Denise Bottmann's Blog, page 52

March 17, 2013

quando millôr fernandes era bagrinho

conta millôr:


Passei boa parte da minha vida traduzindo furiosamente, sobretudo do inglês. Para ser mais preciso, até os vinte anos, quando traduzi um livro de Pearl Buck para a José Olympio. O livro se chamava Dragon Seed, foi publicado com o nome de A Estirpe do Dragão e, como eu não tinha contato com o editor, foi assinado pelo intermediário, o escritor Antonio Pinto Nogueira de Accioly Netto, diretor da revista O Cruzeiro, mediante 60% dos direitos. 

o livro saiu em 1944, na coleção "fogos cruzados" da josé olympio, sendo reeditado pela melhoramentos a partir de 1963:







millôr fernandes ficou tão decepcionado com seu papel de "bagrinho" que, conta ele:


Depois disso abandonei a profissão para nunca mais, por ser trabalho exaustivo, anônimo, mal remunerado. Só voltei à tradução em 1960.

e que bom que voltou, pois millôr se tornou grande tradutor. essa história está aqui.


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Published on March 17, 2013 16:25

pseudônimos, heterônimos e outros ônimos




começo agora um embriãozinho de lista com os pseudônimos etc. legitimamente usados por tradutores legítimos, para ir abastecendo conforme tiver notícias e informações a respeito.




a. veiga fialho = ênio silveira (cf. flávio m. da costa)
blasio demétrio = fúlvio abramo
boris solomonov = boris schnaiderman
cláudio varga = gilson d. koatz
fantásio = olavo bilac
jean marie le pen = ?
glauco mattoso = pedro josé ferreira da silva
helio de andrade = leôncio basbaum
j. costa = joão wilson faustini
marques rebelo = eddy dias da cruz
paulo m. [de] oliveira = aristides lobo
puck = olavo bilac
vera pedroso = primavera das neves
? = mario quintana



um caso simpático que não se insere aqui, mas vale uma rápida menção, é o de pagu, patrícia galvão, que teve seus contos publicados como pseudotraduções de um tal "king shelter".



sobre o uso de pseudônimos em traduções, veja aqui.



quanto a palpites não resolvidos, há o caso de "j. l. moreira", aqui.



e não, não vou colocar "gilberto miranda" para erico veríssimo, pelas razões expostas aqui.



deve existir uma infinidade! agradeço a quem puder colaborar.



agradecimentos: paula abramo, dainis karepovs, jorge furtado, abdalan da gama, ivo barroso


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Published on March 17, 2013 13:20

como e em que as fraudes de tradução lesam diretamente os leitores



imagem enviada por federico carotti




hoje recebi uma consulta que me pareceu interessante. a pessoa perguntava: "No que exatamente consistem as fraudes?", referindo-se aos plágios de tradução apontados por este blog. "A editora lesa os leitores [aproveitando-se de] edições esgotadas e isso necessariamente acarreta prejuízos ao conteúdo/qualidade da obra?"


as perguntas me pareceram muito pertinentes, e eis minha resposta, que espero aproveite também a outros leitores interessados em entender melhor como e em que esse tipo de fraude os lesa diretamente.


deixe-me ver se entendi bem sua questão. você está perguntando "no que exatamente consistem as fraudes" para o ponto de vista do leitor, é isso? pois, do ponto de vista do autor legítimo da tradução e para o patrimônio de nosso domínio público, creio que a lesão do direito é evidente, não? 


bom, então suponhamos que sua preocupação sejam os eventuais "prejuízos no conteúdo/qualidade da obra" para a leitura, certo? 


então eu diria o seguinte: algumas das fraudes são meras reproduções ipsis litteris, e neste sentido o conteúdo/qualidade da obra prossegue inalterado. em muitas das fraudes, porém, há tentativas de disfarçar a cópia, as quais adulteram o conteúdo e, em alguns casos, mesmo a inteligibilidade do texto; há casos de alterações ainda mais grotescas, resultando em passagens que não fazem o menor sentido, as quais só posso atribuir à má qualidade do escaneamento da obra usada na fraude; outras ainda podem afetar conceitos centrais de um autor. contem-se também os casos de montagem de duas traduções diferentes, para compor uma terceira espúria, resultando numa obra de texto irregular, descontínuo e às vezes, se não contraditório, um tanto incoerente. todos esses tipos de adulterações estão amplamente documentados no blog.*


outro aspecto que considero relevante para o leitor, quanto à identidade correta do autor da tradução, é um pouco mais sutil, mas nem por isso, a meu ver, menos importante: creio que, mesmo para o leitor mais imediatista, é relevante saber que tal ou tal tradução foi feita por monteiro lobato ou por manuel odorico mendes ou por boris schnaiderman - não só pelo valor das contribuições dessas pessoas a nosso patrimônio cultural, mas também até para situar e entender melhor os textos resultantes em suas traduções, compreender as soluções e dicções adotadas na tradução dentro de um quadro histórico concreto e determinado. quero dizer, uma tradução feita em 1870 ou em 1930 ou em 1940 carrega traços de sua época, o que ajuda o leitor a compor um quadro mais geral da cultura correspondente, em vez de supor que todas essas traduções teriam sido feitas em 2001, 2002 ou 2003. 


espero ter entendido suas perguntas e respondido a elas satisfatoriamente.

* exemplos para ilustrar os vários tipos de adulteração acima mencionados e os prejuízos que causam ao texto:

- max weber, a ética protestante e o espírito do capitalismo, aqui

- ralph w. emerson, ensaios, aqui

- descartes, o discurso do método, aqui

- aristóteles, arte poética, aqui



visite os diversos cotejos realizados, disponíveis aqui.


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Published on March 17, 2013 10:58

March 16, 2013

primavera das neves / vera pedroso

que coisa mais sensacional e maravilhosa!







alguns anos atrás, o cineasta e tradutor jorge furtado, tendo terminado sua tradução de alice no país das maravilhas, em conjunto com liziane kugland, escreveu um artigo muito interessante, comparando diversas traduções brasileiras da obra, que foi publicado no jornal zero hora, em 13/3/2010: "jorge furtado compara traduções brasileiras de alice no país das maravilhas", aqui.



entre essas várias traduções, ele havia se deparado com uma que lhe pareceu muito boa, de primavera das neves, lançada pela bruguera. e aí veio a pergunta de jorge furtado, desenvolvida num post que publicou em seu blog em 22/3/2010, chamado "quem é primavera das neves?", aqui.



hoje fico sabendo que jorge furtado deslindou a charada: primavera ácrata saiz das neves era brasileira, casada com o capitão revolucionário português manuel pedroso marques (conhecido como capitão pedroso). este acabou por se exilar no brasil, com a família. mais tarde, durante a ditadura no brasil, e até provavelmente por razões de segurança, primavera acabou simplificando o nome para vera, apondo seu sobrenome de solteira e o do marido, resultando em vera neves pedroso, também conhecida como vera pedroso. a reconstituição de jorge furtado está em seu post "encontrei primavera das neves", aqui, devidamente corroborada no catálogo de autoridades de nomes da fbn:




1/1


Pedroso, Vera Neves,clique aqui para ver as obras deste autor no Catálogo de Livros 1933-1981.
 Neves, Primavera Ácrata Saiz das, 1933-1981.
 Saiz das Neves, Primavera Ácrata, 1933-1981. 
 Sec. de: Uris, Leon M. Exodus. 1981. 
 Inf. Record (n. real, D. e pseud.)
 Em: Simenon, Georges. As férias de Maigret. (p.r.: tradutora; ficha cat.: D.: 1924-2003)
 LC authorities 28/10/04


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Published on March 16, 2013 12:21

entrevista de ivo barroso

precioso depoimento de ivo barroso sobre sua trajetória poético-tradutória, aqui ou aqui.






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Published on March 16, 2013 08:06

March 15, 2013

colette no brasil




curioso, nunca li nada de mademoiselle colette (1873-1954) e nunca me interessei muito. parecia-me aquele tipo de literatura um tanto complacente, com mocinhas sapecas, personagens ousados, libertando-se de preconceitos, envolvendo-se em jogos de sedução, amores variados hetero e homossexuais, com algumas pitadas de um erotismo então escandaloso e um ar irreverente e levemente picante. sua prosa ganhou certo destaque nos meios literários franceses, por ter vindo a desenvolver um apuro pouco usual nessa vertente literária.











colette foi uma escritora muito prolífica, com dezenas e dezenas de romances de grande sucesso comercial. uma época criou-se uma espécie de aura em torno dela, mas creio que ficou mais como um ícone francês da liberação dos costumes nas primeiras décadas do século XX.



sua biografia é bastante divertida e movimentada, e quem se interessar encontrará muito material na internet. ao lado, uma foto simpática da época em que era mimica num teatro de variedades.











mesmo não conhecendo praticamente nada de colette, a pedido de um caro amigo fiz um levantamento de suas obras publicadas no brasil. foi basicamente a difel que publicou vários livros seus, nos anos 1950. mas colette chega a nós antes disso. vamos lá, então, ao que consegui localizar.




é em 1937 que ela aporta entre nós, com a vagabunda, pela civilização brasileira, em tradução de dante costa. não localizei imagem de capa, mas dispomos de um exemplar em nosso acervo nacional:




Autor: Colette, Sidonie Gabrielle, 1873-1954. clique aqui para ver as obras deste autor no Catálogo de Autoridades de Nomes
Título / Barra de autoria:A vagabunda.
Imprenta:Rio de Janeiro, Civilização brasileira, 1937. 
Descrição física:236 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Entradas secundárias:Costa, Dante, 1912-1968, trad. clique aqui para ver as obras deste autor no Catálogo de Autoridades de Nomes  
Classificação Dewey:
Edição:
843 




em 1938, a mesma civilização brasileira publica a ingênua libertina. não descobri o tradutor nem localizei imagem de capa. eis nosso exemplar na biblioteca nacional:



Autor: Colette, Sidonie Gabrielle, 1873-1954 clique aqui para ver as obras deste autor no Catálogo de Autoridades de Nomes
Título / Barra de autoria:A ingenua libertina,
Imprenta:Rio de Janeiro, Civilização brasileira, 1938. 
Descrição física:251 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Classificação Dewey:
Edição:
843/C694i7 






então, entre 1955 e 1960 teremos uma sucessão de títulos lançados pela difusão europeia do livro (difel). são eles:






amor de outono, tradução de pérola de carvalho, 1955






a vagabunda, em nova tradução, agora de juracy daisy marchese, 1956, 

reeditado em 1971 pela abril cultural






a ingênua libertina, em nova tradução, agora de beatriz-sylvia romero porchat, 1956. 

digo que é uma nova tradução, excluindo que seja a de 1938 pela civilização, mais por ilação cronológica: a neta de sylvio romero cresceu na europa 

e só retornou ao brasil na época da segunda guerra, começando a traduzir a partir de 1945, segundo nelly novaes coelho.







chéri, em tradução de maria de lourdes teixeira, 1956






o fim de chéri, também em tradução de maria de lourdes teixeira, 1957






gigi, em tradução de yolanda steidel de toledo, 1958






claudine na escola, em tradução de ondina ferreira, 1958






claudine em paris, também em tradução de ondina ferreira, 1959






claudine no lar, em tradução de augusto de sousa, 1959






o adeus de claudine, também em tradução de augusto de souza, 1960






a gata, em tradução de cláudia guimarães de lemos, 1960





em 1984, temos uma edição d'a ingênua libertina, agora pela nova fronteira.

ignoro se é a de beatriz-sylvia ou mais uma nova tradução.





somente em 2010 voltamos a ter outra edição: chéri, em tradução de andré telles, pela record. 

a capa se explica porque a editora aproveitou o embalo do sucesso internacional do filme de stephen frears, com michelle pfeiffer, 

lançando o livro na mesma data da estreia do filme no brasil. 




a título de curiosidade, encontrei em nosso acervo nacional dois títulos de colette publicados pela americ-editora, do rio de janeiro, mas no original em francês mesmo. são l'envers du music-hall (c. 1938) e chéri (1940).





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Published on March 15, 2013 18:48

March 12, 2013

coleção "contos do mundo"

volta e meia, em meus levantamentos da história da tradução no brasil, cito as antologias da editora leitura, em sua coleção "contos do mundo". foram apenas três volumes - os russos: antigos e modernos (1944), os ingleses: antigos e modernos (1944) e os norte-americanos: antigos e modernos (1945), os dois primeiros com coordenação de rubem braga e o terceiro de vinícius de moraes, e um time de tradutores realmente admirável.









esta foto é da josélia aguiar, aqui


atualmente essas coletâneas estão no catálogo da ediouro e disponíveis para visualização parcial (mas bem ampla) no google books, com os títulos de contos russos: os clássicoscontos ingleses: os clássicos e  contos norte-americanos: os clássicos. hélio pólvora, aliás, dedicou uma resenha a esses relançamentos pela ediouro, situando as obras em seu quadro original na editora leitura. veja aqui.



vale a pena conferir o índice de um delas, só para ter uma ideia:







mas pelo menos uma coisa bizarra há nessa bela antologia dos russos - e quem me chamou a atenção para ela foi gutemberg medeiros. a tradução d'os sete enforcados, de leonid andreiev, que consta apenas em nome de orígenes lessa, é aquela mesma que saiu em 1932 pela bibliotheca de auctores russos, de georges selzoff. a tradução foi feita a quatro mãos por georges selzoff e orígenes lessa, sendo que aquele traduzia diretamente do russo e este vazava em português escorreito. veja aqui. pena... além do ocultamento do fato, vetou-se ao leitor a informação de que se tratava de uma versão direta do russo, fato raro na época (e coisa que orígenes, ao se apresentar como único tradutor, não poderia dizer, pois não dominava o russo).






imagem gentilmente cedida por josé mota victor





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Published on March 12, 2013 16:41

March 11, 2013

scott fitzgerald no brasil

scott fitzgerald (1896-1940) é um sucesso no brasil. raros são os autores com parte tão grande de sua obra completa traduzida entre nós. o favorito é the great gatsby (1925), com nada menos que quatro traduções brasileiras em quase cinquenta anos, 1962 a 2011.







mas comecemos pelo começo. aparentemente, scott fitzgerald se apresenta ao público brasileiro em 1945, no volume os norte-americanos: antigos e modernos, com o conto "uma curta viagem para casa", editora leitura, em tradução de elizer burlá para o conto "a short trip home" (1927, publicado na coletânea taps at reveille, 1935).



foto aqui











em 1958, sai o conto "na sua idade" ("at your age", 1929) em maravilhas do conto norte americano, sem crédito de tradução, como soía fazer a cultrix em sua coleção de maravilhas, catando aqui e ali traduções de outras editoras e publicando-as sem dó nem piedade (e nem créditos ou fontes).













entre nós, é a civilização brasileira a editora que mais publicou fitzgerald: seus cinco romances, além de dois volumes de contos e textos autobiográficos, bem como alguns contos em seus magazines literários.





não sei dizer qual é o primeiro romance de fitzgerald que chega ao público brasileiro, pois em 1962 a civilização brasileira lança três romances dele de uma só enfiada! se alguém se interessar mais a fundo, não deve ser muito difícil descobrir. mas suponhamos que tenha sido o grande gatsby na tradução de brenno silveira, a mais constantemente reeditada e licenciada entre nós até hoje.



ao lado, a capinha horrorosa da primeira edição - mas no fundo bem mais fiel ao livro do que outras que sugerem muito glamour.





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no mesmo ano, também em tradução de brenno silveira, pela civilização brasileira, sai este lado do paraíso (this side of paradise, 1920)



















no mesmo ano, também em tradução de brenno silveira, pela civilização brasileira, sai a coletânea 6 contos da era do jazz. trata-se da coletânea montada pela filha de fitzgerald, six tales of the jazz age and other stories (1960).



será relançado em 2009 pela josé olympio com o título de o cruoso caso de benjamin button e outras histórias da era do jazz.















em 1963 temos belos e malditos em tradução de waltensir dutra, também pela civilização brasileira.





















no ano seguinte, a civilização lança suave é a noite, em tradução de  ligia junqueira.



essa tradução será ridiculamente garfada e adulterada pela editora nova cultural, que desde 1995 lança-a em nome de um espectral "enrico corvisieri". sobre essa criminosa palhaçada, veja aqui.




 

                                       fraude de "enrico corvisieri"






em 1967, temos o último magnata, sempre pela civilização brasileira, em tradução de roberto pontual.





















também em 1967, sai "retorno a babilônia" em livro de cabeceira do homem, ano I, volume 2, pela civilização. não sei quem foi o tradutor.



















em 1968, sai o o livro de cabeceira da mulher, ano II, volume 7, com "a última das beldades". não sei de quem é a tradução. sempre pela civilização.





















em 1969, temos o livro de cabeceira da mulher, ano III, volume 9, com "as costas do camelo". imagino que seja a tradução de brenno silveira, que saíra nos contos da era do jazz.



















também em 1969, sai a derrocada e outros contos e textos autobiográficos em tradução de álvaro cabral, pela civilização.





















sem data, mas calculo por volta de 1975, sai "a dança", in antologia macabra, em tradução de bárbara heliodora e newton goldman, pela nova fronteira.





















em 1979, teremos estranhos embora íntimos e outros contos inéditos, com tradução de clarita de mello motta, também pela nova fronteira.



















em 1980, temos pedaços de paraíso - contos inéditos de f. scott e zelda fitzgerald, de zelda e scott, na tradução de  ruy castro, pela livraria cultura editora (e, no mesmo ano, também pelo círculo do livro).



encontrei uma referência a uma edição de 1973 dessa mesma tradução, mas não consegui corroboração.













em 2001, sai "financiando finnegan" em os 100 melhores contos de humor da literatura universal, pela ediouro.

















também em 2001, temos contos de scott fitzgerald, com tradução de mario de luna, leda maia e marcelo filardi ferreira, pela casa jorge. que pena que não consegui imagem de capa.







no mesmo ano, sai também pela casa jorge a tradução de marcos santarrita para suave é a noite.







em 2002, temos "a dança" em os 100 melhores contos de crime e mistério da literatura universal, com tradução de alves moreira, pela ediouro.





















em 2003, sai uma nova tradução d'este lado do paraíso, por carlos eugênio marcondes de moura, pela cosac naify.



















em 2004, sai a coletânea 24 contos, em tradução de ruy castro, pela companhia das letras. a relação dos contos pode ser vista aqui.





















no ano seguinte, a companhia das letras publica querido scott, querida zelda, em tradução de beth vieira.























em 2006, sai o diamante do tamanho do ritz e outros contos. além do "diamante", são "bernice corta o cabelo" e "o palácio de gelo", com tradução de cássia zanon e william lagos, pela l&pm.

















em 2006, sai a tradução de carlos eugênio marcondes de moura para o último magnata, também pela l&pm.





















em 2007, uma nova tradução d'os belos e malditos, agora de roberto grey, também pela l&pm.





















ainda em 2007, pela l&pm, sai crack-up - o colapso, em tradução de rosaura eichenberg.



















no mesmo ano, temos o grande gatsby em tradução de roberto muggiati, pela bestbolso.





















em 2011, sai grande gatsby, em tradução de vanessa bárbara, pela penguin/ companhia das letras.





















em 2011, a l&pm relança em edição pocket o grande gatsby, em tradução de william lagos (não localizei a data da primeira edição).



















um painel simpático com várias capas d'o grande gatsby, que encontrei no blog bibliomania, aqui:





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Published on March 11, 2013 17:13

georges selzoff, IV

em georges selzoff, I, aqui, eu tinha comentado: "águas da primavera, de ivan turguenieff, tradução a quatro mãos com brito broca, 1932, com menção a uma segunda edição no mesmo ano. não localizei imagem de capa nem exemplar em nosso acervo, mas encontrei uma edição da melhoramentos nos anos 1950, com 'tradução revista por marina stepanenko'. quem sabe não será a de selzoff/ broca?"



encomendei um exemplar da melhoramentos (da selzoff não se encontra à venda em lugar nenhum) e fiquei muito feliz ao encontrar no verso da página de rosto as devidas especificações: 













sempre achei a melhoramentos seriíssima, e fico contente com mais esta confirmação - ainda mais se a gente lembrar o festival de contrafações que grassava naquelas décadas de 1940 e 1950, com centenas de "traduções revistas por XXX", sem dar as fontes, fosse na pongetti, na w. m. jackson, mesmo na nacional, sobretudo na cultrix em sua coleção de 24 volumes de "maravilhas do conto tal"... e sobretudo a memória da pioneiríssima biblioteca selzoffiana não se perdeu de todo, na reutilização de suas antigas traduções.


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Published on March 11, 2013 12:51

March 9, 2013

rubaiyat




o crítico, poeta e tradutor ivo barroso publicou um belo artigo sobre os rubais de omar khayyam. vale a pena ver, aqui. no artigo, além de publicar sua versão de vários rubais a partir de toussaint/tarquínio, relata uma graciosa singeleza de juventude, do alto de seus dezenove anos:


Mas o que o impacto do livro conseguiu mesmo foi derrubar minhas crenças precárias e abrir-me as portas largas do niilismo e das liberdades totais de pensamento. Eu queria escrever coisas iguais e, para tanto, me “orientalizava” assumindo a persona de um poeta árabe. Cheguei a adotar um nome pseudopersa, Hadiadat Maahatama, e comecei a compor poemas a que dei o título de Yezedis, palavra que eu havia encontrado em minhas leituras e sabia referir-se aos adoradores do diabo. Mas meus poemas não passavam de decalques do Rubaiyat e resolvi assumir o pastiche. Achava expressivo o texto de Tarquínio, mas faltava-lhe ritmo, faltava rima; eu queria transformá-lo em pequenos poemas rimados e metrificados. Foi o que fiz, aproveitando palavras e frases inteiras da tradução. (meu rubaiyat, aqui)



foi também por intermédio desse artigo de ivo barroso que vim a saber que a tradução de octavio tarquínio de souza já desde 1928 saíra pela imprensa nacional (eu achava que tinha sido apenas em 1935, pela josé olympio). diga-se ainda que o número de rubais varia bastante nessas edições, dependendo da seleção feita. tenho a impressão de que a coletânea mais extensa é a de ragy/christovam, com 182 rubais.



vendo o que temos do rubaiyat entre nós, encontrei o seguinte:


1928, imprensa nacional, tradução de octavio tarquinio de souza, via toussaint, desde 1935 na josé olympio, e a partir de então a mais exaustivamente reeditada
1944, jangada (rio de janeiro), tradução de matos pereira
1944, a bolsa do livro, tradução de  jamil almansur haddad, via fitzgerald, desde 1956 na civilização brasileira, com várias reedições, também pela bup e pela pioneira
1950, joão calazans (belo horizonte), tradução de cordélia fontainha seta
1959, ofic. de h. reis (santos), tradução de eno theodoro wanke, reeditado no rio em 1987 pela plaquette
1960, ed. conquista, um rubai exemplificativo em tradução de geir de campos in pequeno dicionário de arte poética
1966, edições de ouro, tradução de manuel bandeira, via toussaint
1986, alguns rubais em tradução de augusto de campos, via fitzgerald, em o anticrítico
2003, madras, "explicado por paramahansa yogananda", a partir de fitzgerald
2004, l&pm, "dois quartetos", tradução de carlos freire, in babel de poemas: uma antologia multilíngue, feita diretamente do persa
2007, eko (blumenau), coleção "clássicos do oriente" - não descobri o tradutor
2012, unesp, tradução de luiz antônio de figueiredo
sem data, provavelmente anos 70, hemus, tradução de torrieri guimarães
sem data, provavelmente anos 2000, tradução de josé reis, apostila eca/usp
sem data, não faço muita ideia: algo vago entre anos 40 e 60..., editora minerva, tradução do filólogo orientalista ragy basile, com forma poética dada por christovam de camargo. saiu também pela conquista em 1970, pela garnier de belo horizonte em 1999 e, a partir de 2003, pela martin claret. até onde sei, é a única coletânea com tradução feita diretamente do persa
aqui está disponível a tradução de alfredo braga
existem também várias outras traduções de rubais avulsos em sites e blogs.






































interessante notar que christovam de camargo utilizou a mesma tradução de ragy basile para suas versões poéticas também em francês e espanhol.



o que achei meio feio foi que na losada, por exemplo, que reeditou inúmeras vezes las rubaiatas, consta: Versión directa del original iranio al portugués, francés e español por el escritor brasileño Christovam de Camargo. mesmo em sua versão francesa publicada pela seghers (1961 em diante), não há qualquer menção a ragy, que afinal foi quem fez a tradução do persa, que então serviu de base ao arranjo poético de christovam.





































agradeço a ivo barroso pela imagem de capa da tradução de cordélia fontainha (1950), pela página de rosto da tradução de jamil almansur (1944) e, em primeiro lugar, pelo incentivo inicial para levantar os khayyam brasileiros.



agradeço a daniel dago a informação sobre os dois rubais traduzidos por carlos freire (2004).



agradeço a mavericco a informação sobre o rubai traduzido por geir campos (1960).




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Published on March 09, 2013 08:31

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Denise Bottmann
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