14:57

August 30, 2011

mais um blog

depois de mrs. dalloway, resolvi encarar to the lighthouse, com um novo blog, aqui, onde apresento "meu passeio" ao farol. os posts publicados até agora são:



capas no brasil
woolf online
woolf no brasil
o título
da festa ao passeio
capas simpáticas
o farol
em portugal
no brasil
apresentação
.
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Published on August 30, 2011 14:55

August 29, 2011

muito legal

o silêncio dos livros, blog com imagens fantásticas, aqui

.
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Published on August 29, 2011 18:26

August 26, 2011

mrs. dalloway: no prelo

tendo terminado hoje a tradução de mrs. dalloway, deixo meu agradecimento a todos os que acompanharam, sugeriram, opinaram, contribuíram. agora, editoria.



imagem: aqui

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Published on August 26, 2011 18:52

August 25, 2011

encalhe, destruição etc.



em 16 de agosto de 2010, josélia aguiar, da folha de s.paulo, apontava em sua matéria "superprodução: sobre livros perdidos e descartados", aqui :

... às vésperas da abertura da 21ª Bienal do Livro de São Paulo, a Câmara Brasileira do Livro, o Sindicato dos Editores e a Fipe divulgaram que, em 2009, foram publicados no país 52.509 títulos (2,7% a mais do que em 2008), com um total de 386.367.136 exemplares (aumento de 13, 5%). As vendas em 2009 atingiram 228.704.288 exemplares. 
Não que as 157.662.848 cópias não absorvidas sejam encalhe. Mas, se não forem compradas, poderão vagar entre depósitos de editoras e livrarias, sem jamais serem abertas, até serem liquidadas em saldões ou virar aparas e confetes literários. Destruir livros é mais barato do que mantê-los no estoque.
passado um ano, a cbl e o snel comemoram o crescimento de produção (mas superior ao das vendas) do setor, segundo levantamento da fipe.



em 20 de agosto de 2011, raquel cozer, do estado de são paulo, aponta em sua matéria "encalhe, destruição: a superprodução de livros no brasil", aqui :

A eliminação de sobras de livros é tema abordado com cautela por empresários, mas a prática de "transformar em aparas", como eles preferem, é bem menos rara do que se possa pensar, em especial neste momento em que o mercado editorial brasileiro produz muito mais do que consegue vender. ... 
Doar é sinônimo de dor de cabeça. Para editoras, preparar kits com poucos exemplares de cada livro e distribuir entre instituições sairia mais caro que estocar e não resolveria a questão da quantidade; tampouco interessa às instituições receber mil exemplares de um livro só. ... Junta-se a isso o fato de que estocar é muito mais caro que destruir o encalhe, mesmo que a destruição implique perder o dinheiro da edição. .  
e no entanto:

Maria Zenita Monteiro, coordenadora do Sistema Municipal de Bibliotecas de São Paulo, responsável por mais de cem pontos na cidade, diz que iniciativas de doações são raríssimas. "Quase 100% dos livros que as bibliotecas têm são comprados. Este ano, recebemos uma única doação de uma editora, a 34, que teve uma sobra de livros que publicaram pelo governo."
há algo de errado, não? e não podemos esquecer que, num presente de toda a sociedade à iniciativa privada, o setor editorial não paga impostos, gozando de isenção tributária, concessão esta que mereceria um mínimo de contrapartida, quando menos recebendo em nossas bibliotecas os "restos" que estão encalhados nas editoras.



p.s. quando uma editora fala em transformar seus estoques em aparas, imagino que isso significa que ela vende seus encalhes para empresas de sucata e reciclagem, não? aí é evidente que qualquer doação sempre será um prejuízo, em comparação a uma operação de venda, que gera faturamento. ou estou enganada?

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Published on August 25, 2011 17:48

August 23, 2011

imagem: aqui, via federico carotti.

share images - обмен фотоimagem: aqui, via federico carotti.
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Published on August 23, 2011 13:34

August 21, 2011

à roda das traduções





andei atualizando minha lista de traduções, aqui .



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Published on August 21, 2011 18:14

August 19, 2011

as pérolas do agenor

Uma das grandes contribuições do crítico, poeta e tradutor Ivo Barroso para a história da tradução no Brasil foi, alguns anos atrás, reunir e publicar as 89 resenhas escritas por um professor de Barbacena, de nome Agenor Soares de Moura, publicadas numa coluna semanal do jornal carioca Diário de Notícias entre 1944 e 1946. A coletânea se chama À margem das traduções, lançada pela Arx em 2003, e tem o inestimável mérito de nos oferecer alguns relances do panorama crítico-tradutório daquela época.





O teor dos artigos não varia muito: com fanfarra talvez um pouco excessiva, são apontados deslizes e erros variados de traduções da época. Depois de quatro ou cinco artigos, sente-se que o próprio articulista não conseguia formular uma análise mais abrangente, extrair alguma conclusão um pouco mais geral ou dar alguma sugestão concreta para melhorar a situação editorial que descrevia. 

Bem resume um tradutor insuspeito, Paulo Henriques Britto, em entrevista publicada na revista Bula, aqui
A intervenção de Agenor foi salutar naquele momento, chamando a atenção para a importância da qualidade no trabalho de tradução. Porém uma ressalva que pode ser feita ao trabalho dele é que seus comentários são sempre pontuais. Ora, achar falhas pontuais numa tradução é sempre possível. Para se fazer uma avaliação séria de uma tradução, é necessário ser sistemático, considerar a obra como um todo, pesar os erros e acertos, tentar compreender para onde apontam as falhas encontradas (se o problema é conhecimento da língua-fonte, domínio dos registros informais na língua-meta, ou lá o que seja), considerar qual o público a que a tradução se dirige, etc. Sem dúvida, muitas das falhas apontadas por Agenor seriam criticáveis em qualquer situação, mas crítica de tradução deve ser mais do que uma colheita de "pérolas" descontextualizadas. 
Mas, num fim de tarde chuvoso, ao lado de uma xícara de chocolate quente, se tivermos paciência em dar os descontos pela verborragia um tanto pomposa, um certo dogmatismo estreito e alguns ressaibos de arrogância do articulista, pode ser divertido folhear À margem das traduções e rir com simpatia e sem malícia a algumas "pérolas", como dizia Agripino Grieco, colhidas aqui e ali pelo colunista. .
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Published on August 19, 2011 16:56

August 18, 2011

sites interessantes



World Wide Words logo

dois bons toques de henrique chaudon: WWW, muito legal, aqui , e um site com ótimos corpora, aqui. 



toque da comunidade tradutores & intérpretes no orkut,um site sobre alfabetos em extinção, aqui.

manchu: aqui



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Published on August 18, 2011 17:53

Denise Bottmann's Blog

Denise Bottmann
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