Denise Bottmann's Blog, page 97

September 23, 2011

o jabuti atrapalhado

acabou que a comissão do jabuti da cbl resolveu desclassificar a tradução da obra de johann huizinga, o outono da idade média, que havia sido selecionada como obra de ficção, e substituiu por estranho interlúdio, peça de eugene o'neill, em tradução de alípio correia de franca neto. em vista do regulamento estreito e tacanho, mas muito explícito - "29. Tradução: Textos exclusivamente literários de ficção (contos, crônicas, romance, poesia), traduzidos de qualquer idioma, para a língua portuguesa falada e escrita no Brasil" -, acho meio confuso que se aceitem e se selecionem peças de teatro. uma pena...





acho que realmente o jabuti tem de parar e repensar com calma e sensatez seu inchamento descontrolado, que só gera confusão e alopramento, e deixa de lado coisas fundamentais como as traduções de novelas, peças de teatro, ensaios, artes e humanidades.



veja aqui o regulamento. acompanhe a confusão aqui e aqui. naturalmente, fica uma situação meio incômoda para a cosac, a record e a 34 que foram desclassificadas, mas é evidente que a falha foi, em primeiro lugar, da própria cbl, ao aceitar inscrições sem checar se atendiam aos critérios, e em segundo lugar dos membros das comissões que selecionaram os finalistas e nem se deram ao trabalho de examinar direito as obras que tinham em mãos.

.
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on September 23, 2011 16:38

September 22, 2011

rideel, uma questão de palavra

de vez em quando faço um acompanhamento das edições espúrias que tal ou tal editora tinha se comprometido a tirar de circulação. hoje encontrei no portal de livros, aqui, vários títulos da coleção de filosofia publicada pela rideel, cuja distribuição supostamente estaria suspensa.

[image error]



no site da livros de direito, aqui, também encontrei, entre outros títulos supostamente retirados de circulação: 

[image error]



no site da bestbooks, aqui, note-se que há a ressalva "sujeito a disponibilidade na editora" nos títulos, exceto quando consta "esgotado" (fustel de coulanges) - o que faz supor que os demais estejam disponíveis:

[image error]



na relativa, aqui, tem:

[image error]

então estou com receio de que o sr. mario amadio, diretor comercial da empresa, talvez tenha esquecido o compromisso assumido, e que ele próprio pedira que eu divulgasse em público. pois seria esquisito não manter a palavra dada, e quem sabe não foram os sites das livrarias que esqueceram de tirar esses títulos? assim, antes de tirar conclusões apressadas, vou tentar entender melhor o que aconteceu. 

acompanhe o caso rideel aqui, com os vários cotejos, as declarações do diretor da empresa, a lista das obras.

.
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on September 22, 2011 21:03

September 21, 2011

finalistas do jabuti, em tradução



que legal, muitos parabéns a todos! registro apenas minha surpresa que o clássico de johann huizinga, o outono da idade média, tenha sido considerado obra de ficção!

[image error]

clique na imagem para visualizar - fonte: cbl

.
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on September 21, 2011 14:45

o secular darwin plagiado sai da ediouro

A origem das espécies, de Darwin, grassou entre nós a partir dos anos 70, por obra e graça da editora Hemus - até onde sei -, numa pavorosa cópia de uma pavorosa tradução portuguesa feita a partir do francês no começo do século 20. Essa coisa horrorosa foi parar na Ediouro em 1987, que desde então saiu publicando essa pretensa tradução. É uma longa história, amplamente documentada aqui no blog, que não vou repetir. Os posts correspondentes, em todo caso, estão arquivados em "Darwin", aqui , e aqui uma súmula .



Ontem recebi correspondência do Ministério Público do Rio Janeiro, aparentemente com o problema sanado. Apresento aqui a documentação (clique nas imagens para ampliar):















.
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on September 21, 2011 14:26

não pode, e ponto: a saraiva e a nova fronteira concordam

 Liguei hoje para a Nova Fronteira sobre o caso das alterações feitas na Ilíada e na Odisseia, que comentei no post anterior, aqui. Deixei recado e pouco depois uma moça muito gentil, de nome Shahira, me ligou de volta, explicando que receberam a correspondência enviada pelo professor Érico Nogueira, à qual já responderam agradecendo a contribuição. Segundo Shahira, o gerente comercial da Saraiva determinou ontem no final da tarde a recolha de todos os exemplares à venda dessas duas edições da Saraiva de Bolso, para retificação e restituição fiel do texto de Carlos Alberto Nunes. A previsão é que as edições fiéis entrem em circulação dentro de quinze dias.



Menos mau, parabéns a Érico Nogueira e parabéns à Nova Fronteira, os leitores agradecem.

.
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on September 21, 2011 12:36

September 19, 2011

não pode, e ponto.







Não sei latim, não sei grego, li poucas vezes a Ilíada e a Odisseia, e ainda por cima em prosa! O pouquinho que li da tradução da Ilíada de Odorico Mendes nem conta. Nunca li as traduções feitas por Carlos Alberto Nunes, que foram recentemente lançadas na coleção Saraiva de Bolso.



Dito isso, o que sei é que João Angelo Oliva Neto é respeitado e conceituado classicista, e Érico Nogueira também. Assim, se Érico explica que a troca de Odisseu por Ulisses é praticamente um crime de lesa-majestade:

Dois exemplos devem bastar; um da Ilíada:

"Idomeneu, o fortíssimo Ajaz. Ulisses, porventura";

da Odisseia o outro:

"Palas a todos contava do divo Ulisses os trabalhos";

e em ambos o torpe assassinato de Odisseu e do ritmo dactílico, e versos antes perfeitos agora de pé quebrado.
e se João Oliva comenta:

Não bastasse o "Ulisses" fora do ritmo, a Odisséia de bolso, a despeito de três preparadores de originais, manteve erro de efeito semelhante que a 6a edição da Ediouro INSERIU na sua própria e melhor edição anterior.[...]  no verso 38 lê-se:

"do próprio Atrida se uniu imolando-o no dia da volta",

em que os acentos recaem em prÓ, trI, nIU, lAN, dI, e vOL

ou seja, 2a, 4a, 7a, 10a, 13a, e 16a como deve ser para manter-se o andamento datílico.

Pois bem, a edição de 2004, já em formato maior, e esta atual trazem "Átrida", proparoxítono, contra a forma que Carlos Alberto Nunes escolheu, que, inclusive, é a correta, abonada pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia de Ciências de Lisboa,
eu acredito. E não só acredito, como fico encantada em saber que temos tão bons classicistas, tão bons conhecedores de Homero e admiradores da obra de Carlos Alberto Nunes, capazes de alertar a nós leitores.



Outra coisa que eu sei também é que um dos direitos morais do autor da tradução é o direito à integridade de sua obra de tradução. Diz lá na lei 9610/98:

Capítulo II

Dos Direitos Morais do Autor

Art. 24. São direitos morais do autor:

[...]

IV – o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações ou à prática de atos que, de qualquer forma, possam prejudicá-la [...]
Juntando a com b, mesmo em minha mais abissal ignorância do grego, de Homero, da tradução de Carlos Alberto Nunes e das técnicas de versificação, parece-me que alterar um determinado ritmo e quebrar o pé de um verso não são coisa pouca e prejudicam, sim senhor, a integridade da obra.



Então o que concluo é que a Saraiva (ou quem lhe licenciou a tradução) fez mal, errou, cometeu uma infração da lei 9610/98 ao modificar a tradução de Carlos Alberto Nunes e ao violar seu direito moral à integridade da obra.



Eu, se fosse da área ou se os direitos de Carlos Alberto Nunes estivessem sob minha guarda, recorreria aos meios legais para proteger a obra contra essas mutilações editoriais alopradas.



Deixo humildemente minha solidariedade aos lesados por essa violação dos direitos morais de Carlos Alberto Nunes: na verdade, incluo-me entre eles, como leitora.



O caso está no blog de Érico Nogueira, Ars Poetica, aqui . Agradeço o toque de Luiz de Carvalho.

.
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on September 19, 2011 19:30

September 15, 2011

.imagem: aqui.

.imagem: aqui.
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on September 15, 2011 16:18

September 14, 2011

agenor moura e olívia krähenbühl



há tempos me sinto incomodada com uma crítica do articulista agenor soares de moura à finíssima tradutora e crítica literária olivia krähenbühl. trago o assunto à tona apenas porque a carreira de crítico de agenor moura foi revivida em anos recentes, graças à compilação organizada por nosso grande ivo barroso e publicada em 2003 com o título de À margem das traduções.



a peça de agenor moura consta logo no início de seu primeiro artigo escrito para o diário de notícias do rio de janeiro em 1944, inaugurando uma coluna semanal dedicada à crítica de traduções no brasil, e se encontra reproduzida à p. 21 do citado À margem das traduções. reproduzo aqui o comentário de agenor moura sobre a competência linguística e literária de olivia krähenbühl:

A sra. Olivia Krahenbuhl, em artigo intitulado "Duplo aspecto da tradução", aparecido num dos nossos suplementos dominicais, refere-se aos Sonetos da portuguesa, de Elizabeth Barrett Browning. Para quem fala de traduções, a referência, como está feita, me parece claudicante. Certamente o desejo da autora do artigo foi mencionar os Sonnets from the portuguese, coletânea de quarenta e quatro sonetos a que a mulher de Robert Browning deu esse título fantasista (ver a Cambridge history of english literature) - pois, embora não se trate de traduções, o título exprime que os sonetos da poetisa foram feitos "como se" inspirados nos da língua portuguesa. Logo, em português, o livro de Elizabeth Browning deveria chamar-se Sonetos tirados do português, ou Sonetos à maneira dos portugueses, ou ainda Sonetos ao molde dos da língua portuguesa. O que não se deve é dizer Sonetos da portuguesa, o que parece indicar que haja uma dama lusitana autora dos poemas.
Magister dixit. Faço um resumo rápido: muitos anos antes de escrever os poemas mais tarde enfeixados como Sonnets from the Portuguese, Elizabeth Barrett havia escrito um poema de amor chamado "Catarina a Camões". Quando ela tem seu longo romance secreto com Robert Browning, urdido numa intensa troca de cartas e juras de amor, ambos por vezes tomam como personae Catarina e Camões, justamente. Já casados, Robert convence Elizabeth a publicar os poemas de amor que ela lhe dedicara, e optam deliberadamente por um título que sugerisse tratar-se de uma tradução de poemas escritos por uma anônima poeta portuguesa. Essa pseudotradução (como se diz), ademais, ressoa também com as figuras históricas que o casal havia escolhido como emblemas do seu romance.*

* Há quem sustente que os "Sonetos da portuguesa" receberam esse nome porque Robert chamava Elizabeth de "minha portuguesinha", devido à sua tez azeitonada.



Faça-se, pois, justiça a Olívia Krähenbühl: certa ela, errado seu crítico. Sonetos da portuguesa é a tradução mais adequada.





Fico muito feliz com o recente lançamento pela editora Rocco da belíssima tradução feita por Leonardo Fróes (e, naturalmente, com o título de Sonetos da portuguesa). A edição bilíngue vem acompanhada de um precioso e iluminador posfácio do tradutor.

.
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on September 14, 2011 12:23

September 13, 2011

jane eyre, o cotejo II

sodré viana:



"Sangram-me os pés. E sinto-me cansada.

A estrada é longa e os montes são agrestes.

Breve, uma noite fúnebre, sem luar,

Virá tingir a estrada da orfãzinha.



Por que me exilam, tão distante e só,

Nos fundos tremedais, nas rochas tristes?

Homens maus... A doçura dos arcanjos

Vela pela jornada da orfãzinha.



Agora, longe e branda, a aragem sopra.

O céu está limpo e tem estrelas meigas.

A bondade de Deus unge de amparo

E conforto e esperança a orfãzinha.



Que eu tombe atravessando a ponte em ruínas,

Que os pirilampos me arremessem aos charcos:

Meu Pai, ciciando bênçãos e promessas,

Há de acolher em Si a orfãzinha.



Idéia cuja força me conforta,

Sensação de carinho e de amizade:

O céu é um lar onde terei descanso,

Porque Deus é amigo da orfãzinha."



waldemar rodrigues de oliveira:



"Sangram-me os pés. E sinto-me cansada.

A estrada é longa e os montes são agrestes.

Breve, uma noite fúnebre, sem luar,

Virá tingir a estrada da orfãzinha.



Por que me exilam, tão distante e só,

Nos fundos tremedais, nas rochas tristes?

Homens maus... A doçura dos arcanjos

Vela pela jornada da orfãzinha.



Agora, longe e branda, a aragem sopra.

O céu está limpo e tem estrelas meigas.

A bondade de Deus unge de amparo

E conforto e esperança a orfãzinha.



Que eu tombe atravessando a ponte em ruínas,

Que os pirilampos me arremessem aos charcos:

Meu Pai, ciciando bênçãos e promessas,

Há de acolher em Si a orfãzinha.

Idéia cuja força me conforta,

Sensação de carinho e de amizade:

O céu é um lar onde terei descanso,

Porque Deus é amigo da orfãzinha."



original:





"My feet they are sore, and my limbs they are weary;

   Long is the way, and the mountains are wild;

Soon will the twilight close moonless and dreary

   Over the path of the poor orphan child.

Why did they send me so far and so lonely,

   Up where the moors spread and grey rocks are piled?

Men are hard-hearted, and kind angels only

   Watch o'er the steps of a poor orphan child.
Yet distant and soft the night breeze is blowing,

   Clouds there are none, and clear stars beam mild,

God, in His mercy, protection is showing,

   Comfort and hope to the poor orphan child.
Ev'n should I fall o'er the broken bridge passing,

   Or stray in the marshes, by false lights beguiled,

Still will my Father, with promise and blessing,

   Take to His bosom the poor orphan child.
There is a thought that for strength should avail me,

   Though both of shelter and kindred despoiled;

Heaven is a home, and a rest will not fail me;

   God is a friend to the poor orphan child."


.
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on September 13, 2011 13:31

jane eyre, o cotejo

.

hoje, por fim, chegou meu exemplar de jane eyre na tradução de sodré viana. já tinha recebido na semana passada a edição da itatiaia, com tradução em nome de um certo "waldemar rodrigues de oliveira". veja a introdução ao tema aqui, em "leitora alerta"ou na linha de assuntos "itatiaia", aqui.



transcrevo abaixo alguns parágrafos das "duas" traduções. como a leitora vanessa já tinha transcrito o parágrafo inicial, sigo um pouco adiante.



sodré viana:



Capítulo I

      [...] Isto me alegrava; não gostava de caminhadas longas, principalmente em tardes frias. Temia a volta, os dedos e os artelhos torturados, o coração confrangido pelos carões de Bessie, a governante, e humilhada na consciência da minha inferioridade física diante de Lisa, de John e de Georgiana Reed.

      Agora, na sala de visitas, Elisa, John e Georgiana rodeavam a mamãe deles. E ela, reclinada no sofá, ao pé do fogo, com os seus queridos em torno (no momento não estavam rusgando nem gritando) tinha um olhar fundamente feliz. Quanto a mim, vivia banida do grupo. A senhora Reed declarara "lamentar muito ter de conservar a distância". E que: "enquanto não ouvisse de Bessie, e não pudesse ela mesma constatar que eu me esforçava sinceramente por adquirir um comportamento mais sociável e mais próprio a uma menina, um modo atraente, e jovial - qualquer coisa de mais dúctil, mais franco e mais espontâneo - via-se na obrigação de me excluir dos privilégios devidos somente às criancinhas bem procedidas e alegres".



waldemar rodrigues de oliveira:



Capítulo I

      [...] Isto me alegrava; não gostava de caminhadas longas, principalmente em tardes frias. Temia a volta, os dedos e os artelhos torturados, o coração confrangido pelas censuras de Bessie, a governante, e humilhada na consciência da minha inferioridade física diante de Lisa, de John e de Georgiana Reed.

      Agora, na sala de visitas, Elisa, John e Georgiana rodeavam a mamãe deles. E ela, reclinada no sofá, ao pé do fogo, com os seus queridos em torno (no momento não estavam rusgando nem gritando) tinha um olhar fundamente feliz. Quanto a mim, vivia banida do grupo. A senhora Reed declarara "lamentar muito ter de conservar a distância". E que: "enquanto não ouvisse de Bessie, e não pudesse ela mesma constatar que eu me esforçava sinceramente por adquirir um comportamento mais sociável e mais próprio a uma menina, um modo atraente, e jovial - qualquer coisa de mais dócil, mais franco e mais espontâneo - via-se na obrigação de me excluir dos privilégios devidos somente às criancinhas bem procedidas e alegres".



original:



      I was glad of it: I never liked long walks, especially on chilly afternoons: dreadful to me was the coming home in the raw twilight, with nipped fingers and toes, and a heart saddened by the chidings of Bessie, the nurse, and humbled by the consciousness of my physical inferiority to Eliza, John, and Georgiana Reed.

     The said Eliza, John, and Georgiana were now clustered round their mama in the drawing-room: she lay reclined on a sofa by the fireside, and with her darlings about her (for the time neither quarrelling nor crying) looked perfectly happy.  Me, she had dispensed from joining the group; saying, "She regretted to be under the necessity of keeping me at a distance; but that until she heard from Bessie, and could discover by her own observation, that I was endeavouring in good earnest to acquire a more sociable and childlike disposition, a more attractive and sprightly manner—something lighter, franker, more natural, as it were—she really must exclude me from privileges intended only for contented, happy, little children."



posso assegurar que todo o restante do livro segue nessa mesma toada da pura cópia, nem mesmo fazendo outras trocas ao estilo de "carão" por "censura" ou de "dúctil"por "dócil".



a tradução de sodré viana está longe de ser um primor de correção, estilo ou fluência, mas é ele o seu autor, e como tal deve ser tratado. agora, quem é esse "waldemar rodrigues de oliveira" - um nome inventado, um ser de carne e osso que se apropriou da tradução de sodré viana ou que emprestou o seu nome à itatiaia para que a editora se apropriasse dela - não sei dizer. o que me parece cristalino e irrefutável é o fato concreto, material, objetivo da apropriação indevida.

.
 •  0 comments  •  flag
Share on Twitter
Published on September 13, 2011 13:01

Denise Bottmann's Blog

Denise Bottmann
Denise Bottmann isn't a Goodreads Author (yet), but they do have a blog, so here are some recent posts imported from their feed.
Follow Denise Bottmann's blog with rss.